Argentina

China cancela amistosos da Argentina após papelão de Messi em Hong Kong

A seleção argentina não vai mais jogar na China, que tomou a decisão após Lionel Messi 'furar' seu compromisso com o Inter Miami em Hong Kong

A polêmica envolvendo Lionel Messi e China ganhou um novo capítulo. Isso porque o governo local cancelou os amistosos da seleção argentina após o papelão do craque do Inter Miami em Hong Kong. No dia 4 de fevereiro, o astro dos Herons não saiu do banco de reservas na partida que encheu o estádio de torcedores ansiosos para vê-lo dentro de campo, causando um mal-estar com o país asiático.

A Albiceleste faria uma turnê pela China entre os dias 18 a 26 de março para jogar contra Nigéria, em Hangzhou, no leste do país, e contra Costa do Marfim, em Pequim. A visita da Argentina ao continente asiático seria o último passo da preparação de Lionel Scaloni e companhia para a Copa América, que será disputada nos Estados Unidos, entre junho e julho. Contudo, as autoridades locais barraram a realização dos amistosos.

A decisão baseia-se na tensão que se escalou com a ausência de Messi na partida contra o combinado de Hong Kong, devido a uma lesão na coxa. O problema é que o amistoso contra o Inter Miami foi vendido como uma oportunidade de ver o capitão da Argentina na conquista da Copa do Mundo no Qatar desfilando seu futebol nos gramados. Não à toa, até mesmo torcedores da China continental foram ao estádio para isso.

Como o problema muscular não foi anunciado antes do amistoso em Hong Kong, os torcedores ficaram indignados em não ver Leo Messi dentro de campo. Vale ressaltar que o estádio ficou lotado para o jogo contra os Hernons, cujos ingressos foram vendidos por até US$ 500 (cerca de R$ 2,4 mil). Consequentemente, a China resolveu dar uma resposta ao papelão do craque do Inter Miami. Só que quem vai pagar o preço é a seleção argentina.

Entenda a polêmica envolvendo Messi e China

A empresa Tatler Asia foi a responsável pela organização do amistoso entre Inter Miami x All Stars Hong Kong, recebendo mais US$ 2 milhões (em torno de R$ 9,9 milhões) do. Comitê de Grandes Eventos Esportivos (MSEC). Nos três dias que antecederam a partida, cartazes, banners e outras estratégias de marketing foram parte da mobilização para convidar os torcedores a verem Lionel Messi de pertinho.

Quando o craque argentino não apareceu entre os titulares dos Herons, as mais de 38 mil pessoas presentes no estádio começaram a gritar “queremos Messi”, além das vaias até o apito final. O caos foi completo quando a partida terminou sem que o camisa 10 do Inter Miami saísse do banco de reservas. Além disso, ele também praticamente não interagiu com o público e evitou cumprimentar as autoridades.

Para piorar, Leo Messi jogou 30 minutos do amistoso contra o Vissel Kobe, quatro dias depois, no Japão. Mais sorridente em Tóquio, a postura do astro dos Herons desagradou os chineses. Um representante do MSEC revelou sua decepção com os organizadores do amistoso do Inter Miami em Hong Kong, já que o Comitê não foi avisado com antecedência da ausência do craque argentino.

Em sua defesa, a Tatler Asia argum =entou que também não sabia que Messi não foi liberado pelo departamento médico dos Herons para o amistoso contra o combinado de Hong Kong. Mesmo assim, a empresa se comprometeu a reembolsar parte dos valores dos ingressos para os torcedores, que se sentiram enganados com o ‘bolo' do craque do Inter Miami. Contudo, o astro argentino passou a ser criticado na China.

Todo esse contexto foi suficiente para as autoridades do país cancelarem a turnê da Albiceleste na Ásia. Em comunicado oficial, o Hangzhou Sports Bureau anunciou a desistência de sediar o amistoso entre Argentina x Nigéria. Por mais que não tenham citado nominalmente Lionel Messi, a indireta para o camisa 10 do Inter Miami ficou bem clara:

“Considerando as razões que todos conhecem, segundo as autoridades competentes, não estão reunidas as condições para a realização do evento e foi decidido o seu cancelamento”.

Pouco tempo depois, foi a vez da Associação de Futebol de Pequim desmarcar o amistoso entre a seleção argentina contra os marfinenses. Mais sucintos, a nota oficial dizia que a capital chinesa “não previa, por enquanto, organizar o jogo em que Lionel Messi iria participar”. Após a polêmica em Hong Kong, o craque vai ter que se esforçar para recuperar o prestígio com o país asiático.

Foto de Matheus Cristianini

Matheus CristianiniRedator

Jornalista formado pela Unesp, com passagens por Antenados no Futebol, Bolavip Brasil, Minha Torcida e Esportelândia. Na Trivela, é redator de futebol nacional e internacional.
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