Marta titular ou reserva: o que é melhor para o Brasil? Chegamos a uma conclusão
Após cumprir suspensão, Marta está apta para jogar a final dos Jogos Olímpicos - mas como titular ou reserva? Nós tentamos responder a pergunta
Neste sábado (10), às 12h (horário de Brasília), o Brasil enfrenta os Estados Unidos, no Parc des Princes, em Paris, pela final dos Jogos Olímpicos. E a grande pergunta que antecede a decisão da medalha de ouro envolve Marta.
A Rainha do futebol está apta para jogar contra as americanas após cumprir suspensão de duas partidas por expulsão contra a Espanha, ainda na fase de grupos.
Pode até parecer loucura duvidar da melhor jogadora de todos os tempos. Porém, é inegável que a Seleção feminina fez suas melhores apresentações nas Olimpíadas quando Marta não estava em campo.
Aqui vale destacar que Marta não era culpada pelo futebol ruim apresentado pelo Brasil na primeira fase da competição. Na verdade, a Rainha estava bem até receber o merecido cartão vermelho.
Só que a ausência da camisa 10 da Amarelinha possibilitou uma equipe diferente nos Jogos Olímpicos de 2024. E não só por troca de peças, mas também por uma postura diferente e variedade tática.
Por que Brasil foi melhor sem Marta?
Antes de começar essa análise, é importante deixar claro que o legado de Marta é inigualável, e tudo o que ela fez (e faz) para o futebol feminino será sempre lembrado e respeitado por todos.
Dito isso, é preciso dar um pouco de contexto para explicar porque o Brasil foi melhor sem sua camisa 10. O primeiro ponto são suas características físicas e funções dentro de campo.
Aos 38 anos, a seis vezes melhor do mundo já não consegue desempenhar a mesma intensidade de jogo de outrora. Como consequência, a recomposição defensiva do time de Arthur Elias é afetada.
No ataque, Marta continua sendo a jogadora diferenciada, com uma visão de jogo privilegiada e um toque de bola magistral. Entretanto, o mesmo não pode ser dito lá atrás.
Na fase de grupos das Olimpíadas, a Rainha do Futebol chegou a dar uma de volante quando a seleção brasileira não tinha a posse de bola – e isso foge das características da camisa 10.
Já nas quartas de final, Arthur Elias montou um time mais organizado coletivamente, com todas as jogadoras em sintonia para atacar e defender. Não à toa, a França foi incapaz de marcar gols.
Na semi, a Seleção esteve em seu melhor para repetir a dose contra a Espanha. Mais do que isso, o Brasil estava inspirado lá na frente e criou diversas chances de finalização.
Jheniffer – que foi titular na vaga deixada por Marta nas duas últimas partidas – foi importante para as movimentações coesas da equipe de Arthur Elias.
A jogadora do Corinthians tem 22 anos e está bem fisicamente. Por outro lado, a camisa 10 da seleção feminina já caminha para o final da carreira e passou do seu auge em velocidade, aceleração e outros aspectos físicos.
Em time que está ganhando não se mexe
Para resumir a estratégia para a final olímpica contra os EUA, cabe um ditado: em time que está ganhando não se mexe. Ou seja, Marta deveria começar no banco de reservas.
O técnico do Brasil é conhecido por se adaptar as suas adversárias. Pelo tamanho da final contra as americanas – somado à possibilidade de um ouro inédito para o futebol feminino – a defesa da Amarelinha pode fazer a diferença.
Sem a camisa 10, a seleção brasileira está se comportando melhor na recomposição e contra-ataques rápidos. Como os Estados Unidos são favoritos, a postura da Seleção deve ser a mesma apresentada no mata-mata.
Além de sua experiência, Marta nunca escondeu que quer ver o sucesso do Brasil antes de suas vontades individuais. Portanto, uma possível ausência entre os titulares na decisão dos Jogos Olímpicos não criaria crise.
Outro detalhe importante é que a Rainha pode entrar no decorrer da partida com fome de jogo e fôlego de sobra. Eximindo-a de tarefas defensivas mais exigentes, Marta pode encerrar seu ciclo com uma conquista histórica.