Brasil destrói Espanha e ganha chance de revanche histórica contra os EUA
Em Marselha, Seleção Brasileira tem atuação gigantesca e impõe derrota acachapante às atuais campeãs do mundo
A Seleção Brasileira feminina está na final dos Jogos Olímpicos Paris 2024. Com atuação sólida e incontestável, a equipe comandada por Arthur Elias eliminou ninguém mais ninguém menos do que a Espanha, atual campeã do mundo.
Paredes (contra), Gabi Portilho, Adriana e Kerolin marcaram os gols do triunfo da Canarinho (4 a 2), que agora terá uma revanche pela frente. Algoz em Atenas 2004 e Pequim 2008, os Estados Unidos será o adversário do time brasileiro na decisão.
Em ambas as edições, as norte-americanas levaram a melhor na disputa pela medalha de ouro. Com duas pratas em sua galeria, a Amarelinha quer escrever uma história diferente nas Olimpíadas.
E por que não sonhar? Afinal, depois de uma fase de grupos irregular, a Seleção Brasileira mostrou resiliência, cresceu de produção e eliminou duas das principais favoritas. Tudo isso sem Marta.
Falando na Rainha, é importante destacar quão bem o Brasil tem se comportado sem ela. Com jogo mais coletivo, linhas compactas, marcação encaixada e triangulações bem trabalhadas, a Canarinho parece outro time das quartas de final para cá. O trabalho de Arthur Elias merece muitos elogios.
A medalha de prata já está garantida. No entanto, como citado acima, a Seleção Brasileira tem contas a acertar com os Estados Unidos. Sábado (10), a partir das 12h (horário de Brasília), no Parque dos Príncipes, em Paris. Vale o ouro olímpico!
O BRASIL É FINALISTAAAA! 🇧🇷
SIMPLESMENTE HISTÓRICO! VITÓRIA E CLASSIFICAÇÃO PARA A FINAL DAS OLIMPÍADAS DE PARIS! VAMOS EM BUSCA DO OURO! 💪 pic.twitter.com/7OCSH5h584
— Seleção Feminina de Futebol (@SelecaoFeminina) August 6, 2024
Sem Marta e com muitas mudanças na escalação
O Tribunal Arbitral do Esporte negou o recurso da CBF para diminuir a punição a Marta, expulsa no último jogo da fase de grupos após dura entrada em Olga Carmona — acertando a cabeça da espanhola.
Assim, a camisa 10 da Seleção Brasileira precisou cumprir sua segunda partida de suspensão e, por isso, não entrou em campo na semifinal contra a Espanha.
Como de praxe, Arthur Elias mexeu bastante na escalação da Canarinho. Foram cinco trocas em relação ao time que eliminou a França nas quartas de final. Lauren ganhou a vaga de Rafaelle, lesionada.
No meio-campo, entraram Ludmila, Angelina e Vitória Yaya nos lugares de Adriana, Duda Sampaio e Ana Vitória. Por fim, no ataque, Priscila substituiu Gabi Nunes. Vale destacar que Tamires, com lesão no tornozelo, acabou cortada dos Jogos Olímpicos de última hora.
O Brasil foi a campo com: Lorena Leite; Thaís Ferreira, Lauren e Tarciane; Angelina, Vitória Yaya, Ludmila e Yasmim; Priscila, Gabi Portilho e Jheniffer.
Marcação encaixada, contra-ataque letal e 2 a 0 Brasil
Com cinco minutos no relógio, o Brasil abriu o placar graças a um erro bizarro das espanholas. A goleira Cata Coll, pressionada por Priscila na área, tentou o chute para frente e acabou acertando Paredes. A bola explodiu nas costas da zagueira e entrou.
O gol brasileiro mexeu com a Espanha. Pressionada, a atual campeã do mundo se viu obrigada a aumentar o volume ofensivo. E foi o que La Roja fez. As espanholas, no entanto, sofriam diante de uma marcação forte e encaixada do Brasil que, por sua vez, buscava explorar os contra-ataques em cima dos erros da adversária.
A verdade é que a Seleção Brasileira foi amplamente superior durante boa parte do primeiro tempo. Apesar da superioridade espanhola na posse de bola, a Canarinho fechou bem os espaços, se defendeu com maestria e ampliou o marcador nos acréscimos.
Yasmin descolou cruzamento perfeito para Portilho que, de primeira, não desperdiçou: chute seco, no cantinho de Cata Coll.
Adriana e Kerolin garantem classificação brasileira
Veio o segundo tempo, e o Brasil continuou muito melhor. Apática e atordoada em campo, a Espanha acumulou erros na defesa e concedeu chances claras a Canarinho, que perigosamente as desperdiçou.
Cara a cara com Cata Coll, Gabi Portilho chutou para fora. Ludmila, por sua vez, parou em boa defesa da goleira espanhola. Enquanto Jheniffer, por um triz, não completou cruzamento rasante.
Por sorte e competência do sistema defensivo brasileiro, os gols perdidos não fizeram falta. Quase que inoperante no ataque, a Espanha não se criou. Atuação gigantesca da Canarinho, que aumentou a contagem aos 25′.
Priscila arrancou em contra-ataque pela esquerda e serviu Adriana na área. De primeira, a camisa 9 acertou o travessão. No rebote, Gabi Portilho ajeitou de cabeça para a própria Adriana, que dessa vez não perdoou.
Através do jogo aéreo, a Espanha conseguiu balançar as redes duas vezes com Paralluelo. Mas em nada adiantou. O Brasil se manteve sereno, e neste ínterim, Kerolin deixou sua marca: 4 a 2 e final olímpica à vista.