Olimpíadas

Por que Fifa e COI mudaram (para melhor) o futebol nas Olimpíadas

Em Los Angeles, futebol feminino terá mais times que o masculino, passando de 12 para 16

O Comitê Olímpico Internacional (COI) anunciou, nesta quarta-feira (9), várias mudanças no programa olímpico para a edição dos Jogos em 2028, que acontecerão em Los Angeles. Uma das principais diz respeito ao futebol, em que os gêneros terão uma inversão de equipes participantes. Se até Paris-2024, o torneio masculino tinha 16 times e o feminino contava com 12, Los Angeles-2018 terá 16 seleções no feminino e 12 no masculino.

Mudança no futebol é uma decisão correta e que até levou muito tempo para acontecer

A decisão tomada em conjunto por Fifa e COI não só faz bastante sentido, como é a escolha mais correta para tentar mudar a percepção de como o esporte é visto nas Olimpíadas. O olhar do brasileiro pode ser afetado por causa da busca da tão sonhada medalha de ouro, que veio em 2016, e o bicampeonato em 2020, mas não é nenhuma novidade que o futebol masculino é um esporte que talvez nem deveria estar nas Olimpíadas.

Enquanto a Olimpíada é o ponto mais alto de basicamente qualquer esporte, para o futebol masculino ela é apenas um torneio qualquer. As seleções levam apenas jogadores sub-23, algumas delas não conseguem nem ter seus principais nomes que estariam elegíveis, já que não é uma Data Fifa, e é difícil falar que elas realmente se importam.

Sim, existem casos e casos, como o Brasil tentando a medalha de ouro inédita no Rio de Janeiro e a França levando o técnico Thierry Henry e nomes relevantes para Paris. Mas eles são exceções e não a norma. Enquanto isso, no futebol feminino, a Olimpíada é levada muito a sério. Conquistar uma medalha olímpica é tão importante quanto levantar a taça da Copa do Mundo. 

As seleções têm suas principais jogadoras e o torneio é jogado no mesmo nível das principais partidas mundiais, seja de seleções ou clubes. 

Para dar um exemplo básico, basta ver como a técnica Emma Hayes foi exaltada após a conquista da medalha de ouro com os Estados Unidos em Paris, mesmo com tudo o que já levou em sua carreira imensa com o Chelsea. Seria praticamente impossível ver um técnico de alto nível no futebol masculino receber os mesmos aplausos.

Emma Hayes comemora o título olímpico com o filho Harry (Foto: Imago)
Emma Hayes comemora o título olímpico com o filho Harry (Foto: Imago)

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Por que Fifa e COI tomaram a decisão?

A mudança atende uma proposta da Fifa, que quer dar mais relevância para as atletas nos Jogos, vide que as seleções femininas normalmente têm seus elencos completos, enquanto os times masculinos contam apenas com jogadores sub-23, além dos três nomes possíveis acima da idade.

– Essa medida reflete nosso entendimento de que o futebol feminino merece mais representatividade e visibilidade nos Jogos Olímpicos. Nossa visão é clara: estamos investindo em expandir oportunidades para o futebol feminino em todos os níveis. Mais times nas Olimpíadas significa mais exemplos, mais inspirações e mais impacto – afirmou Gianni Infantino, presidente da Fifa, após a reunião do COI.

A mudança ainda permite que mais seleções de alto nível participem do torneio. Levando em consideração como era o futebol masculino, África, Ásia e Europa devem ganhar uma vaga a mais cada. A última provavelmente seria para um play-off internacional.

A decisão ainda colabora com a busca do COI para ter mais igualdade entre os gêneros nos Jogos. Com a ajuda de 36 mulheres a mais no futebol, as mulheres serão maioria nas Olimpíadas pela primeira em Los Angeles: 5.333 mulheres (50,7%) contra 5.167 homens (49,3%).

– A mensagem de igualdade entre os gêneros é extremamente importante para nós. Gostaríamos de agradecer ao comitê local de Los Angeles por nos apoiar. É muito necessário para atendermos nossa visão – disse Kit McConnell, diretora esportiva do Comitê Olímpico Internacional.

Foto de Matheus Rocha

Matheus RochaSubcoordenador de conteúdo

Matheus Rocha é natural de Uberlândia, onde se formou em Jornalismo na Unitri em 2014. Começou a carreira no jornalismo na Trivela antes de passar por ExtraTime e Yahoo, participando da cobertura de três Copas do Mundo e cinco Olimpíadas.
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