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Bia e Marta lideram Seleção feminina, que estreia em Tóquio com grande atuação e goleada sobre a China

Brasil atuou muito bem, consegue uma goleada por 5 a 0 em Miyagi, e mostra força no primeiro jogo da Olimpíada de Tóquio 2020

A seleção brasileira feminina estreou em Tóquio 2020 com uma grande atuação e uma goleada. Diante da China, o Brasil fez 5 a 0, com dois gols de Marta e uma ótima atuação da atacante Bia Zaneratto. O time comandado por Pia Sundhage pressionou desde o começo, foi melhor e mereceu uma vitória com tranquilidade. O jogo, realizado no Miyagi Stadium, teve presença de público de forma restrita.

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Formiga, no meio-campo, foi mais uma vez recordista. Aos 43 anos, vestiu a camisa 8 e jogou a sua sétima Olimpíada. Isso significa todas as edições desde que o futebol feminino foi incorporado aos Jogos Olímpicos, em 1996. Ela jogou também todas as Copas do Mundo desde 1995.

A escalação da técnica Pia Sundhage teve ainda Bruna Benitez atuando pela lateral direita, como uma lateral mais defensiva. Para auxiliá-la, Duda caía mais por aquele lado para dar vazão ao jogo ofensivo, já que a defensora não tinha característica de apoio. O time, no papel, atuava em um 4-4-2, com Debinha e Bia Zaneratto no ataque e Marta atuando pelo lado esquerdo.

Só que em campo, o time era muito mais fluído: Tamires passava como lateral pela esquerda e Marta tinha liberdade de cair pelo meio. Assim como Debinha, embora inicialmente atacante, voltava muito para ajudar na criação de jogadas e também Bia Zaneratto, mesmo sendo a referência, recuava por vezes para receber a bola e Debinha entrava mais centralizada. E no segundo tempo, as coisas mudaram também, com Marta ganhando um pouco mais de liberdade pela direita também, onde já se acostumou a atuar mais vezes.

Primeiro tempo

O início brasileiro foi muito bom. Logo aos quatro minutos, o time chegou com perigo com Marta, que tocou para Bia Zaneratto. Ela cruzou para Duda, que procurou por Marta dentro da área e virou uma confusão dentro da área. As brasileiras ficaram bem perto do gol.

Logo aos oito minutos o Brasil abriu o placar. Bia Zanetto recuperou bem a bola no campo de ataque e cruzou na segunda trave para Debinha, que cabeceou na trave. No rebote, Bia brigou pelo rebote e a bola sobrou para Marta bater de primeira e manter para a rede: 1 a 0 para a Seleção.

Marta, assim, se tornou a primeira mulher a marcar em cinco edições diferentes de Olimpíadas. Chegou a 11 gols no total, três a menos que a recordista, a também brasileira Cristiane, que não foi para esta edição por opção da técnica Pia Sundhage.

O segundo gol veio 21 minutos. Desta vez, em uma boa jogada pela direita, que Bia Zaneratto finalizou, a goleira Shimeng Peng rebateu mal e Debinha só empurrou para o fundo do gol: 2 a 0 para o Brasil.

Melhor em campo, o Brasil trocava passes e chegava bem ao ataque para finalizar. Aos 22 minutos, Bia Zaneratto arrancou pela direita, tentou o passe para o meio e a defesa tirou, mas Andressinha pegou o rebote e, de primeira, bateu colocado. A bola passou muito perto, mas saiu. Aos 30, depois de escanteio, a zagueira Érika recebeu cruzamento e finalizou bonito. Levou perigo, mas mandou para fora. Mais um bom lance do Brasil.

Segundo tempo

Logo no começo do segundo tempo, a China chegou com perigo. Logo a seis minutos, Wang Shanshan foi lançada pela direita e, livre, chutou na trave. Maio Siwen pegou o rebote, mas chutou por cima. Um momento de perigo para a seleção brasileira.

A resposta brasileira veio rápido. Debinha aproveitou sua velocidade, girou e chutou com perigo. A goleira Peng Shimeng espalmou e a bola ainda bateu no travessão. A defesa tirou para escanteio em seguida.

A China chegava com perigo em quase todos os ataques, mas não conseguia finalizar. A Seleção viva seu pior momento na partida. Aos poucos, o time foi tentando se encontrar e a técnico Pia Sundhage mudou o time.

Primeiro, tirou Duda, que não estava tão bem no jogo, e colocou Andressa Alves. A meia da Roma entrou ligada na partida e começou a participar mais, o que ajudou o time a desafogar um pouco as jogadas de ataque. Com 27 minutos do segundo tempo, a técnica da seleção brasileira decidiu poupar formiga. Sacou a volante e colocou em campo Julia.

Em uma descida pela direita, Bruna Benitez lançou Marta, que cruzou para Bia Zaneratto. Ela tentou ajeitar o corpo para finalizar e defesa conseguiu tirar. Só que Qingtong Li afastou mal e Marta, de primeira, bateu e surpreendeu a goleia Peng: 3 a 0 para o Brasil, que ficava mais tranquila. Segundo gol de Marta no jogo, o seu 12º em Olimpíadas.

O gol tranquilizou o Brasil no jogo. Pouco depois, aos 34 minutos, Andressa Alves recebeu dentro da área, fez a finta e sofreu a falta. A própria Andressa Alves cobrou no canto e ampliou o placar: 4 a 0. Logo ela, que ficou fora da lista inicial de convocadas, mas a lista foi ampliada para 22 nomes e, assim, ela foi incluída no grupo e já começa com gol na estreia.

Aproveitando o placar tranquilo, Pia Sundhage tirou Marta do jogo e colocou a atacante Ludmila. A China já não forçava mais os ataques com um placar tão amplo e diminuiu muito o ritmo. Assim, o Brasil passou a jogar com tranquilidade.

Debinha roubou a bola aos 43 minutos, avançou com liberdade pela esquerda e tocou para o meio. Bia Zaneratto, que fez uma grande partida, desviou para o gol e marcou o seu: 5 a 0. Uma coroação para a ótima atuação da atacante, que participou muito bem especialmente do primeiro tempo e vinha sendo a jogadora mais perigosa.

Com o apito final, o Brasil começa bem e irá se preparar para o próximo jogo, contra a Holanda, no sábado, 24, às 8h (horário de Brasília). No mesmo dia, a China enfrenta a Zâmbia, um pouco mais cedo, às 5h.

Foto de Felipe Lobo

Felipe Lobo

Formado em Comunicação e Multimeios na PUC-SP e Jornalismo pela USP, encontrou no jornalismo a melhor forma de unir duas paixões: futebol e escrever. Acha que é um grande técnico no Football Manager e se apaixonou por futebol italiano (Forza Inter!). Saiu da posição de leitor para trabalhar na Trivela em 2009, onde ficou até 2023.
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