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Jogadores de todo o mundo passam medo nos estádios com falta de segurança — entenda o relatório

Segurança nos estádios é a principal reclamação dos atletas, segundo documento publicado pelo sindicado global de jogadores

Os jogadores de futebol pedem que a segurança nos estádios seja melhorada, pelo menos é o que afirma um estudo realizado pela FIFPro (Federação Internacional dos Jogadores Profissionais de Futebol). Em 28 páginas, o relatório montado pela associação, que teve apoio em pesquisas de outros 41 sindicatos espalhados por todo o mundo, concluiu que os atletas não se sentem totalmente seguros para trabalhar.

Segundo a FIFPro, os atletas pedem que os estádios tenham sua segurança reforçada, além de punições e sanções mais duras para impedir o abuso físico e verbal dos torcedores. Também de acordo com o documento, 71% dos entrevistados disse que os padrões de administração e controle de segurança dos estádios não é suficiente, enquanto 68% disse que as tecnologias nos estádios, como ferramentas de reconhecimento facial, são insuficientes.

Alexander Bielefeld, Diretor de Políticas Globais e Relações Estratégicas da FIFPRO, disse que os jogadores enfrentam “agressões recorrentes em seu ambiente de trabalho”.

– Dados os níveis crescentes de violência, é importante que as partes interessadas do futebol, os parceiros sociais e as instituições públicas aumentem a cooperação para identificar medidas que garantam a segurança dos jogadores, funcionários e espectadores – afirmou Bielefeld, diretor de política global e relações estratégicas da Fifpro para o futebol masculino.

– Clubes, ligas e federações têm a responsabilidade de garantir que os jogadores, assim como os funcionários dos clubes, tenham um ambiente de trabalho seguro para ter o máximo desempenho.

Violência é recorrente no futebol brasileiro

Em 2023, foram inúmeros os momentos de terror vistos no futebol brasileiro. De invasões de torcedores ao gramado a confusões e pancadarias ao redor dos estádios, o Brasil experimentou todo o tipo de violência relacionada ao futebol.

Alguns episódios são mais graves do que outros, basta recordar o mais emblemático de 2023, nos arredores da Vila Belmiro, no dia do rebaixamento histórico do Santos. Integrantes de torcidas organizadas promoveram um verdadeiro cenário de guerra, com direito a carros e ônibus queimados e conflito armado contra policiais militares.

Por fim, as mortes associadas à violência no esporte mais popular no Brasil também marcam a história recente. A trágica morte da palmeirense Gabriela Anelli, de 23 anos, chocou o país e reabriu o debate urgente sobre a segurança nos estádios locais.

Agressão verbal também faz vítimas no futebol

Um caso recente ganhou as redes sociais logo nos primeiros dias de 2024. O goleiro Connor Ripley, do Port Vale, clube da segunda divisão inglesam se manifestou, contando que agredido verbalmente, no dia 1 de janeiro, durante a derrota por 2 a 1 para o Carlisle United. Um grupo de torcedores, que estava atrás do gol, gritou diversas vezes para ele “se enforcar”.

– Estou muito decepcionado com o resultado de ontem contra o Carlisle, mas uma coisa que me chamou a atenção mais do que tudo foi o que alguns fãs me disseram atrás do gol. Eu não me importo que as pessoas me digam coisas e sempre retribuirei um pouco, porque isso é quem eu sou, mas em todos os meus anos jogando futebol, nunca ninguém me disse “vá e se enforque”. Acho isso nojento – escreveu Ripley na plataforma “X”, no dia seguinte ao jogo.

– Eles acham que podem dizer coisas assim enquanto estou trabalhando. Você não sabe o que estou passando e não sabe se isso poderia ter tido um efeito sério sobre mim. Talvez, as pessoas só precisem entender que somos apenas pessoas normais com família e amigos.

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