Direitos humanos não são problema da Fifa, politicagem, sim
O animal político pode ser tão grande dentro de cada um que causa cegueira, ou,, no mínimo, incapacidade de ver as coisas em perspectivas. Nos últimos meses, Joseph Blatter tem intensificado as discussões sobre a viabilidade de se fazer a Copa do Mundo de 2022 no Catar. Nos últimos dias, ele recebeu um argumento muito forte, mas deixou de lado porque, afinal, ele prefere negociações de gabinete do que ir para o mundo real.
Vários relatórios mostram como imigrantes de nações mais pobres da Ásia trabalham em condições de escravidão e sem proteção adequada em obras no Catar (incluindo, óbvio, a construção da infraestrutura do Mundial). Vários morrem em acidentes, e a questão de direitos humanos é mais do que evidente.
Mas o suíço diz que a entidade não tem nada a ver com isso. “Não é responsabilidade da Fifa. Sabia que há empresas europeias com base no Catar? Isso nos afeta muito, mas uma intervenção da Fifa não mudaria nada. Só o Catar poderia intervir nisso.”
Enquanto isso, a entidade tenta mudar a Copa do Mundo do verão do hemisfério norte para o inverno, avaliando a viabilidade de mudar todo o calendário do futebol mundial. A Austrália (um dos países derrotados pelo Catar) já disse que processará a Fifa se a mudança for feita, pois seria uma alteração das condições em que a disputa pelo evento foi realizada.
Isso Blatter considera problema da Fifa. Lidar com conversas políticas, com negociações. Pensar no que acontecem com pessoas reais dá muito trabalho.
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