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Apoio da Uefa à Copa de 2022 no inverno tranquiliza Platini

Com o consenso, óbvio, de que é impossível disputar uma Copa do Mundo no verão do Catar, Michel Platini tinha um problema. Não poderia apoiar uma mudança de país porque foi um dos grandes entusiastas da ideia e também corria o risco de alienar os membros associados da Uefa, entidade que preside, caso fosse a favor de uma mudança de data para o inverno.

O francês deve ter, portanto, aberto uma garrafa de champagne depois da decisão unânime dos 54 membros associados da Uefa de que realmente será necessário mudar a data do Mundial de 2022. Assim, ele se isenta de tomar uma posição firme sobre o assunto, que poderia resultar na perda do apoio das federações das quais precisará do voto caso seja candidato à presidência da Fifa em 2015 ou na irritação dos catarianos, com quem ele tem relações, digamos, íntimas. 

Uma das datas debatidas, janeiro de 2022, é quase impraticável por causa da Olimpíada de Inverno. A outra, novembro e dezembro, também é muito problemática e encontrará resistência das ligas e da televisão.

As ligas vão se opor porque atrapalharia fases decisivas da Liga dos Campeões e os próprios campeonatos nacionais. O executivo chefe da Premier League, Richard Scudamore, é tão contra uma mudança de data que chegou a dizer que é possível jogar futebol a 50 graus celsius. A oposição da televisão tende a ser ainda maior porque a Fox Sports pagou U$ 425 milhões pelos torneios de 2018 e 2022, um valor cerca de quatro vezes maior que o desembolsado pela ESPN para os Mundiais da África do Sul e do Brasil.

Segundo a Bloomberg, a Fox se opõe à Copa do Mundo no inverno porque ela coincidiria com jogos de futebol americano da NFL. “A FIFA nos informou que está considerando uma votação para mudar a Copa do Mundo de 2022. A Fox Sports comprou os direitos das Copas do Mundo entendendo que elas seriam no verão, como vêm sendo desde 1930”, disse a empresa de Rupert Murdoch em um comunicado.

Os membros da Uefa pediram que a Fifa não tenha pressa e sente com todos os grandes acionistas antes de tomar uma decisão. Eles têm 10 dos 22 votos do comitê executivo que vai se reunir no próximo 3 de outubro, em Zurique, quando se espera que haja uma votação a respeito da Copa do Mundo de 2022. Votação que cada vez mais ganha um caráter decisivo.

Foto de Bruno Bonsanti

Bruno Bonsanti

Como todo aluno da Cásper Líbero que se preze, passou por Rádio Gazeta, Gazeta Esportiva e Portal Terra antes de aterrissar no site que sempre gostou de ler (acredite, ele está falando da Trivela). Acredita que o futebol tem uma capacidade única de causar alegria e tristeza nas mesmas proporções, o que sempre sentiu na pele com os times para os quais torce.
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