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Tigres confirma que Diego Cocca aceitou proposta para ser o novo técnico da seleção mexicana

O campeão argentino pelo Racing, substituto de Tata Martino, terá a missão de renovar o México e melhorá-lo em praticamente todas as áreas

Com um comunicado curto e grosso, o Tigres anunciou a rescisão de contrato do técnico argentino Diego Cocca e confirmou que ele será o próximo comandante da seleção mexicana, em busca de uma nova direção depois de fazer uma péssima Copa do Mundo com Tata Martino. O aparente rancor se justifica em certa medida porque Cocca havia sido apenas contratado em novembro do ano passado, substituindo o experiente Miguel Herrera. O campeão argentino pelo Racing comandou o Tigres em apenas cinco rodadas do Campeonato Mexicano, com três vitórias e dois empates.

“Informamos que decidimos finalizar a relação trabalhista com Diego Cocca, como diretor técnico do Tigres, após ficar sabendo da sua decisão de aceitar o cargo de treinador da seleção nacional. A instituição sempre será prioridade e, por isso, continuaremos nosso projeto com o grande elenco que armamos e com a melhor torcida do México”, disse o clube, anunciando que o auxiliar técnico Marco Antonio ‘Chima’ Ruíz será promovido ao cargo de treinador principal.

O presidente do Tigres, Mauricio Culebro, havia dito em entrevista coletiva que o clube precisa de gente “comprometida com a instituição”. “Trabalhamos com projetos de longo prazo, sempre pensando em levar nossos times a brigar pelos campeonatos e agora temos que seguir em frente. A federação nos informou do interesse de entrevistar Diego e nesse momento falamos com Diego que a decisão era dele. Nós queremos pessoas comprometidas. É válido cumprir um sonho e não estamos na posição de lhe cortar as asas. Cada um é livre para tomar suas decisões e estamos focados no Tigres”, disse, segundo o Mediotempo.

Cocca ganhou destaque no futebol sul-americano quando conquistou o Campeonato Argentino pelo Racing, em 2014, quebrando jejum de mais de uma década. Ele se despediu em outubro do ano seguinte, dizendo que queria “continuar crescendo” com outros desafios, mas retornou ao Cilindro depois de uma passagem rápida pelo Millonarios. Chegou ao México pela primeira vez com o Tijuana, em 2017, e ainda treinou o Rosario Central antes de ser contratado pelo Atlas.

O Atlas foi seu grande trabalho depois do Racing. Conquistou dois títulos seguidos do Campeonato Mexicano, em dezembro de 2021, quebrando 70 anos de jejum, e depois em maio de 2022. Técnico muitas vezes especulado em clubes brasileiros, credenciou-se a ser um dos candidatos ao cargo da seleção mexicana, que sinalizou a saída de Tata Martino ainda durante a Copa do Mundo do Catar. Não foi à toa porque ele teve um trabalho fraco à frente do México.

O argentino comandou todo o ciclo, desde a saída de Juan Carlos Osório, em 2018, e teve um início promissor, com o título da Copa Ouro de 2019, mas perdeu duas finais consecutivas para os Estados Unidos, na Liga das Nações e em uma nova Copa Ouro em 2021 – essa segunda com um time mais forte do que o praticamente alternativo dos americanos.

O desempenho nas Eliminatórias da Concacaf também não era o ideal, embora os resultados aparecessem. No entanto, derrotas consecutivas fora de casa contra EUA e Canadá em novembro de 2021 ligaram um sinal de alerta e até geraram certo risco de que o México ficasse fora do Mundial, o que acabou não se concretizando. Chegou à última rodada confortável, mesmo que não matematicamente classificado, e venceu El Salvador para confirmar a vaga no Catar.

As atuações, porém, não melhoraram durante os amistosos, com derrotas para Paraguai, Colômbia e Suécia – três times que nem se classificaram para o Mundial – e Martino aumentou a pressão sobre si ao escolher não convocar bandeiras da seleção mexicana como Carlos Vela e Chicharito Hernández.

Na Copa do Mundo, estreou empatando com a Polônia por 0 a 0 e tentou apenas travar a Argentina, desesperada por uma vitória, sem apresentar um plano alternativo depois de Messi abrir o placar. Finalmente jogou alguma coisa na rodada final e venceu a Arábia Saudita, mas era tarde demais para manter a sua sequência de sete participações em oitavas de final consecutivas. A Federação Mexicana não achou a piada de que “pelo menos dessa vez o México não perdeu nas oitavas de final” tão engraçada e anunciou a saída de Martino um dia depois do fim da fase de grupos no Catar.

Cocca terá seu primeiro desafio em março, fora de casa, contra o Suriname, pela Liga das Nações da Concacaf. Sua principal missão será buscar novos talentos para um time que foi ao Catar sem nenhum jogador com menos de 24 anos e pareceu frágil tanto na defesa quanto no ataque.

Foto de Bruno Bonsanti

Bruno Bonsanti

Como todo aluno da Cásper Líbero que se preze, passou por Rádio Gazeta, Gazeta Esportiva e Portal Terra antes de aterrissar no site que sempre gostou de ler (acredite, ele está falando da Trivela). Acredita que o futebol tem uma capacidade única de causar alegria e tristeza nas mesmas proporções, o que sempre sentiu na pele com os times para os quais torce.
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