Os esquadrões da Cortina de Ferro
Um passeio pela trajetória de cinco grandes clubes formados pelo Leste Europeu durante o período comunista
O futebol do bloco comunista europeu exerceu, por décadas, um fascínio no Ocidente. Havia craques, havia equipes competitivas, e havia a sensação de que eles sabiam alguma coisa que o resto do mundo não sabia. Métodos científicos de descobrimento, formação e treinamento de atletas, sistema de organização que permitia que os jogadores se juntassem em clubes artificiais mantidos pelo governo. Era tudo estranho, e conhecia-se pouco naquela época em que a informação não corria com tanta liberdade quanto hoje.
O que ninguém ignorava era a capacidade técnica daqueles times. Seleções fortes, que conquistavam Eurocopa e brigavam até as fases decisivas nos Mundiais. E clubes com formações históricas, que encantaram o planeta e mostraram que o futebol também era talentoso e competitivo do outro lado da Cortina de Ferro.
Para relembrar esse período, vamos contar a história de cinco equipes, um por país, que simbolizaram a força do Leste Europeu entre as décadas de 1950 e 90. Foram clubes que marcaram época não apenas em seus países, mas também no cenário internacional pela qualidade do futebol apresentado e por conquistas.
O time de Puskás, que encantou a Europa nos anos 50, mudou a forma de muita gente ver o futebol e serviu de base para uma das maiores seleções da história que não conquistaram a Copa do Mundo.
Um time que dominou a Tchecoslováquia na década de 1960, cedendo sete jogadores da seleção vice-campeã mundial em 1962 e conquistando um tetracampeonato internacional na terra do anticomunismo: os Estados Unidos.
Parte 3: Dynamo de Kiev
A primeira grande força do futebol soviético que não era russa. O Dynamo saiu dos escombros de um time destruído pelo nazismo e conquistou competições continentais nas décadas de 1970 e 80, revelando alguns dos maiores craques da União Soviética.
Ganhar uma final em jogo único do Barcelona em solo espanhol não é para qualquer um. Foi o que fez o Steaua Bucareste nos anos 80, tornando-se o primeiro clube do Leste Europeu a conquistar a Copa dos Campeões.
Já pensou se a Iugoslávia ainda existisse? Todo mundo faz esse exercício de imaginação de tempos em tempos. Bem, no começo da década de 1990, a Iugoslávia existia, e o Estrela Vermelha era a expressão clubística disso, juntando grandes craques sérvios, croatas, montenegrinos e macedônios para conquistar o título mundial.