Dybala diz que opção de não renovar foi da Juventus e não quis a camisa 10 da Roma por respeito a Totti
Em sua coletiva de apresentação, Dybala comentou sobre conversa com Totti em jogo beneficente, a escolha da camisa 21 e a importância de Mourinho
A chegada de Paulo Dybala à Roma foi uma surpresa confirmada na última quarta-feira e nesta terça o jogador foi apresentado em coletiva de imprensa e depois à torcida, em um evento a céu aberto na cidade. Milhares de romanistas foram ao Colosseo Quadrato no Palazzo della Civilità. Ele comentou sobre as ambições na Roma, a saída da Juventus, a negociação com a Inter e a chegada à Roma, com ajuda de Francesco Totti e José Mourinho.
Em meio a uma onda de empolgação, Dybala foi perguntado se a Roma poderia brigar pelo scudetto. “É muito cedo para falar sobre o scudetto agora. Há um grande desejo de todo mundo. A Roma ganhou um troféu importante, tem mais ambição no futuro. Acho que cresceram muito nos últimos anos, mesmo com os jogadores, que chegaram junto com o técnico. Há alguns objetivos importantes”, respondeu o argentino.
Perguntado se ele preferia jogar como segundo atacante ou como meia ofensivo, o jogador disse que está à disposição do técnico. “Eu digo que isso será o trabalho do técnico. Certamente, ao longo das partidas ele encontrará as melhores soluções para mim e para o time. Estou aberto a fazer as duas posições, jogar onde ele quiser”, disse.
Perguntado se ele comemoraria um gol contra a Juventus, ele foi bastante claro. “Acredito que a resposta vem por si mesma: obviamente não. Estou curioso para ver o que acontecerá nesta noite (na apresentação com a torcida). Graças às redes sociais, estamos em contato próximo, estamos mais próximos das pessoas e as demonstrações de carinho foram enormes, mesmo antes que eu chegasse”, contou.
Dybala foi perguntado sobre a saída da Juventus e foi muito claro: quem não quis a sua permanência foi o clube de Turim. “O diretor [Maurizio] Arrivabene foi muito claro em seus comentários. Nós tínhamos um acordo para assinar em outubro, o clube nos pediu para esperar. Em março, recebemos uma resposta do clube que eu não era mais parte do projeto que seguiria adiante”, contou Dybala.
“Não foi uma questão financeira, era uma não-questão, o clube decidiu por seguir outro caminho junto com o técnico [Massimiliano Allegri]. Falei com todo mundo e foi assim que aconteceu. Se era a opção deles, então não é um problema para mim”, afirmou ainda o argentino.
O atacante era muito ligado à Inter, com quem negociou e onde o diretor do clube, Beppe Marota, disse claramente que o argentino interessava. A volta de Lukaku ao clube, porém, fez com que o ataque deixasse de ser uma prioridade, até porque o salário de Dybala seria alto e o clube já tinha assumido um compromisso financeiro alto com o retorno do belga. O jogador foi perguntado se se sentiu traído pela Inter.
“Não, de modo algum. Desde que meu contrato com a Juventus terminou, meus agentes falaram com muitos times e vocês falaram sobre muitos times. Tenho um bom relacionamento com Marotta. Muitos times fizeram propostas. Então, em certo ponto, o direto chegou a Turim e as coisas mudaram”, relatou o jogador.
Assim, ele acabou na Roma e o jogador contou que José Mourinho foi um fator determinante para isso. “Minha primeira pergunta para Mourinho foi se podíamos vencer. Gosto de vencer, mas há alguns pontos de referência que vimos na temporada passada. Há o conhecimento do jogador e a confiança dos jogadores, enquanto entendem um ao outro em treinamento. Isso é muito importante para atingir o objetivo. Darei tudo de mim para continuarmos a vencer”, comentou Dybala.
O argentino comentou sobre um jogo beneficente que fez com Francesco Totti, lendário jogador italiano e ídolo máximo da Roma. Totti comentou em maio que tentaria levar Dybala para a Roma. “Nos vimos em uma partida de [Samuel] Eto’o, conversamos no vestiário, mas não houve garantias. Ele falou com muito carinho sobre a Roma, mas não voltamos a falar sobre o assunto”, contou Dybala.
O jogador ainda comentou sobre não ter escolhido vestir a camisa 10, o mesmo número que vestiu nas últimas temporadas na Juventus e que o eterno capitão eternizou no clube. “A coisa mais importante para mim, como sempre disse, é saber quem foi a última pessoa a vestir o número. Há respeito, é uma camisa importante para os torcedores”, afirmou. “O número 21 é muito importante, uso na seleção, pelo que tive no começo quando comecei a vencer na Juventus. Quem sabe no futuro, mas neste momento eu estou feliz com a camisa 21”.
Depois, na apresentação ao público, elogiou a torcida. “Tenho muito orgulho de conhecer vocës, jogar aqui sempre foi difícil pelo que vocês fazem. Ter o privilégio de estar aqui me faz querer entrar no Olímpico com todos vocês na curva, responsáveis por tudo isso, mas também seja muito legal. Quero entrar em forma rapidamente para ver essa galera incrível que está aqui com a gente. O dérbi? Imagino que seja lindo”, disse Dybala.
A empolgação com a contratação do atacante é imensa. Ele já recebeu até uma homenagem em um mural, chamado de “San Paolo la Joya”. A sua venda de camisas tem sido bastante grande, segundo relatos da imprensa italiana – o que é ótimo especialmente para a New Balance, fornecedora de material esportivo da equipe da capital.
Veja fotos e vídeo da apresentação de Dybala para cerca de 10 mil torcedores em Roma: