Premier League

United escapou de tomar goleada em um jogo que o City controlou e venceu facilmente em Old Trafford

Em mais uma atuação ruim do Manchester United, o rival Manchester City aproveitou para vencer controlando a partida sem grandes problemas

O Manchester United viveu mais um dia em que foi dominado e vencido em casa por um rival. Depois de tomar 5 a 0 do Liverpool no último dia 24 de outubro, desta vez foi o Manchester City que foi a Old Trafford e venceu com tranquilidade por 2 a 0. O placar até saiu barato diante do volume de jogo que os visitantes tiveram no primeiro tempo. Sem sofrer, o City controlou a partida no segundo tempo, sob muita chuva, e saiu de campo com uma vitória com autoridade. A pressão sobre Ole Gunnar Solskjaer, técnico dos Red Devils, aumenta.

Solsjaer ganhou algum respiro com a vitória por 3 a 0 sobre o Tottenham e depois por ter arrancado um empate sofrido diante da Atalanta na Champions League, fora de casa. Mais uma vez, o United mostrou uma inferioridade grande diante de um grande adversário, mesmo jogando em sua casa. O placar poderia ter sido muito pior caso a atuação de David De Gea não fosse tão boa no primeiro tempo – ainda que ele não tenha ido bem no segundo gol, em que a falha maior foi de Luke Shaw.

A pressão sobre Solkjaer tende a aumentar, ainda mais porque temos uma data Fifa pela frente, um momento que costuma ser favorável para mudar de técnico e dar alguns dias para que o novo técnico se adapte e treine o time. A diretoria do Manchester United não parece disposta a demitir o treinador, ainda mais sem ter um nome que seja de consenso. Antonio Conte, por exemplo, foi um dos especulados após a goleada sofrida diante do Liverpool, mas não era um nome que a diretoria tinha convicção de ser o melhor para o clube no médio prazo.

A impressão que dá é que o United queria ter motivos para não demitir e levar o time até o final da temporada. Fica cada vez mais difícil quando o contraste é grande demais entre times bem treinados e bem armados contra o United, que parece frágil diante deles, tanto ofensivamente quanto defensivamente. Resta saber quais serão os próximos passos.

Escalações

Ole Gunnar Solskjaer entrou em campo com três defensores, com Eric Bailly ao lado de Victor Lindelof e Harry Maguire. Com Paul Pogba suspenso, o meio-campo teve Scott McTominay, Fred e Bruno Fernandes. Mason Greenwood e Cristiano Ronaldo no ataque.

Pep Guardiola, por sua vez, foi a campo no seu tradicional 4-3-3. Bernardo Silva atuou centralizado, com Gabriel Jesus pela direita e Phil Foden na esquerda. No meio, Rodri, Kevin De Bruyne e Ilkay Gündogan no meio-campo.

- - Continua após o recado - -

Assine a newsletter da Trivela e junte-se à nossa comunidade. Receba conteúdo exclusivo toda semana e concorra a prêmios incríveis!

Já somos mais de 3.200 apaixonados por futebol!

Ao se inscrever, você concorda com a nossa Termos de Uso.

Pressão inicial e gol contra

O City foi ao Old Trafford e pressionou desde o começo. Atacou pela direita, chutou com Kevin De Bruyne, que não foi muito perigoso, mas sobrou do lado esquerdo para Ilkay Gündogan tentar a finalização, sem muita precisão e a defesa afastou. A bola sobrou novamente pelo lado esquerdo e João Cancelo cruzou para a área. Desta vez, qquem foi para a bola foi Eric Bailly. E foi mal. Desviou contra o próprio gol e marcou gol contra:  1 a 0 para o City.

Nos minutos seguintes ao gol, é inevitável que os torcedores tenham temido o cenário que se viu no jogo contra o Liverpool.

United reage com ele: Cristiano Ronaldo

Foi só aos 25 minutos que o Manchester United conseguiu levar perigo à defesa do City. O time saiu para jogar e posicionou o time de forma um pouco mais avançada. Luke Shaw cruzou à meia altura e Cristiano Ronaldo finalizou de primeira e conseguiu uma boa finalização, muito bem defendida por Ederson. O goleiro brasileiro precisou trabalhar pela primeira vez, e em uma bola difícil.

De Gea trabalha muito

Só que o City mostrou como poderia ser perigoso também no contra-ataque. Gündogan ligou rapidamente com o ataque e achou Phil Foden com muito espaço pela esquerda. Ele avançou, cruzou rasteiro para a área e Kevin De Bruyne finalizou, mas foi defendido pelo goleiro. No rebote, a bola sobrou para Gabriel Jesus, que girou e finalizou, mas o goleiro defendeu.

O City voltou à carga e pressionando mais ainda. Foram várias defesas do goleiro, com finalizações até contra de Lindelof, em um cruzamento de Phil Foden, ou mesmo em chutes de Kevin De Bruyne, perigoso e que ele mandou para escanteio, e de João Canecelo, que finalizou também de fora da área e o goleiro rebateu para frente. O City aproveitava o momento para agredir mais e mais. De Gea impedia que o placar aumentasse.

Bernardo Silva fez o segundo

Bernardo Silva começou a jogada no campo de defesa até a ponta direita, girou para o lado esquerdo e esperou dentro da área. Recebeu um cruzamento de João Cancelo que parecia perdido, mas Luke Shaw deu espaço e Bernardo Silva se jogou na bola para finalizar. De Gea, que tinha pegado tudo, não conseguiu segurar desta vez uma bola que veio em cima dele, mas de muito perto: 2 a 0. Foi o placar do primeiro tempo.

Mudança de jogador, mas não do jogo

Solskjaer decidiu desmontar o esquema do primeiro tempo. Tirou o zagueiro Bailly e colocou o ponta Jadon Sancho. Assim, o United saiu de um 3-5-2 para jogar no 4-2-3-1. Sancho passou a jogar pelo lado esquerdo, Greenwood do lado direito, com Bruno Fernandes como meia centralizado. Cristiano Ronaldo como referência no ataque.

Apesar da mudança nos jogadores, o United continuava parecido. Sem conseguir atacar com perigo e vendo o City tocar a bola com tranquilidade, controlando o jogo. Rapidamente, o time de Guardiola recuperava a bola e a mantinha até com certa facilidade. Os visitantes não apertavam muito no segundo tempo em Old trafford, mas claramente davam as cartas no jogo.

A torcida do Manchester City cantava, ironicamente, o mesmo que a torcida do United normalmente canta para Solskjaer: “Ole is at the wheel, at the wheel, Ole is at the wheel” (“Ole está na direção”, em tradução livre). Com 30 minutos, sem o panorama do jogo mudar, a torcida do City chegava a gritar “olé” nas trocas de passes do time.

Quando o Manchester City acelerou um pouco em um contra-ataque, quase marcou o terceiro. O United perdeu a bola no campo de ataque, em um passe errado, De Bruyne acionou Phil Foden em contra-ataque e o atacante chutou cruzado, para fora. A bola ainda tocou o pé da trave.

O jogo pareceu passar em ritmo lento em todo o segundo tempo. A tranquilidade do City não foi ameaçada pelo United, que terminou o jogo com meras cinco finalizações – o City fez 16. O único chute do United no alvo foi a finalização de Cristiano Ronaldo, que foi a única que ele conseguiu dar no jogo.

A forma como o jogo terminou dá a medida do que diferencia os dois times: o City soube jogar e controlar o adversário o tempo todo. O United, precisando mudar o jogo, parecia amarrado, sem muitas ideias para sair dessa pressão e posse de bola do adversário.

“Ole is at the wheel”, diz a música que era cantada pela torcida do United e é cantada por adversários de modo irônico agora. Resta saber se ele ficará muito mais tempo no controle.

Veja os melhores momentos:

Foto de Felipe Lobo

Felipe Lobo

Formado em Comunicação e Multimeios na PUC-SP e Jornalismo pela USP, encontrou no jornalismo a melhor forma de unir duas paixões: futebol e escrever. Acha que é um grande técnico no Football Manager e se apaixonou por futebol italiano (Forza Inter!). Saiu da posição de leitor para trabalhar na Trivela em 2009, onde ficou até 2023.
Botão Voltar ao topo