Premier League

Muita posse de bola, pouca efetividade: Chelsea decepciona e Brentford vence em Stamford Bridge

Time de Pochettino repetiu os erros: teve o domínio do jogo, mas não conseguiu fazer o gol e acabou derrotado pelo Brentford em casa

O Chelsea mais uma vez decepcionou pela Premier League ao perder em casa para o Brentford por 2 a 0. O time de Mauricio Pochettino teve os mesmos problemas de outros jogos: dominou a posse de bola, esteve presente no campo de ataque por longos períodos, mas não conseguiu o gol. Acabou tomando um gol e sentiu o jogo, sem conseguir reagir para colocar o Brentford na parede.

Foi a terceira derrota em casa do Chelsea nesta temporada da Premier League. Em seis jogos, o time só conseguiu uma vitória, empatou duas vezes – uma delas contra o Arsenal, na última rodada – e perdeu outras três. A falta de efetividade do time é preocupante e começa a pesar sobre esse elenco, jovem, e também sobre o técnico. O time apresenta muito pouco, têm um jogo que não consegue colocar o adversário na parede e vai perdendo muitos pontos, ficando cada vez mais distante dos times que disputam a partir de cima da tabela. É difícil explicar o momento tão ruim do Chelsea neste início de temporada.

O Brentford foi até Stamford Bridge para se defender e sair em contra-ataques. Pouco conseguiu fazer ao longo do primeiro tempo, mas conseguiu causar problemas no segundo tempo. É a terceira vitória seguida do Brentford em Stamford Bridge.

O técnico Mauricio Pochettino colocou em campo um time bastante jovem, como tem sido habitual nos Blues. A média de idade dos titulares era de 25,2 anos, com o zagueiro Thiago Silva, de 39 anos, como o mais experiente. A linha defensiva teve o zagueiro Axel Disasi como lateral direito, com Levi Colwill fazendo dupla com Thiago Silva e Marc Cucurella na lateral esquerda.

 O capitão do time foi Conor Gallagher, cria do clube, de apenas 23 anos, atuando ao lado de Moisés Caicedo no centro do meio-campo. Cole Palmer, contratado nesta temporada vindo do Manchester City, foi titular, junto a Raheem Sterling pela direita e Noni Madueke pela direita, com Nicolas Jackson no comando do ataque, ainda tentando engrenar no novo clube.

O Brentford foi escalado por Thomas Frank com três zagueiros para se defender com cinco jogadores e fechar os espaços, especialmente pelos lados do campo, com o atacante Bryan Mbeumo como o principal nome no ataque.

Chelsea

4-2-2-2
1
Robert Sanchez
es
2
Axel Disasi
fr
6
Thiago Silva
br
26
Levi Colwill
gb
3
Marc Cucurella
es
23
Conor Gallagher
gb
25
Moises Caicedo
ec
11
Noni Madueke
gb
20
Cole Palmer
gb
7
Raheem Sterling
gb
15
Nicolas Jackson
sn
Substitutos
5
Benoit Badiashile
fr
29
Ian Maatsen
nl
52
Alex Matos
gb
27
Malo Gusto
fr
16
Lesley Ugochukwu
fr
36
Deivid Washington De Souza Eugenio
br
50
Eddie Beach
gb
24
Reece James
gb
28
Djordje Petrovic
rs

Brentford

3-5-2
1
Mark Flekken
nl
20
Kristoffer Ajer
no
5
Ethan Pinnock
jm
22
Nathan Collins
ie
30
Mads Roerslev Rasmussen
dk
8
Mathias Jensen
dk
6
Christian Norgaard
dk
27
Vitaly Janelt
de
2
Aaron Hickey
gb
19
Bryan Mbeumo
cm
11
Yoane Wissa
cd
Substitutos
37
Michael Olakigbe
gb
16
Ben Mee
gb
15
Frank Onyeka
ng
21
Thomas Strakosha
al
38
Ethan Brierley
gb
7
Neal Maupay
fr
14
Saman Ghoddos
ir
33
Yehor Yarmoliuk
ua
13
Zanka
dk

Domínio sem efetividade

O começo de jogo foi marcado pela velocidade do Chelsea. Com um time cheio de jogadores velozes no meio-campo e no ataque, o time pisava no acelerador quando tinha a bola e isso criava dificuldade para Brentford.

O Chelsea criou a sua primeira chance antes dos cinco minutos, com um ataque com muita velocidade que envolveu Cole Palmer, que começou a jogada antes do meio-campo, Nicolas Jackson, que foi rápido para acionar Sterling, que devolveu para Palmer, já perto da área, e o meia tentou o passe de volta para Sterling por cima, mas a bola passou por ele. Não teve finalização, mas foi um lance de perigo que o time errou o passe para criar uma chance.

Logo depois, aos sete minutos, veio outro ataque rápido, desta vez com Cucurella acionando Jackson pelo lado esquerdo e o centroavante avançou com certa liberdade, puxou para o meio e finalizou, mas mandou para fora, sem direção. Era uma amostra do jogo, com o Chelsea tentando explorar seus jogadores rápidos para agredir o Brentford.

Para impedir esses ataques em velocidade, o Brentford passou a se posicionar ainda mais atrás, congestionando o meio-campo e a entrada da área. Mesmo assim, o Chelsea conseguiu criar em uma boa troca de passes. Disasi e Palmer trocavam passes, até que Palmer achou um lindo passe por cima para o lateral Cucurella chegar dentro da área como centroavante, livre, mas o chute de pé direito, que não é o bom, foi fraco e não levou qualquer perigo ao goleiro Mark Frekken.

Aos 19 minutos, o Chelsea mais uma vez chegou com uma boa troca de passes pelo meio, em um lance que começou com Sterling, passou por Madueke e foi novamente Palmer quem fez um bom passe para Sterling receber dentro da área em condições de finalizar, mas ele mandou por cima. A sua posição parecia ser de impedimento e o lance provavelmente seria checado, e anulado, se ele tivesse acertado o chute.

Mantendo a posse de bola e buscando os espaços, o Chelsea continuava pressionando, mas não conseguia criar grandes chances. O time se aproximava da área, mas não conseguia finalizações que fizessem o goleiro Frekken realmente trabalhar. Tanto que eram poucos chutes no algo do time da casa, mesmo que o número total de finalizações fosse razoável.

No fim do primeiro tempo, Cole Palmer teve a chance de uma cobrança de falta na entrada da área mais para o lado direito, perfeita para alguém que cobra com o pé esquerdo, como era o caso dele. Ele bateu com algum perigo, mas mandou para fora. O jogo foi mesmo para o intervalo empatado por 0 a 0.

Brentford aproveita as chances

O panorama do segundo tempo era muito parecido com o primeiro. O Chelsea seguia com a bola, trabalhando no campo de ataque e procurando espaços, que o Brentford não fornecia.  A enorme posse de bola do time da casa não parecia ter efeito e os visitantes estavam preparados para tentar atrapalhar ao máximo esse tipo de jogo do Chelsea.

Aos 12 minutos, o Brentford conseguiu o gol. Mathias Jensen cobrou lateral para Bryan Mbeumo pelo lado direito do ataque, recebeu de volta, tocou para Mbeumo na linha de fundo. O camaronês cruzou na segunda trave e quem apareceu para cabecear foi o zagueiro Ethan Pinnock, aproveitando a indecisão de Madueke e Disasi, e colocou na rede: 1 a 0.

Foi um gol surpreendente pelo que estava acontecendo no jogo. O Brentford mal chegava ao ataque, tinha criado poco até ali e o Chelsea, mesmo sem conseguir dar trabalho de verdade para o goleiro adversário, era quem dominava as ações e permanecia constantemente no campo de ataque.

Tomar o gol deixou o Chelsea abalado e o time demorou a reagir. Pochettino colocou em campo Reece James e Ian Maatsen aos 21 minutos, tentando dar um pouco de vide pelos lados do campo do time, que não iam bem. Pochettino colocou em campo o atacante David Washington no lugar do lateral Cucurella, além de Lesley Ugochukwu  no lugar de Caicedo, para tentar a pressão.

As oportunidades eram raras e o Chelsea só chegou aos 40 minutos, em cobrança de escanteio que Thiago Silva apareceu para cabecear, mas sem conseguir colocar a direção do gol. Cole Palmer, o mais participativo dos Blues, parecia afogado no meio da marcação.

Pouco depois, o Chelsea chegou pela direita levando algum perigo: Reece James foi lançado na direita, cruzou rasteiro para a área e a bola passou por todo mundo, inclusive por Deivid Washington, que furou.

Em dois contra-ataques, o Brentford ficou muito perto de marcar gols que matariam o jogo. O goleiro Robert Sánchez fez a defesa em um chute de Yehor Yarmoliuk, que recebeu livre, de frente para o goleiro. Logo em seguida, foi a vez de Mbeumo, que recebeu cruzamento rasteiro dentro da área e bateu de primeira para fora.

Aos 50 minutos do segundo tempo, com o Chelsea inteiro no ataque em um escanteio, o Brentford cravou o punhal no peito do Chelsea. Mbeumo ganhou o rebote no alto, Neal Maupay avançou com a bola sozinho, sem ninguém pela frente, com o goleiro Robert Sanchez correndo atrás de forma desesperada. Ele até chegou, mas não conseguiu fazer a falta. Maupay só rolou para o lado, onde estava Mbeumo, livre, para tocar para o gol vazio: 2 a 0.

Próximos jogos

A derrota deixa o Chelsea com 12 pontos e é ultrapassado pelo próprio Brentford, que chega a 13 pontos. O Chelsea volta a campo na próxima quarta-feira, dia 1º de novembro, contra o Blackburn, pela Copa da Liga. O Brentford no próximo sábado, dia 4 de novembro, diante do West Ham em casa.

28/10/23 - 08:30

Finalizado

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Chelsea - Brentford

England Premier League - Stamford Bridge

Foto de Felipe Lobo

Felipe Lobo

Formado em Comunicação e Multimeios na PUC-SP e Jornalismo pela USP, encontrou no jornalismo a melhor forma de unir duas paixões: futebol e escrever. Acha que é um grande técnico no Football Manager e se apaixonou por futebol italiano (Forza Inter!). Saiu da posição de leitor para trabalhar na Trivela em 2009.
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