Manchester United brinca em perder gols, mas consegue bater o Wigan na Copa da Inglaterra
Por falta de pontaria ou mérito do goleiro Sam Tickle, o Manchester United empilhou chances desperdiçadas contra o Wigan
Tudo que o Manchester United precisava era iniciar 2024 em paz, tranquilo. Na véspera do Natal, o clube anunciou a aguardada venda de 25% e o controle do futebol a empresa INEOS, do bilionário Jim Ratcliffe, e espera que a transição também não traga problemas. Com executivos da companhia nas arquibancadas do DW Stadium nesta segunda-feira (8), os Red Devils entregaram uma atuação sólida – apesar das várias chances perdidas – para bater o Wigan, 18º colocado da terceira divisão inglesa, por 2 x 0 pela terceira rodada da Copa da Inglaterra.
Claro, o placar poderia ter sido muito diferente se o time da casa tivesse aproveitado uma chance logo aos dois minutos e meio do primeiro tempo. Foi um rápido contra-ataque e o ponta Martial Godo cruzou rasteiro, na medida, para o meia Thelo Aasgaard, na segunda trave. Não contava que André Onana ficasse enorme na frente dele e fizesse uma grande defesa. Vale citar que o goleiro camaronês adiou sua apresentação na Copa das Nações Africanas para estar na partida de hoje.
A oportunidade perdida pelos Latics cobrou o preço. O Manchester United passou a dominar completamente o jogo e empilhou chances. Primeiro, Marcus Rashford infernizou a defesa adversária e bateu para ótima defesa de Sam Tickle, o grande destaque do Wigan no dia. Depois, uma grande troca de passes quase acabou em golaço de Scott McTominay. O placar foi finalmente aberto aos 21. Rashford tentou finalizar, a bola retornou ao inglês que tocou para trás. Chegou em Diogo Dalot, que levou para perna direita e finalizou colocado, perfeito na bochecha da rede.
O gol não mudou em nada o cenário do jogo. Com uma escalação que tinha o de melhor à disposição, parecia que Ten Hag queria uma goleada contra um time que está 53 posições abaixo na hierarquia do futebol inglês. O placar elástico só não aconteceu pela efetividade pífia da equipe – algo já visto antes na temporada. Rasmus Hojlund perdeu um gol sem goleiro, se aproveitando de rebote, e antes tinha mandado uma cabeçada no travessão. Rashford também quase deixou o seu em chute no meio do gol que Tickle quase espalmou para dentro do gol. Alejandro Garnacho foi outro a balançar as traves adversárias na etapa inicial. Atordoado, o Wigan só saiu ao ataque uma vez para tentativa de longe de Stephen Humphrys, quase desviada por Godo de letra.
No segundo tempo, o United não empilhou chances claras como antes, mas ainda sim era absoluto. Tickle fez outras duas grandes intervenções em chutes de Kobbie Mainoo e Garnacho. O jovem goleiro, de apenas 21 anos, só não conseguiu impedir a penalidade muito bem convertida por Bruno Fernandes, que descolocou facilmente o adversário. O próprio português sofreu a infração dentro da área ao cortar para perna esquerda e sofrer um leve toque no pé direito de Liam Shaw, vindo em um carrinho descontrolado.
Valeu para torcida do Wigan o grande comparecimento nas arquibancadas do DW. Mais de 22 mil pessoas estiveram no estádio, público alto e não visto desde 2013, quando os Latics ainda estavam na Premier League.
Manchester United terá apenas um jogo da Premier League em janeiro – ufa, diz o torcedor!
O mês de dezembro do United foi para esquecer, com duras derrotas na Premier League e a eliminação na Champions League. Para 2024, inicia com uma boa vitória e será um mês mais leve porque de hoje até fevereiro, só jogará contra o desfalcado Tottenham, em casa, no dia 14 de janeiro.
Esse período será essencial para Ten Hag corrigir os vários problemas da equipe e ter o retorno de vários lesionados. Contra o Wigan, ainda foram desfalques os atletas Luke Shaw, Tyrell Malacia, Lisandro Martínez, Mason Mount, Casemiro, Harry Maguire, Victor Lindelof e Anthony Martial. No entanto, em janeiro, não poderá contar com o volante Sofyan Amrabat, a serviço de Marrocos na Copa Africana, além, claro, de Onana.
Também serão dias agitados nos bastidores do clube, com a transição para nova gestão, demissões e mudanças em cargos-chave do futebol.