Copa da Inglaterra

O ‘detalhe estúpido’ que Guardiola percebeu e explica a temporada ruim do City

Técnico dos Citizens notou um problema ainda em dezembro do ano passado que poderia indicar os problemas que o time sofreu nesta temporada

Fora totalmente da briga pelo título da Premier League e eliminado da Champions League e da Copa da Liga Inglesa, o Manchester City surpreendeu negativamente nesta temporada. Após quatro títulos ingleses seguidos, um recorde, e se mantendo como o melhor time do mundo, os Citizens perderam a magia recente e sucumbiram em 2024/25.

Esse desastre, iniciado em outubro do ano passado, foi percebido por Pep Guardiola há alguns meses.

Em dezembro do ano passado, durante a vitória por 3 a 0 sobre o Nottingham Forest, o técnico notou como seus jogadores pouco celebraram os gols marcados. Essa atitude de apatia com o maior feito em um jogo de futebol fez o catalão enxergar que a equipe não tinha a mesma paixão das temporadas anteriores.

— Temos que melhorar para criar outro ambiente em relação ao time, ao espírito, à forma como nos recuperamos. As comemorações quando marcamos um gol.[Bernardo] marcou um gol nos primeiros minutos [contra o Forest] e a forma como comemoramos… não comemoramos nesta temporada quando marcamos o primeiro gol em outubro, novembro, dezembro, janeiro [como nas temporadas anteriores] — iniciou.

— Não comemoramos dessa forma — a linguagem corporal, não comemoramos dessa forma. Esse detalhe estúpido diz muito sobre a paixão que tínhamos o tempo todo e que não tivemos nesta temporada — explicou.

Elenco do Manchester City comemora gol contra o Nottingham Forest
Elenco do Manchester City comemora gol contra o Nottingham Forest (Foto: Imago)

Não apenas pela postura corporal dos jogadores, Guardiola vê as lesões como o grande trauma dos azuis de Manchester nesta temporada. Além de Rodri, que logo nos primeiros jogos sofreu um ruptura do ligamento do joelho que o tira dos gramados até hoje, foram vários outros jogadores importantes fora por questões físicas. Com isso, o elenco ficava curto para treinos e os atletas disponíveis sabiam que jogariam de todo jeito, o que é negativo, segundo o treinador.

— Não conseguíamos treinar. Tínhamos 12, 13 jogadores, a cada três dias. Não conseguíamos nos recuperar com o ritmo e a energia necessários. Os jogadores precisam sentir que não vão jogar, e não conseguiram sentir isso porque não tínhamos jogadores [à disposição]. Tivemos seis, sete, oito lesões na maioria das vezes. Houve outras, mas esse foi o maior problema. Lembro-me de muitas vezes em que jogamos bem por 65 a 70 minutos [nesta temporada] e depois caímos.

A crise das lesões faz o catalão pensar até hoje o que poderia ter feito, se poderia envolver mais os garotos da base. Pep crê que os Citizens precisam recuperar a vontade de vencer que tiveram nos nove anos anteriores, desde que ele chegou, em 2016.

— Claro que é possível fazer algumas mudanças, envolver mais Nico [O'Reilly] ou outros, mas eu não fiz isso. Reflito sobre aquela época. Precisamos recuperar o espírito que tivemos durante aqueles nove anos. Naquela primeira temporada [2016-17], não vencemos, mas tínhamos energia e um novo técnico. Este ano, não tivemos isso — finalizou.

Agora em boa fase, Manchester City quer Copa da Inglaterra

O Forest fez Guardiola perceber que a temporada do City seria um fracasso e agora será o adversário em jogo que pode tornar 2025 menos doloroso ao torcedor do clube azul. As equipes se enfrentam neste domingo (27) pela semifinal da Copa da Inglaterra. Quem avançar enfrentar o Crystal Palace na decisão, em 17 de maio, em Wembley.

Justamente agora, quando se divide entre conquistar uma vaga na próxima Champions via Premier League (está em quarto com 61 pontos) e pode conquistar uma taça, o Manchester vive talvez o grande momento desde o início da temporada. São sete jogos sem perder, sendo cinco vitórias.

Caso chegue na final da FA Cup, os Citizens podem contar novamente com Rodri, próximo de se recuperar da lesão no joelho, e talvez Haaland, este mais improvável por conta de problema no tornozelo.

— Em todos os treinos que Rodri faz conosco, ele está indo muito bem, mas não sei [se ele estará em forma para a final]. O jogador quer, mas o médico vai me dizer se eu tiver sinal verde para dar alguns minutos a ele. Vou confiar nos médicos nesse caso — afirmou o treinador.

Foto de Carlos Vinicius Amorim

Carlos Vinicius AmorimRedator

Nascido e criado em São Paulo, é jornalista pela Universidade Paulista (UNIP). Já passou por Yahoo!, Premier League Brasil e The Clutch, além de assessorias de imprensa. Escreve sobre futebol nacional e internacional na Trivela desde 2023.
Botão Voltar ao topo