Os dois fatores que fazem Bruno Guimarães preferir o Newcastle ao Manchester City
Brasileiro foi sondado em gigantes europeus durante as últimas janelas de transferências
Bruno Guimarães é um dos nomes mais falados nas janelas de transferências da Europa há alguns anos. Desde 2022, quando trocou o Athletico-PR pelo Lyon, e ainda mais recentemente, ao acumular os papéis de referência do Newcastle na Premier League e presença constante na Seleção Brasileira.
Em agosto último, por exemplo, o volante brasileiro esteve na pauta de times do tamanho de Manchester City, Arsenal, Liverpool e Barcelona.
Ainda em 2023, a PL Brasil revelou que Bruno chegou a recusar uma investida do Liverpool, que toparia pagar algo em torno de 100 milhões de libras para tirá-lo do Newcastle.
A janela fechou, mas nem por isso seu nome deixou de ser ventilado. Recentemente, a lesão de Rodri, pilar do City, reviveu os boatos de que Pep Guardiola teria interesse em contratar o brasileiro. A informação foi divulgada pelo jornal espanhol As.
E uma negociação com um gigante europeu, que tem chances de vencer a Champions League — competição que o Newcastle nem disputa na temporada 2024/25 — poderia, de fato, interessar ao brasileiro.
Mas a Trivela apurou que alguns fatores nos bastidores do clube foram fundamentais para convencer Bruno a ficar mais tempo no norte da Inglaterra.
Publicado por @trivelafutebolVer no Threads
Fator 1: Bruno Guimarães capitão
O início da temporada marcou a primeira vez que Bruno Guimarães usou a faixa de capitão do Newcastle. Aconteceu logo na primeira rodada da Premier League, contra o Southampton, no dia 19 de agosto — cerca de 10 dias antes do fechamento da janela, quando ainda existiam rumores sobre a sua saída.
Desde então, Guimarães foi o capitão do time nos seis jogos que começou como titular. Ele superou concorrentes mais velhos que eram os donos da faixa até a temporada passada, como Kieran Trippier e Dan Burn.
No empate contra o City, por exemplo, o trio foi titular e o capitão foi Bruno.
O aumento da moral do brasileiro, que é considerado um líder do elenco inglês mesmo aos 26 anos e vindo de outro país, faz com que ele não queira sair dos Toons para jogar num patamar europeu mais elevado, ao menos por enquanto.
A Trivela ouviu do entorno do jogador que, no momento, Bruno Guimarães “só sai se o Newcastle quiser”.
— Ele tem muito respeito dos companheiros e virar capitão era seu sonho. São muitos clubes com interesse, mas só tem negócio se eles se resolverem primeiro com o Newcastle. O Bruno não vai se posicionar (por uma saída). Tem que partir do clube querer vender — garantiu uma fonte próxima ao atleta.
A informação bate com a declaração pública de Guimarães após sua estreia como capitão na Premier League.
— Outro sonho se tornou realidade para mim, de ser capitão aqui. Onde eu sou apaixonado e onde eu amo estar. Mas tenho certeza que é impossível encontrar palavras para dizer o quanto estou feliz. Não sei se seguirei como capitão, mas acho que há muitas maneiras de ser um líder. Eu só quero ajudar a equipe, mas foi uma ótima sensação – disse o jogador.
Fator 2: ‘tampão' de Rodri
Outro aspecto que teria influenciado na decisão de Bruno diz respeito especificamente às últimas especulações, que colocaram o jogador como possível substituto de Rodri no City.
Isso porque o espanhol tem um prazo de retorno para a equipe. Mesmo com a grave lesão no ligamento cruzado anterior e menisco, que deve tirá-lo do restante da temporada, tudo indica que Rodri voltará ao time no meio de 2025.
Ou seja, com uma transferência em janeiro, na próxima janela, Bruno Guimarães só teria meia temporada com um status parecido com o que tem no Newcastle. Depois isso, poderia se tornar apenas um “tampão”.
Não seria uma contratação com um plano de carreira para o desenvolvimento do brasileiro, que já tem 26 anos, em Manchester, mas sim uma solução emergencial. E, para ela, existem outras opções mais baratas que Bruno no mercado.
A Trivela ouviu que a condição não inviabilizaria o negócio, dado o tamanho que o City tem no futebol mundial atual, mas é mais um fator que pesa contra uma eventual transferência. Trocar o patamar de líder do Newcastle para opção de Guardiola pode não ser o melhor próximo passo.
Newcastle e o fair play financeiro
Apesar de ver Bruno crescer como uma referência da equipe, o Newcastle ainda vive algumas incertezas quanto a sua permanência. O clube pode até querer segurá-lo, mas, ao mesmo tempo, se vê pressionado pelas regras do fair play financeiro da Premier League.
A última janela, por exemplo, foi a mais econômica desde que o clube foi adquirido pelos investidores da Arábia Saudita. O Newcastle gastou “apenas” 68,2 milhões de euros para a temporada 2024/25, menos que o dobro da anterior — 153,2 milhões de euros. Em 2022, foram investidos quase 200 milhões de euros.
Os sauditas tiveram até superávit em 2024, uma vez que arrecadaram 76,2 milhões de euros com as vendas de Elliot Anderson e Yankuba Minteh.
A manobra permitiu ao Newcastle não só fugir da punição da Premier League, que se tornou comum nos últimos anos, como também a chance de recusar uma grande proposta do Liverpool por Anthony Gordon.
A ver se a lógica se mantém a mesma com Bruno Guimarães até janeiro, quando recomeça outra janela — e, provavelmente, outras sondagens.