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FIFA 22: Modo Carreira traz pitada de saudosismo que lembra Master League e deve agradar amantes de narrativa

A possibilidade de criar seu próprio clube é o destaque na nova versão; evolução do time tem elementos de outros jogos esportivos

O FIFA 22 ainda não está entre nós, mas já agita as notícias de games há tempos. O formato de liberar novidades gradualmente pode ser maçante para alguns, mas cria uma expectativa gigante sobre o jogo. Através de nota divulgada em seu site oficial, a EA Sports divulgou as principais novidades sobre o Modo Carreira, formato de jogo offline em que você se torna treinador ou jogador e diverte-se simulando o dia a dia de um clube de futebol através das temporadas. Apesar de não ser um dos modos mais divulgados pela produtora, o Carreira tem seus fiéis seguidores e eles, finalmente, foram agraciados com ferramentas que possibilitam customizar a trajetória e recordam a Master League do saudoso Winning Eleven.

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A criação de clube é, de longe, o grande destaque do novo Modo Carreira. O jogador poderá iniciar a sua agremiação do zero, escolhendo nome, uniformes, emblema e estádio. A parte de customização do estádio é bem similar a que foi novidade no Ultimate Team no FIFA 21.

Possibilita escolher entre uma arena existente e as genéricas presentes no jogo, além de alterar a padronagem do gramado, as traves, cores das arquibancadas e vários outros itens da atmosfera em dia de jogo. Os cantos e os mosaicos da torcida não estavam presentes no modo offline e chegam para agregar na ambientação. Imagina a torcida do seu clube cantando “You’ll never walk alone” a plenos pulmões numa noite de Champions?

Para garantir uma narrativa adequada à expectativa do player, no momento da criação você escolherá em qual situação você trabalhará. Essa decisão passa por 4 grandes pilares: a classificação do time em estrelas, a idade do plantel, a verba disponível para transferências e quais as expectativas da diretoria sobre o seu trabalho.

Ou seja, você pode escolher ser um novo rico começando na segunda divisão da Alemanha e que tende a desenvolver jovens. Ou ser um time humilde de jovens começando a sua trajetória na quarta divisão inglesa com jogadores cascudos. Talvez mesmo entrar com o pé na porta com um baita elenco pronto para enfrentar o PSG na Ligue 1. Cabe a você escolher qual narrativa mais te agrada e customizar o algoritmo para te contemplar, inclusive escolhendo quem será o seu rival doméstico.

Com essas informações em mãos, o FIFA fornecerá jogadores genéricos no seu plantel (saudades Castolo, Minanda e Allejo) que você pode tornar novas lendas ou negociar a fim de trazer suas estrelas favoritas. Não tem como não citar a Master League, pois é exatamente o mesmo formato de começo de jogo e isso sem dúvida alguma já aquece os corações dos mais fanáticos.

Por fim, você vai configurar quais são as expectativas para o seu clube. Neste caso, é possível customizar completamente entre sucesso doméstico, sucesso continental, cuidado financeiro, desenvolvimento de atletas e exposição de marca, ou mesmo já pegar uma experiência pré-definida. Um clube gigante, por exemplo, deve ter crítico sucesso doméstico e continental, expor sua marca o máximo possível, mas não precisa se preocupar com as finanças e tão pouco é uma obrigação desenvolver novos jogadores.

Com tudo configurado, basta escolher em qual campeonato e divisão o seu time vai iniciar. Neste caso, você terá de escolher um clube para ser eliminado ou rebaixado da liga em questão.

Novidades do Modo Jogador

Não tão atraente quanto o modelo de treinador, a carreira de jogador também trará novidades no FIFA 22. A principal delas é a clareza nos objetivos e desenvolvimento do jogador. Evidente que ao fazer o gol da vitória ou criar muitas chances para o time o jogador já era valorizado, mas existem outros indicadores de desempenho que também são reconhecidos pelo técnico e o algoritmo do jogo.

Na nova edição, os objetivos estarão e as recompensas dos seus esforços também, tanto com uma barra mostrando o seu desenvolvimento como atleta e outra da sua moral com o técnico. Em cada partida, como um processo de gamificação, você recebe três objetivos e quanto eles vão te render e, ao final do jogo, a sua barra de experiência aumenta. Com o tempo, o seu jogador sobe de nível e vai liberando novas habilidades.

Este desenvolvimento será tangível na sua Árvore de Habilidades. Este formato já estava presente nos modos Pro Clubs e Volta, é baseado em receber pontos de habilidades e distribuí-los nos diferentes quesitos para criar um jogador adequado ao arquétipo desejado.

Os pontos são divididos em físico, defesa, drible, passe, finalização, ritmo e habilidades de goleiros. Você vai dividindo os pontos e melhorando nos quesitos que julgar mais adequado. Se mantiver a mecânica já presente no jogo, é possível alterar os pontos a qualquer momento da sua trajetória. Isso evita ter de recomeçar caso haja uma distribuição errada, em especial enquanto se está entendendo o esquema de jogo.

É também na Árvore de Habilidade que o jogador vai liberar os Perks, ainda sem tradução para a versão em português, mas que pode ser algo como “Vantagens”. Eles são habilidades específicas a serem liberadas no final de cada aba da Árvore e, quando atenderem certos requisitos, são ativadas durante o jogo para aumentar o desempenho do jogador.

Por exemplo, a vantagem “Clutch Finisher”, liberada na aba de finalização, faz com que o jogador ganhe mais finalização nos últimos 15 minutos de cada partida. É uma forma de representar alguns perfis de jogador que realmente são decisivos e, se não ficar tão forçado no arcade, pode ser uma grande adição à carreira. Cada player pode equipar apenas 3 perks por vez.

A EA Sports finalmente investe em melhores cenas durante a partida, nos vestiários e nas negociações de contrato. A participação dos técnicos não é uma novidade no game, mas os trailers de divulgação demonstram um novo protagonismo deles durante e após a partida, com cenas da reação dos jogadores e do público ao resultado.

Quanto aos bastidores, o FIFA promete levar o ambiente do vestiário para o jogo. Jogos como NBA 2K trabalham isso há anos e, mesmo que depois não faça diferença, engrandecem bastante a experiência do usuário. Ser criticado ou reconhecido pelo trabalho e até mesmo comemorar com craques da bola como Salah e Alisson, não deixa de ser um ótimo capítulo para a história do seu jogador.

Foto de João Belline

João Belline

Jornalista de formação, louco dos esportes por opção. Depois de muito escalar Cartola, jogar Winning Eleven, escrever escalação dos sonhos no caderno e topar o dedão na rua, falar sobre futebol virou uma necessidade. É mais um leitor que buscou espaço no time da Trivela e entende que futebol está acima do clube.
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