Futebol feminino

O que esperar de Lucas Piccinato no comando do Corinthians Feminino?

Mesma escola de Arthur Elias, carinho pela base e personalidade difícil: quem é e como trabalha o novo comandante das Brabas do Timão

Como antecipado pela Trivela na semana passada, Lucas Piccinato finalizou os detalhes do contrato com o Corinthians e foi anunciado no comando da equipe no ano que vem. O treinador vem de uma temporada positiva com o Internacional, onde disputou as principais competições e alcançou bons resultados com as Gurias Coloradas. No entanto, a tarefa de Piccinato é ingrata: substituir o multicampeão Arthur Elias, que assumiu a Seleção Feminina.

Veja abaixo alguns pontos, positivos e negativos, no trabalho do técnico de 33 anos que a Trivela elencou.

Mesma ‘escola' de Arthur Elias

Imagem do artigo:Tatiele Silveira aclaró los rumores sobre su continuidad como técnico de Colo-ColoPiccinato retorna ao futebol paulista onde aprendeu muito e também onde começou a carreira. Aliás, o técnico vem da mesma “escola” de Arthur, o Centro Olímpico. De 2014 a 2018, Lucas foi auxiliar técnico nas categorias de base, passou pela equipe Sub-17 e, por fim, assumiu o time profissional em sua temporada de despedida. Inclusive, a vaga de treinador ficou desocupada depois que Arthur Elias saiu do clube formador para encabeçar o projeto de reestruturação das Brabas do Timão.

O fato de Lucas carregar o DNA do Centro Olímpico pesou muito na decisão da diretoria do futebol feminino do Timão, que considerou outros nomes para o cargo, inclusive o de Tatiele Silveira, apontada como favorita antes da disputa da Libertadores Feminina.

A técnica não quis deixar o Colo-Colo, equipe do Chile com quem tem contrato vigente pela próxima temporada. Ela chegou a publicar uma mensagem nas redes sociais para tranquilizar a torcida após os rumores de sua saída.

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Olhar carinhoso para a base

Depois de concluir a trajetória no Centro Olímpico, Lucas aceitou o desafio de estruturar o São Paulo, que ingressou tardiamente no projeto de futebol feminino – e somente por conta da obrigatoriedade imposta pela Conmebol. Porém, o olhar carinhoso de Piccinato para a base foi fundamental no processo de rápida ascensão na modalidade.

Jovens como Ary Borges, do Racing Louisville, Jaque, do Corinthians, e Yayá, que atualmente defende o Santos, floresceram sob o trabalho do professor no clube paulista, que sempre bancou jogadoras novas no time principal, sem depender de medalhões. O mesmo se aplicou para o projeto nas Gurias, anos depois, onde ele conduziu um time de média muito baixa de idade ao quarto lugar da Libertadores Feminina. Inclusive, sob seu comando, a atacante Priscila alcançou a artilharia da competição continental aos 19 anos.

Personalidade difícil

Mas, é claro, que nem tudo são flores. Isso porque a personalidade difícil de Lucas Piccinato sempre foi um ponto de estresse entre comissão técnica e diretoria. O técnico é incisivo quanto às suas escolhas e, por vezes, foi apontado como um “cara explosivo”.

Fontes ouvidas pela reportagem afirmam que alguns estresses causados no Tricolor Paulista poderiam ter sido evitados se Lucas tivesse uma personalidade mais tranquila no dia a dia. Ao contrário de Arthur, que tem um temperamento mais calmo, sem contar o tom enérgico que ele usa durante as partidas, é claro.

Lucas chegou a ser processado por uma jogadora por abuso moral. Nos autos do processo, aos quais a Trivela teve acesso, a jogadora, ex-São Paulo, que terá a identidade preservada nesta matéria, alega ter sido exposta a situações degradantes e punitivas pelo treinador, como ter de correr separadamente do grupo por uma espécie de “castigo”.

A atleta perdeu a causa contra o treinador, mas diz conviver com os efeitos que a depressão causou em sua saúde mental e recorre da decisão no Tribunal Superior do Trabalho (TST) para que o Tricolor Paulista arque com a indenização.

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