É tetra! Lelê brilha, Corinthians bate Palmeiras e leva Libertadores Feminina em ‘Last Dance’ de Arthur Elias
Palmeiras martela, mas Lelê fecha o gol e prova que o Corinthians ainda segue com a hegemonia do futebol feminino na América do Sul
Uma final digna de um Dérbi foi o que se viu no Estádio Pascual Guerrero, neste sábado (21). Além do espetáculo de futebol, muito veloz, a partida teve requintes de crueldade e muita energia vinda das arquibancadas. Com todo esse cenário típico de Libertadores, o Corinthians levou a melhor sobre o Palmeiras, vencendo por 1 a 0 no tempo regulamentar, e faturou o tetracampeonato da competição feminina.
O único gol da partida foi marcado por Millene, ainda no primeiro tempo, mas Lelê foi o grande destaque por impedir que Palestrinas, que lutaram muito para chegar ao empate, conseguissem balançar as redes.
O título coroa a passagem de Arthur Elias pelo Corinthians, com 16 títulos, com destaque para cinco Brasileirões e quatro Libertadores. Anunciado como novo técnico da Seleção Brasileira em setembro, ele trabalhará apenas na seleção a partir de agora.
Mais um capítulo lindo de nossa história, que será lembrado para sempre.
O futebol feminino não é terra de ninguém: ele é um local de sonhos, luta, conquistas e das Brabas, TETRACAMPEÃS DA AMÉRICAFaça a festa, Fiel! Nós amamos vocês! 💜 pic.twitter.com/37knsJjBUm
— Corinthians Futebol Feminino (@SCCPFutFeminino) October 22, 2023
Vic Albuquerque perde pênalti (de novo), mas Corinthians sai na frente
O Dérbi começou nervoso, como era de se esperar, com a duas equipes buscando o ataque desde os primeiros minutos de partida. No entanto, era o Corinthians que levava mais perigo ao gol, enquanto o Palmeiras tentava organizar suas linhas de marcação. Aos 13 minutos, um erro da defesa palestrina culminou em um pênalti para a equipe alvinegra. Millene lançou Gabi Portilho lançou na área, e Camilinha segurou a atacante dentro da área para impedir o avanço.
Quem pegou a bola para cobrar foi Vic Albuquerque. Ela tentou tirar da goleira Lelê, batendo no canto esquerdo do gol, mas acabou tirando demais e a bola bateu na trave. Na semifinal, contra o Internacional, ela errou a cobrança na decisão por pênaltis depois de ter feito o gol que garantiu o empate no tempo regulamentar.
A partida seguiu tensa, com muito toma lá dá cá dos dois lados do campo. As Brabas souberam aproveitar melhor os erros das Palestrinas e inauguraram o marcador aos 29 minutos, com Millene. A atacante recebeu bola na entrada da grande área, saiu da marcação e finalizou com muita categoria no canto esquerdo de Amanda, sem chances de defesa.
Jogo nervoso e arbitragem confusa
A tensão das atletas em campo chamou a atenção desde os primeiros momentos de bola rolando. Porém, nada se compara ao que foi a segunda etapa. Uma tensão que virou uma série de desentendimentos entre as adversárias no gramado.
A tensão também ultrapassava as linhas e chegava até o banco do Palmeiras. Ricardo Belli e sua comissão técnica foram muito incisivos nas reclamações com a árbitra paraguaia Zulma Quiñonez, que advertiu o banco com um cartão vermelho.
O momento mais nervoso da partida foi desencadeado por Tarciane. A zagueira foi expulsa por levar o segundo amarelo, quando o relógio apontava 20 minutos. O efeito imediato da decisão da arbitragem foi a reclamação das jogadoras do Corinthians, que gerou uma resposta das Palestrinas.
“Santa Lelê”
O Palmeiras protagonizou um verdadeiro bombardeio ao gol de Lelê, que fez defesas de todo quanto é jeito. Só no ângulo, a arqueira corintiana foi buscar três vezes.
Da tribuna de imprensa, a reportagem pôde ouvir o que as rádios colombianas falavam a respeito de Letícia. “Santa Lelê” foi o apelido dado por um dos narradores que admitiu, em alguns momentos, estar maravilhado com a atuação da goleira. Sem sua atuação brilhante, provavelmente o Corinthians teria levado o gol de empate e até uma virada no placar.
A defesa mais impactante aconteceu no penúltimo minuto de jogo. Bia Zaneratto encontrou um espaço mínimo entre as marcadoras para tentar encobrir Lelê. Com uma só mão, a goleira espalmou por cima do travessão. O último grande ato da partida.