Federação Inglesa começa a reunir novas evidências para reabrir inquérito sobre morte de jogadora
Maddy Musack foi encontrada sem vida em setembro de 2023 e a família acusa o técnico do Sheffield United de perseguição

Primeira jogadora da história do Sheffield United a ultrapassar a marca de 100 jogos do clube, Maddy Cusack foi encontrada sem vida em sua casa, em Derbyshire, no dia 20 de setembro de 2023, aos 27 anos. À época, a morte da meia-campista chocou o mundo do futebol. Tanto que a família da atleta levantou suspeitas sob a conduta dos Blades antes do falecimento.
Uma investigação independente, feita por uma empresa especializada em nome do Sheffield, constatou que o time não apresentou nenhuma evidência de irregularidades na morte de Maddy. Agora, segundo o jornal The Athletic, a Federação Inglesa de Futebol (FA) começou a reunir novas evidências para reabrir o inquérito do falecimento suspeito de Cusack.
David Matthews, gerente sênior de investigações de integridade da FA, começou a entrevistar familiares da atleta e os próprios Blades. A atitude da federação acontece após os pais de Maddy Cusack, Deborah e David, relacionarem os últimos sete meses dela no Sheffield United com a chegada de Jonathan Morgan, que foi apontado como treinador em fevereiro do ano passado.
This is what Maddy Cusack’s family are alleging… this is heart breaking and this man needs to be out of football forever.
(TW. There are sensitive topics such body image) pic.twitter.com/zTJWfpwFul
— lane (@lanesfoord) January 8, 2024
Uma reclamação de sete páginas entregue aos Blades alega que a saúde mental de Maddy deteriorou por causa da “antipatia pessoal” que ela encontrou com o técnico. O pai da jogadora, que também é advogado, escreveu que “vários fatores a incomodaram no fim, mas que todos eles decorreram do relacionamento com JM (Jonathan Morgan):
“Como ela nos confidenciou (sua família), todos os problemas tiveram origem na nomeação de JM. Sabemos que ela ainda estaria conosco se ele não tivesse sido nomeado (como técnico do Sheffield United). Suas mensagens de texto e conversas apoiam isso”.
Maddy Cusack e Jonathan Morgan
Os familiares de Maddy Cusack acusam Jonathan Morgan de perseguição nos meses que antecederam sua morte. Após trabalhar com a meia no Leicester, o técnico a reencontrou no Sheffield. Os pais da jogadora então relataram algumas situações que ela vivenciou entre fevereiro e setembro de 2023 sob o comando de JM que poderiam ter causado o abalo psicológico.
A família Cusack alega que Morgan não gostava dela, o que foi um dos motivos de sua saída do Leicester, em 2019. Maddy e Jonathan se reencontraram pouco tempo depois, como adversários. Ele, então no Burnley, teria chamado a meia-campista dos Blades de “psicopata”, como diz a denúncia feita pelos pais da atleta.
Com a contratação de Jonathan Morgan no Sheffield United, Maddy Cusack teria ficado preocupada que a “história se repetiria”. Em meio a esse cenário, os familiares acusam o treinador de tirar a jogadora do time e afirmam que ele disse para a atleta que ela estava acima do peso.
Supostamente, a ansiedade causada por JM teria feito Maddy voltar a morar com os pais, além de receber medicamentos prescritos e solicitar apoio do departamento médico dos Blades. Jonathan nega todas as acusações da família da meia-campista. Nesse contexto, a FA começou a recolher provas para possivelmente iniciar uma investigação própria sobre o falecimento da atleta.
Statement from FA just came through.
Governing body ‘devastated’ by Maddy Cusack’s death and assessing the case ‘to understand whether or not any further action is required under our jurisdiction within football, and to establish what, if any, next steps may be appropriate.’
— Daniel Taylor (@DTathletic) January 8, 2024
Caso isso leve a um novo inquérito, o relacionamento de Cusack com o treinador poderá ter um escopo mais amplo, examinando o tempo de Jonathan Morgan em outros clubes antes da chegada ao Sheffield. Além de jogadora, Maddy também fazia jornada dupla como executiva de marketing dos Blades.