Hegemonia do Corinthians continua: Brabas vencem Cruzeiro e conquistam tri da Supercopa Feminina
É a 18ª taça das Brabas do Corinthians desde que o clube reativou a modalidade feminina, em 2016; Cruzeiro teve gol anulado nos acréscimos

A Supercopa Feminina é a competição que abre a temporada 2024 do futebol brasileiro e, se depender do Corinthians, neste ano a hegemonia continua. As Brabas venceram o Cruzeiro em uma Neo Química Arena lotada com mais de 33 mil torcedores (um recorde na competição) neste domingo (18) por 1 a 0, gol marcado por Duda Sampaio em cobrança de falta. Lucas Piccinato, técnico contratado no fim do ano passado para substituir Arthur Elias, conquistou sua primeira taça no clube alvinegro.
Desde que o Corinthians reativou a modalidade feminina, esse é o 18º título, sendo três Supercopas, que iniciou em 2022 e só passou por mãos corintianas.
As Cabulosas do Cruzeiro, campeãs do Campeonato Mineiro, até fizeram um bom jogo, tiveram um gol anulado e poderiam ter tido mais sorte na partida, especialmente no primeiro tempo. A boa campanha é um prêmio ao bom projeto da Raposa no feminino, que vem subindo degraus e chega em 2024 com expectativas otimistas.
Corinthians tem mais a bola, mas Cabulosas levam perigo com ataques rápidos
Como esperado, o Corinthians iniciou com o protagonismo do jogo. Armadas em um 4-3-3 bem definido por Piccinato, a saída de bola contava com as duas laterais bem baixas e a volante Ju Ferreira mais recuada, além da dupla de zaga. Com isso, dava liberdade para duas meias, Gabi Zanotti e Duda Sampaio, serem um apoio para o trio de ataque composto por Millene (pela esquerda), Gabi Portilho (direita) e Jaqueline Ribeiro (por dentro). A movimentação era constante, com muita gente atacando, principalmente as laterais, o que dava liberdade para as pontas centralizarem.
O Cruzeiro de Jonas Urias utilizava um 4-1-4-1 (ou 4-4-2 a partir do movimento de Maii Maii) com Byanca Brasil sendo a mais avançada e alvo dos ataques, seja pelo pivô ou pela velocidade da ótima atacante.
A primeira finalização mais perigosa do lado alvinegro veio por Tamires, concluindo um escanteio na primeira trave. Logo na sequência desse lance, o Cruzeiro encaixou uma linda saída de bola, desde o chão da pequena área defensiva com Vitória Calhau até um lançamento perfeito para Marília – impedida – atacando às costas da defesa adversária. A atacante cruzou, Byanca Brasil dividiu, a bola bateu em todo mundo que estava ali: defensoras do Corinthians e novamente em Marília antes Yasmin tentar afastar e mandar para as redes. Já no campo foi marcada a irregularidade, reiterada pelo VAR.
A chance cruzeirense não mudou o cenário do jogo. As Brabas continuavam dominando, bem na bola parada, mas ainda faltando uma chance que exigisse trabalho de Taty Amaro, que o máximo que fez no primeiro tempo foram dois socos na bola após levantamentos na área.
A forma de atacar da Raposa era muito clara: sair pelo chão e tentar explorar a alta linha defensiva das corintianas. Foi assim a goleira Kemelli vacilou ao tentar interceptar uma bola longa e deu de graça para Byanca Brasil, que cruzou e a defesa afastou. No escanteio, a própria Byanca tentou um gol olímpico e a arqueira do Alvinegro afastou.
Ela gosta, né, Byanca? ?️ #SCCPxCRU | 0-0 | #AsCabulosasDeAço pic.twitter.com/hOVzPubzV6
— Cruzeiro Feminino ? (@CruzeiroFem) February 18, 2024
Era um jogo muito bom. Lá e cá, intenso, rápido e com muitas chances. Se o Cruzeiro não pressionava a saída de bola das Brabas, as mandantes não faziam o mesmo. As Cabulosas quase foram punidas ao errar perto do gol, mas a finalização veio nas mãos de Taty.
A partida perdeu ritmo na parte final. O Cruzeiro não conseguiu atacar mais com perigo, e a bola ficou boa parte do tempo com as Brabas, que ainda não conseguiam furar o bloqueio adversário para criar uma grande chance. Portilho teve boas tentativas, como em uma falta ensaiada já nos acréscimos, quando recebeu sozinha na direita da área e mandou direto na rede pelo lado de fora. Destaque também para a defesa celeste pelo gigante trabalho defensivo feito na etapa inicial, conseguindo bloquear muitas finalizações do Corinthians.
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Brabas marcam cedo e contam com VAR para confirmar título
A etapa final começou sem mudanças e com uma linda carretilha de Jaqueline em Fabiola Sandoval na ponta esquerda do ataque corintiano. Na sequência, Yasmin sofreu uma falta lateral, cobrada direto para o gol por Duda Sampaio, passou por dentro da barreira e surpreendeu goleira Taty Amaro, que não conseguiu impedir o gol.
As Brabas continuaram melhor e quase ampliaram aos 10. Portilho recebeu um lançamento perfeito nas costas da defesa do Cruzeiro e quando ficou na cara da Taty mandou uma cobertura, que explodiu no travessão. Na sobra, Jaqueline isolou.
Urias foi o primeiro a mudar no jogo. Aos 19 minutos, trocou meias por meias: Paloma Maciel e Maii Maii por Gaby Soares e Mari Pires, respectivamente. Gaby entrou bem por dentro, deixou Rafa Andrade com boas condições de invadir a área e fazer o gol, mas Tarciene chegou em um carrinho forte, que, segundo a arbitragem, só pegou na bola.
Piccinato aproveitou a parada técnica para hidratação para promover duas substituições. Vitória Yaya entrou na posição de primeira volante no lugar de Ju, enquanto Victória Albuquerque ganhou a vaga de Zanotti. No primeiro toque, Vic simplesmente deu uma bicicleta sensacional após a defesa cruzeirense bater cabeça. Taty Amaro foi obrigada a afastar para escanteio.
Mesmo atrás do placar, o Cruzeiro não impôs uma pressão absurda pelo empate. Talvez pela questão física, as Cabulosas ainda deixavam a bola mais nos pés das corintianas, que receberam reforço no ataque com a entrada de Jheniffer na vaga de Millene.
Quando o Cruzeiro parecia vendido, a craque celeste decidiu desequilibrar. Byanca Brasil recebeu lançamento pela esquerda da área, partiu para cima de Isabela e a superou no bate e rebate – e com o cotovelo – antes de mandar uma linda chapada quase no ângulo. O campo deu gol, mas, em consulta ao VAR, a árbitra do jogo viu que a atacante usou o braço para marcar o gol e anulou o empate.
Tiveram trocas nos dois lados logo após o tento anulado. Em mais sete de acréscimos, as Brabas mostraram inteligência e experiência para segurar a bola no campo de ataque, enquanto o Cruzeiro não conseguiu incomodar Kemilli e terminou com o vice.