Barcelona temeu nova derrota na final europeia, mas buscou a virada e se sagrou bicampeão da Champions feminina
O Wolfsburg chegou a abrir 2 a 0 no Philips Stadion, em Eindhoven, antes da reviravolta da principal potência do futebol feminino
Principal potência do futebol feminino no momento, parecia que o Barcelona estava prestes a perder a segunda final seguida de Champions League quando o jogo chegou ao intervalo em um Philips Stadion com capacidade máxima. No entanto, uma recuperação relâmpago em Eindhoven no começo do segundo tempo deu às catalãs a virada por 3 a 2 sobre o Wolfsburg, e ao Barça, o seu segundo título do principal torneio europeu de clubes da categoria, cimentando um pouco mais a sua era dourada.
O Barcelona adotou o hábito de atropelar as adversárias no futebol feminino. Em maio, por exemplo, um empate com o Sevilla significou o fim de uma sequência de 62 vitórias consecutivas pelo Campeonato Espanhol, quase emendando a segunda campanha perfeita. Na Champions League, marcou 29 gols nos seis jogos da fase de grupos e passou pelas quartas de final fazendo 5 a 1 na Roma no jogo de volta. O confronto contra o também forte Chelsea na semifinal havia sido mais acirrado.
Na decisão, o confronto era novamente contra a tradição. O Barcelona foi derrotado pelo Lyon, maior campeão da história do torneio, na temporada passada. O novo adversário seria o Wolfsburg, bicampeão entre 2012 e 2014 e que realizou sua sexta final neste sábado. As Lobas mostraram a sua força no primeiro tempo, quando abriram 2 a 0 e conseguiram limitar o poderoso ataque adversário, apesar do domínio da posse de bola. No entanto, as catalãs voltaram com tudo dos vestiários.
Duas vezes eleita a melhor jogadora do mundo, mas voltando de lesão séria no joelho, Alexia Putellas ficou no banco de reservas do Barcelona. O time feminino também tem a característica de toque de bola e saída construída desde a defesa. E foi pego no contrapé logo aos dois minutos. Lucy Bronze foi desarmada na entrada da área, que ficou desprotegida pelo posicionamento das zagueiros. Depois de roubar a bola, Ewa Pajor entrou em diagonal e bateu bonito da entrada da área. Sandra Paños chegou a desviar, mas não evitou o primeiro gol.
Não era o cenário mais esperado para a partida, e o Barcelona teve que correr atrás do resultado. Apesar de 67% de posse de bola e 15 finalizações no primeiro tempo, teve dificuldades para criar chances claras. Irene Paredes não converteu uma ótima em cobrança de escanteio. A goleira Merle Frohms teve que fazer apenas duas defesas, e o Wolfsburg continuou perigoso no contra-ataque. Jonsdottir exigiu uma defesa importante de Paños e, aos 37 minutos, o segundo gol.
Em transição rápida pela meia esquerda, a bola chegou a Pajor, que deu o cruzamento fechado para o meio da pequena área. A veterana Alexandra Popp apareceu entre as defensoras para dobrar a vantagem alemã antes do intervalo. Uma vantagem que seria dizimada antes que as Lobas percebessem o que estava acontecendo, cortesia da craque norueguesa Caroline Graham Hansen.
A ponta direita recebeu no bico da grande área, no terceiro minuto da etapa final, deu um bonito drible para dentro, um pouco longo até, mas chegou a tempo de cruzar rasteiro para Patricia Guijarro descontar. Poucos minutos depois, Aitana Bonmatí recebeu na ponta direita, após pressionar bastante, deu o corte para dentro e cruzou de perna esquerda. Guijarro apareceu livre na entrada da pequena área e marcou de cabeça.
E se o Wolfsburg fazia uma final muito boa para tentar diminuir a distância para um adversário com mais recursos, um crasso erro defensivo custou caro. Lynn Wilms tentou afastar, mas acertou a companheira Kathrin Hendrich. A bola sobrou para Mariona Caldentey, que quase perdeu o controle, mas conseguiu o toquinho para Fridolina Rolfö marcar o terceiro.
O Wolfsburg foi atrás do empate e tento pressionar, mas, nos acréscimos, Pauline Bremer cabeceou a melhor chance das alemãs nas mãos de Sandra Paños, e o Barcelona se sagrou bicampeão europeu.