Futebol feminino

Arthur Elias celebra vitória sobre o Japão e faz elogios merecedores, mas atenta para parte psicológica do Brasil

Em coletiva após a partida, Arthur Elias destaca resiliência brasileira e cita aspectos a serem melhorados na Seleção Feminina

Após uma vitória e uma derrota contra o Canadá, ambas fora de casa, Arthur Elias enfim estreou em território nacional no comando técnico da Seleção Brasileira Feminina. Nesta quinta-feira (30), a Canarinho suou, mas bateu o Japão por 4 a 3, com direito a gol nos acréscimos, em amistoso realizado na Neo Química Arena.

O Brasil saiu perdendo, virou e abriu dois gols de vantagem, mas cedeu o empate na etapa complementar e precisou da jovem e estreante Priscila, que decretou a vitória aos 52 minutos. Gabi Portilho abriu o caminho do triunfo brasileiro e Bia Zaneratto marcou dois tentos, incluindo um belíssimo falta. Após a partida, Arthur Elias concedeu entrevista coletiva e destrinchou a atuação da Amarelinha diante das japonesas.

– Foi um jogo com momentos muitos diferentes, principalmente no segundo tempo. Eu acho que foi um grande jogo. São duas equipes que tentam ficar com a bola, que buscam construir o jogo. E a nossa ideia foi tirar essa posse de bola do Japão. A posse de bola acabou sendo igual na partida, o número de finalizações também muito próximo. Considerei a partida muito equilibrada. O que eu gostei foi o que eu tenho tentado trabalhar com esse grupo, que é elas acreditarem. Então eu acho que essa é uma característica importante, delas entrarem em campo para defender a Seleção Brasileira de uma forma cada vez mais confiante e encorajada para jogar, para marcar e ser agressivo.

Melhorias a serem levadas em conta

Questionado sobre os pontos fracos da Seleção Brasileira, Arthur Elias citou a organização das jogadoras em campo, mas chamou atenção para a parte psicológica do jogo. O técnico não gostou nem um pouco da Canarinho ter permitido o empate mesmo estando vencendo por dois gols de diferença.

– Organização da equipe a gente tem bastante coisa a melhorar. E também a parte mais psicológica do jogo, porque vi que a equipe sentiu bastante quando tomou o segundo gol. Precisamos lidar melhor com esses momentos. Mas tenho que levar em consideração que hoje o Japão tinha uma vantagem em relação as atletas, em termo de preparação, porque ou elas jogam na liga japonesa ou elas jogam na Europa. Então, isso fez a diferença na parte física do jogo, porque a gente acabou colocando em campo muitas atletas que jogam nos Estados Unidos e estão de férias a bastante tempo (…) Mas podemos deixar um placar de 3 a 1 quase escapar como foi.

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Arthur Elias rasga elogios a Priscila

A tarde na Neo Química Arena teve um gostinho especial para Priscila. Afinal, a atacante do Internacional, de apenas 19 anos de idade, estreou pela Seleção Brasileira. E que estreia. A jovem entrou no decorrer do segundo tempo, balançou as redes no apagar das luzes e decretou a vitória da Amarelinha.

Arthur Elias se mostrou feliz com o momento vivido por Priscila, rasgou elogios e projetou mais oportunidades para a atleta com a camisa do Brasil.

– Ela foi muito merecedora da convocação. Fez uma Libertadores incrível. É uma jogadora que tem o faro de gol, que olha muito para o gol, tem qualidade na finalização e velocidade também. Acho que ela tem tudo para ter um futuro brilhante. Em relação a parte psicológica, com certeza ela ficou ansiosa, teve nervosismo. A questão é a mulher, a jogadora saber lidar com isso, assim como todos nós. E ela fez um jogo que conseguiu controlar bem (questão psicológica) e a bola do gol foi característica dela, batendo e tirando da goleira, no alto. A tendência é ter sequência, porque aqui na seleção o critério sempre vai ser o mais justo dentro do que as jogadoras estão apresentando -, pontuou Arthur.

 

Confira outras respostas de Arthur Elias

Relação com Gabi Portilho

– A gente tem uma relação de muita confiança mesmo um no outro. Foram muitos anos trabalhando juntos (no Corinthians). Acho que hoje a Portilho fez um jogo mostrando a atleta que ela é, e isso a torcida do Corinthians, quem acompanhou a trajetória dela, sabe. Da capacidade que ela tem de impactar no jogo positivamente e também de entender rápido as ideias. Isso é um facilitador. E hoje ela colheu todo o esforço que fez esses anos. Conseguiu fazer um grande em jogo, para mim, talvez, a melhor em campo. Está de parabéns.

Evoluir é preciso… em todos os aspectos

– Eu penso futebol de uma maneira muito contínua. Então a equipe precisa ter uma organização em todos os momentos. As reações precisam ser muito rápidas e muito sincronizadas (com e sem a bola). Para mim, essas fases do jogo estão sempre juntas. O que eu posso colocar é que a gente tem a evoluir em tudo (…) Mas também vejo o lado positivo nosso, de ter vencido essa equipe tão forte. E tem o lado mental, que para mim é determinante. A gente não pode sentir o gol e deixar o Japão crescer na partida como cresceu. O jogo ficou tão em aberto, que a gente poderia ter saído daqui derrotado. Mas fizemos por onde, acreditamos e as atletas são merecedoras, estão de parabéns.

Horário do jogo é prejudicial?

– O horário das 15h, do meio da tarde, ou de manhã, são horários ruins para se jogar futebol. Agora, tem toda uma questão porque esses horários são colocados. E eu não tenho acesso a todas informações. Mas acredito que um dos fatores foi a reta final do campeonato masculino (…) Agora, foi incrível mesmo ver o torcedor apoiando, estando aqui.

Foto de Guilherme Calvano

Guilherme CalvanoRedator

Jornalista pela UNESA, nascido e criado no Rio de Janeiro. Cobriu o Flamengo no Coluna do Fla e o Chelsea no Blues of Stamford. Na Trivela, é redator e escreve sobre futebol brasileiro e internacional.
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