
O Paris Saint-Germain atravessou os últimos anos sem apresentar uma ideia muito clara em sua política de contratações. Muitas apostas aconteceram a esmo e não necessariamente auxiliaram a construir uma equipe sólida. Neste ínterim, os parisienses ainda sofreram perdas importantes, sobretudo ao renegarem o papel que Thiago Silva tinha na equipe. Entretanto, três anos depois, o PSG finalmente parece capaz de ocupar a lacuna deixada pelo brasileiro na zaga com um reforço que tende a se firmar por muitos anos no Parc des Princes. Nesta quinta-feira, os franceses apresentaram Milan Skriniar. Era um negócio engatilhado faz tempo e que eleva a qualidade à disposição de Luis Enrique na zaga. O eslovaco assina por cinco anos.
Skriniar é uma pechincha do PSG porque chega ao final de seu contrato com a Internazionale. Diante das condições excepcionais, o zagueiro pôde barganhar o seu destino e certamente dará uma boa mordida na folha salarial dos catarianos. Entretanto, é uma aposta que se justifica. O eslovaco de 28 anos possui uma experiência respeitável, com quase 250 partidas pela Inter. Durante as últimas temporadas, firmou-se como um dos melhores zagueiros em atividade da Serie A e teve papel central na conquista do Scudetto. Será mais uma peça na tentativa de encaixar um PSG que seja mais competitivo na Champions League.
Skriniar não precisou de tempo para se provar na Serie A
Formado pelo Zilina, Skriniar foi uma descoberta primeiro da Sampdoria. Os blucerchiati pagaram €5,2 milhões para tirar o zagueiro do Campeonato Eslovaco e levá-lo à Itália em janeiro de 2016. Podia parecer um valor alto por um jogador de 21 anos que nunca tinha se provado nas grandes ligas europeias, mesmo que ele começasse a aparecer na seleção da Eslováquia. O tempo mostrou como a Samp estava certa. Skriniar pouco atuou em seu primeiro semestre na equipe, mas se colocou como uma das revelações da Serie A em 2016/17. O investimento se multiplicou por quatro com a venda para a Inter por €23 milhões em agosto de 2017.
A partir de então, Skriniar seria reconhecido como um dos melhores zagueiros em atividade na Itália. Tomou conta do time de Luciano Spalletti logo de cara. É um jogador com bom porte físico e imposição no miolo da defesa, mas também boa leitura tática e que representa um perigo em suas subidas ao ataque. Virou intocável nas escalações interistas a partir de então, e com diferentes treinadores. Apesar de certas dificuldades para se firmar numa zaga com três homens, também cresceu com Antonio Conte e fechou a Serie A 2020/21 entre os destaques na conquista do Scudetto. Tal ascensão também respaldou Skriniar a suceder Marek Hamsik como protagonista da seleção da Eslováquia e ele fez uma boa campanha na Euro 2020.
Diante do status que atingiu, contudo, Skriniar abriu mão das propostas de renovação com a Inter. O zagueiro via novos horizontes se abrirem do ponto de vista financeiro, com clubes mais ricos interessados em seu futebol. Pôde barganhar por um novo salário e a transferência para o Paris Saint-Germain se desenhou há meses. Mas, apesar da descontinuidade no projeto nerazzurro, o beque não deixou de ser uma figura frequente dentro de campo. Pelo contrário, manteve seu posto na atual temporada e inclusive usou a braçadeira de capitão após Samir Handanovic deixar a equipe titular. O clube não fez questão de vendê-lo antecipadamente diante da impossibilidade de renovar o vínculo e até abriu mão de dinheiro para mantê-lo no time.
Entretanto, esta não foi a temporada em que Skriniar exibiu seu melhor na Serie A, numa equipe que oscilou demais. E o zagueiro perdeu exatamente o momento mais importante dos últimos meses. Com uma lesão nas costas que demandou até cirurgia, o eslovaco disputou a Champions League somente até as oitavas de final. Acompanhou de fora a epopeia dos companheiros rumo à decisão contra o Manchester City. Em sua despedida do clube, não saiu do banco de reservas na derrota em Istambul. Até por isso, sua saída pode ser suprida sem tantos temores Mesmo que fosse o melhor zagueiro da Inter, o elenco demonstrou como pode preencher a lacuna pelo menos no curto prazo. Alessandro Bastoni é quem ascende como a grande referência.
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PSG começa a esquentar os motores no mercado
O Paris Saint-Germain ainda precisa definir o que quer da vida. Entretanto, ter um treinador de gabarito como Luis Enrique é um bom começo. Teoricamente recuperado dos problemas nas costas, Skriniar chega para ser titular absoluto da defesa, com a companhia de Marquinhos. Presnel Kimpembe e Abdou Diallo são outras alternativas, enquanto Nordi Mukiele também pode ser deslocado. É preciso estruturar uma equipe que ficou meses sem rumo. Agora, sem mais a expectativa se Sergio Ramos emplacará ou não, com sua saída ao final do contrato – numa passagem mais marcada pelas lesões do que por momentos positivos.
A chegada de Milan Skriniar foi anunciada em conjunto com Marco Asensio. O atacante também veio sem custos, ao término de seu vínculo com o Real Madrid. Outro reforço do clube nesta temporada é o centroavante Hugo Ekitiké, contratado em definitivo do Stade de Reims por €28,5 milhões, um valor exorbitante diante do futebol fraco que o jovem exibiu na temporada passada. A atividade do PSG no mercado deverá se intensificar a partir de agora, com Luis Enrique confirmado. Vai ser uma busca também por identidade.
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— Paris Saint-Germain (@PSG_inside) July 6, 2023