Jorgador argelino do Nice é condenado por ‘incitação ao ódio’ após post sobre guerra entre Israel e Hamas
O lateral-direito Youcef Atal, do Nice, foi condenado a oito meses de prisão, além de multa, por publicação que falava em 'dia negro aos judeus'

O jogador argelino Youcef Atal, do Nice, da França, foi condenado a oito meses de prisão, nesta quarta-feira (3), por “incitação ao ódio religioso”. O atleta foi punido por uma publicação em um rede social feita poucos dias depois do ataque do Hamas contra Israel, em sete de outubro do último ano. Além da prisão, Atal também foi multado em 45 milhões de euros (cerca de R$ 210 mil, na cotação atual). As informações são da inglesa BBC News e do francês Nice Martin, jornal local.
Youcef Atal chegou a ser detido na época da publicação, mas foi liberado. Além disso, está suspenso pelo Nice desde então e também foi punido com sete jogos de suspensão, já cumpridos, pela Ligue de Football Preofessionnel (LFP).
No vídeo divulgado pelo jogador, um pregador palestino afirmava que pediu a Ala “um dia negro aos judeus”, e “que dê a mão aos habitantes de Gaza e atire pedras em Israel”. O post foi classificado pelas autoridades como antissemita, e rapidamente apagado pelo atleta. Em seguida, alertado pelo clube, ele, que apoia publicamente a população palestina, pediu desculpas e condenou “todas as formas de violência”. O argelino também afirmou que se solidarizava com as vítimas, e que nunca apoiaria “mensagens de ódio”.
– Estou ciente de que minha publicação afetou várias pessoas, o que não era minha intenção e peço perdão. Quero esclarecer que condeno com firmeza qualquer forma de violência, onde quer que seja no mundo, e apoio todas as vítimas. Jamais apoiaria uma mensagem de ódio. A paz é um ideal no qual acredito firmemente – disse.
Ele foi denunciado pelo Ministério Público da França, que chegou a pedir dez meses de prisão. Mas, em julgamento realizado em um Tribunal Criminal de Nice, ele acabou condenado a oito meses de reclusão.

O que Youcef Atal falou no julgamento
De acordo com o jornal Nice Martin, durante o julgamento, Atal voltou a pedir desculpas pela publicação do vídeo e disse que queria mandar uma “mensagem de paz”. Além disso, ele também argumentos que não viu o vídeo por completo.
– Não sou anti-semita. Não sou contra os judeus nem contra os cristãos, não tenho ódio de ninguém – afirmou Atal durante o julgamento.
O jogador também lembrou do fato de ter defendido o Nice em uma partida contra o Maccabi Tel Aviv, em Israel, pela Conference League 2022/23, diferente de outros jogadores muçulmanos. No entanto, a procuradoria ressaltou que o vídeo tinha apenas 35 segundos e que não havia “mensagem de paz”. O advogado de Atal disse que a mensagem era de paz aos palestinos, mas o argumento não foi suficiente para livrar o jogador da condenação.
Na Alemanha, posicionamento pró-Palestina gerou rescisão
No Mainz, da Bundesliga, as publicações pró-Palestina viraram caso de Justiça. Anwar El Ghazi, que havia sido contratado no início da temporada 2023/24, teve seu contrato rescindido no início do mês de novembro por conta do posicionamento.
Em outubro, ele fez uma dura declaração contra as ações israelenses na Faixa de Gaza, com uma frase que pode ter conotação antissemita. Ele foi afastado, reintegrado, e voltou as redes sociais para falar sobre a guerra.
Como o atacante deixou bem claro que não retiraria o que disse, o vínculo foi rescindido, e o neerlandês abriu um processo por demissão sem justa causa.