Jogador do Nice é detido por ‘incitação ao ódio’ após post sobre guerra entre Israel e Hamas
Youcef Atal compartilhou um vídeo de um pastor pró-Palestina e é investigado por 'incitação ao ódio'
A guerra entre Israel e o Hamas, na Faixa de Gaza, continua reverberando no futebol. Nesta última quinta-feira (23), o jogador argelino Youcef Atal, do Nice, que disputa a Ligue 1, foi detido por conta de uma investigação de “apologia ao terrorismo”.
O Ministério Público francês apura uma publicação de Atal nas redes sociais. O atleta de 27 anos publicou em sua conta no Instagram um vídeo onde um pregador falava contra as ações militares de Israel na região.
Segundo o jornal local Nice Martin, ele foi preso ainda durante a noite, e pode ser levado a uma audiência ainda hoje. A acusação que o levou à prisão refere-se ao crime de “incitação ao ódio racial com base na religião”.
O que Atal escreveu no post sobre a guerra na Faixa de Gaza
No vídeo, o pregador palestino afirmava que pediu a Ala “um dia negro aos judeus”, e “que dê a mão aos habitantes de Gaza e atire pedras em Israel”. O post foi classificado pelas autoridades como antissemita, e rapidamente apagado pelo atleta.
Ao tomar conhecimento da postagem, o presidente da Federação Francesa de Futebol (FFF), Philippe Diallo”, repudiou a atitude, classificando-a como “contrária à ética”.
Atal, que apoia publicamente a população palestina, pediu desculpas e condenou “todas as formas de violência”. Ele afirmou que se solidarizava com as vítimas, e que nunca apoiaria “mensagens de ódio”.
– Estou ciente de que minha publicação afetou várias pessoas, o que não era minha intenção e peço perdão. Quero esclarecer que condeno com firmeza qualquer forma de violência, onde quer que seja no mundo, e apoio todas as vítimas. Jamais apoiaria uma mensagem de ódio. A paz é um ideal no qual acredito firmemente – disse.
Post nas redes sociais gerou suspensão para Atal no Nice
A publicação de outubro causou a suspensão de Atal de todas as atividades no Nice. Além do clube, o prefeito da cidade, Christian Estrosi, e Conselho Representativo das Instituições Judaicas da França repudiaram o vídeo.
– Queremos destacar que a reputação e a unidade do OGC Nice são fruto do comportamento de todos os seus colaboradores, que devem estar de acordo com os valores defendidos pela instituição”, explicou o clube, reafirmando “o seu firme compromisso para que a paz prevaleça acima de toda consideração – declarou o Nice.
Na Alemanha, posicionamento pró-Palestina foi pivô de rescisão de contrato
No Mainz, da Bundesliga, as publicações pró-Palestina viraram caso de Justiça. Anwar El Ghazi, que havia sido contratado no início da temporada 2023/24, teve seu contrato rescindido no início do mês de novembro por conta do posicionamento.
Em outubro, ele fez uma dura declaração contra as ações israelenses na Faixa de Gaza, com uma frase que pode ter conotação antissemita. Ele foi afastado, reintegrado, e voltou as redes sociais para falar sobre a guerra.
Como o atacante deixou bem claro que não retiraria o que disse, o vínculo foi rescindido, e o neerlandês abriu um processo por demissão sem justa causa. Segundo o The Atletic, o Mainz confirmou que o julgamento está marcado para o dia 6 de dezembro.