Ryan Giggs é absolvido de acusações de violência doméstica
Ex-jogador do Manchester United era acusado de agredir duas mulheres, mas o segundo julgamento sobre o caso determinou a inocência do galês

O ex-jogador Ryan Giggs foi absolvido das acusações de violência doméstica pelas quais era acusado contra a ex-namorada, Kate Greville. Ele foi denunciado em 2021 por submeter a sua parceira a violência física e psicológica. O primeiro julgamento acabou sem uma conclusão após três semanas, em 2022. Um júri, de sete mulheres e quatro homens, foi incapaz de chegar a um veredito.
O caso foi julgado em um tribunal de Manchester e a juíza, Hilary Manley, determinou três vereditos de inocente nas três acusações de comportamento abusivo relativo à ex-companheira. Greville informou a promotoria em maio que não queria mais depor e, assim, produzir evidências porque ela se sentiu “desgastada” e “violada” pelo processo.
As acusações contra Ryan Giggs
Em abril de 2021, Ryan Giggs foi formalmente acusado de agressão contra duas mulheres, Kate Greville e sua irmã, em um incidente que teria acontecido na sua casa em 2020. Segundo a polícia de Manchester na época, a acusação foi de “comportamento coercitivo e controlador”. O ex-jogador foi preso e liberado no dia seguinte sob o pagamento de fiança.
Na época da acusação, Giggs já alegava inocência. “Eu tenho total respeito pelo devido processo legal e entendo a seriedade das acusações. Eu irei me declarar inocente no tribunal e estou ansioso para limpar o meu nome”. O ex-jogador, de 49 anos, foi acusado de comportamento controlador e coercitivo durante três anos antes da noite da alegada agressão contra Greville.

Giggs ainda respondia por uma acusação à parte por alegadamente também ter agredido a irmã de Kate Greville, Emma, no mesmo incidente. Segundo a promotoria, Giggs teria cometido “uma série de abusos, tanto físicos quanto psicológicos, de uma mulher que ele dizia amar”. No julgamento, foram trazidos mais detalhes sobre o caso. A lenda do United foi acusado de agredir Greville com uma cabeçada quando ela tentava encerrar o relacionamento dos dois, no dia 1º de novembro de 2020.
Segundo a defesa de Giggs, a suposta cabeçada foi um choque acidental durante uma discussão depois que o ex-jogador, então técnico da seleção de Gales, voltou para sua casa em Worsley, na Grande Manchester, para encontrar Greville, juntando seus pertences e planejando se mudar dali. A equipe de advogados de Giggs alegou que a ex-namorada havia contado mentiras repetidamente sobre ele depois de descobrir sobre suas numerosas traições.
A juíza decidiu formalmente encerrar o caso declarando o ex-jogador inocente, depois que a Promotoria decidiu não prosseguir após a recusa contínua de Greville em depor para fornecer provas sobre o incidente.
Durante o processo, Ryan Giggs manteve a posição de inocência que teve desde o início das acusações. Alex Ferguson, ex-técnico de Ryan Giggs, esteve entre as testemunhas que depuseram pelo lado da defesa. Durante o interrogatório no tribunal, Giggs chorou e lembrou de ter passado a noite da sua prisão em uma cela policial.
Não foi exigido que o ex-jogador estivesse presente na audiência desta terça-feira. Chris Daw, o advogado de defesa, disse ao tribunal que seu cliente estava “profundamente aliviado” pela decisão tomada ali.
“A posição é que ele sempre foi inocente dessas acusações. Houve muitas mentiras no curso da investigação e acusação. Olhando adiante, ele agora quer reconstruir a sua vida e sua carreira como um homem inocente”, afirmou Daw.
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Giggs deixou o cargo de técnico da seleção de Gales com o incidente
Ryan Giggs era técnico da seleção galesa na época. Ele assumiu o comando em janeiro de 2018, depois de ter sido assistente técnico no Manchester United, de julho de 2014 a junho de 2016. Foi analista de jogos da Uefa, de março a dezembro de 2017, antes de aceitar a proposta para ser técnico da seleção do seu país. Ele comandou o time na campanha das Eliminatórias da Euro, ajudando na classificação para o torneio.
Com o caso de violência, Giggs foi afastado temporariamente do seu cargo, substituído pelo auxiliar Rob Page, logo que a acusação foi formalizada. “À luz dessa decisão, a FAW confirma que Robert Page irá assumir o papel da seleção galesa para o torneio da Euro 2020 neste verão e terá como assistente Albert Stuivenberg”, dizia o comunicado na época.
A mudança foi tornada definitiva em junho de 2022, quando Page foi efetivado no cargo. “A FAW registra sua gratidão a Ryan Giggs por sua passagem como técnico da seleção e aprecia a decisão que ele tomou, que é do melhor interesse do futebol galês. O foco total da FAW e da seleção está na Copa do Mundo”.
Um dos maiores ídolos da história do Manchester United
Ryan Giggs é uma lenda como jogador do Manchester United. O galês se formou na base do clube e estreou no time principal em 1991. Jogou profissionalmente até 2014, quando se aposentou dos gramados.
Sua carreira foi recheada de títulos: Conquistou 13 vezes a Premier League, quatro vezes a Copa da Inglaterra, quatro vezes a Copa da Liga, duas Champions League e dois Mundiais de Clubes. Defendeu também a seleção galesa de 1991 até 2007, quando fez seus últimos jogos por Gales. Foram 64 jogos, com 12 gols marcados e sete assistências.
Giggs terminou a carreira como o jogador que mais vezes vestiu a camisa do Manchester United, com 963 jogos, um recorde que dificilmente será quebrado. Também está na lista dos 10 maiores artilheiros da história do clube, com 168 gols, em sétimo lugar, empatado com Joe Spence. O maior artilheiro é Wayne Rooney, com 253 gols.