Presidente de time turco é condenado à prisão após agredir árbitro durante jogo
Dirigente foi condenado a 3 anos e sete meses de prisão; decisão em primeira instância ainda cabe recurso
À primeira vista, as muitas reclamações do técnico José Mourinho sobre o Campeonato Turco podem parecer exageradas, mas a cada novo episódio as palavras do português parecem fazer cada vez mais sentido com a realidade.
Nesta segunda-feira (11), o ex-presidente do Ankaragucu, Faruk Koca, que até ano passado disputava a primeira divisão turca, foi condenado à prisão por agredir com um soco no rosto o árbitro Halil Umut.
A agressão aconteceu após o empate por 1 a 1 no duelo entre Ankaragucu e Caykur Rizespor, na temporada passada, na 15ª rodada da competição. O cartola teria ficado irritado com o árbitro após sua equipe ceder o empate no último, aos 51 do segundo tempo.
A Federação turca já havia suspendido permanentemente o dirigente, que ficou proibido de desempenhar qualquer função no futebol. Agora, a justiça do país condenou o ex-dirigente de 60 anos a três anos e sete meses de prisão.
O árbitro Halil Umut, que é credenciado pela UEFA e FIFA, teve o nariz quebrado durante a agressão. Na Eurocopa, apitou três jogos e foi o quarto árbitro em outro confronto. Na atual temporada, além de jogos do Campeonato Turco, Halil Umut também já foi escalado para apitar duelos da Champions League, Mundial de Clubes e Nations League.
No último domingo, ele apitou a vitória por 3 a 2 do Galatasaray contra o Samsunspor, válido pela 11ª rodada do Campeonato Turco.
Banimento do futebol e condenação: dirigente turco é sentenciado após agredir árbitro
Segundo o portal turco Anadolu, o Tribunal Penal de Primeira Instância de Ancara, capital da Turquia, condenou o ex-dirigente Faruk Koca por três acusações separadas, resultando em uma sentença combinada de quatro anos e sete meses.
O próprio tribunal, porém, voltou atrás em parte da sentença que ainda acusava o ex-Ankaragucu por “comportamento ameaçador” por violar a lei da Turquia sobre prevenção de violência.
No fim das contas, foi mantida apenas a condenação por “ferir intencionalmente um funcionário público”, que culminou na sentença de três anos e sete meses de prisão.
Além do dirigente, outras três pessoas, que também agrediram o árbitro com pontapés após o soco, também foram condenadas com sentenças que variam entre 15 meses e cinco anos de prisão.
Na audiência, nenhum dos cinco envolvidos – o árbitro e os quatro acusados – estiveram presentes. Por se tratar de uma decisão de primeira instância, o ex-presidente deve recorrer da sentença.
Expulsão, empate e soco: jogo da Liga Turca terminou em confusão
O Ankaragucu vencia o jogo contra o Çaykur Rizespor, pela 15ª rodada do Campeonato Turco na temporada passada, até minutos antes do fim do duelo. O time da casa abriu o placar cedo no jogo, aos 15 minutos do primeiro tempo.
Apesar do placar positivo, o Ankaragucu sofria com a pressão rival, mas conseguia suportar bem, sem muitos sustos.
A situação, porém, começou a ficar mais complicada depois que o atacante gambiano Ali Sowe foi expulso pelo árbitro Halil Umut no início da segunda etapa – curiosamente, hoje Sowe defende o Rizespor.
A partir da expulsão, o Rizespor tomou o controle do jogo e partiu para o ataque. Com um a menos e vitória praticamente garantir nos minutos finais, o Ankaragucu só precisava suportar a pressão nos sete minutos de acréscimos dado pelo árbitro.
Mas no último lance do jogo, já aos 51 minutos, a poucos segundos do fim da partida, o atacante argentino Adolfo Gaich empatou o jogo. E foi aí que a confusão começou.
Após o apito final, o dirigente invadiu o campo e acertou em cheio o rosto do árbitro, que teve o nariz fraturado.
Faruk Koca chegou a ser preso, mas foi liberado após pagamento de fiança quatro dias após o ocorrido. O seu clube, Ankaragucu, também foi punido, multado em 2 milhões de librar turcas (cerca de 70 mil dólares, à época), e precisou disputar cinco jogos em casa sem a presença dos torcedores. No fim da temporada, a equipe acabou sendo rebaixada e hoje ocupa a sexta colocação da segunda divisão.