Como o PSG de Luis Enrique saiu da crise e se tornou candidato ao título da Champions
Equipe parisiense elimina o Liverpool nas oitavas de final da Champions League e surge como um dos favoritos ao título europeu

Quando Mbappé saiu do PSG em julho de 2024 e a equipe por pouco não acabou eliminada na fase de liga da Champions League, poucos acreditavam que o time francês pudesse fazer frente aos gigantes do cenário europeu.
Contudo, alguns meses se passaram e o outrora considerado “cavalo paraguaio” do futebol do Velho Continente mudou de patamar e agora é um dos favoritos a conquistar o posto mais alto da Europa.
Luis Enrique, antes questionado e até ameaçado de demissão, hoje é coroado como um dos responsáveis pelo crescimento do time parisiense, que mesmo sem estrelas do naipe de Neymar, Messi e Mbappé, joga um futebol de encher os olhos.
Tudo pautado em um estilo ofensivo, agressivo, coletivo e eficiente, capaz de eliminar o atual líder da Premier League e o melhor time da fase de liga da Champions League desta temporada.
Mas o que explica essa mudança tão brusca de patamar, que tirou o PSG da crise e o colocou como um dos candidatos ao título do principal torneio de clubes da Europa?
Além do trabalho de Luis Enrique, o funcionamento de algumas engrenagens da equipe principal ajudam a entender como o time parisiense saiu de um azarão, para uma equipe muito competitiva.
Sem Mbappé, Dembelé assumiu protagonismo no ataque do PSG
Dembélé vive um dos seus melhores momentos de sua carreira. Ao longo de 36 jogos nesta temporada, o jogador marcou 29 gols e seis assistências. Mesmo jogando fora de sua posição original como ponta, a função de centroavante caiu como uma luva diante de suas características.
Sua força para brigar com os zagueiros adversários e seu poder de finalização fizeram Luis Enrique o tirar da beirada do campo e o colocar como referência na frente. O resultado não poderia ter sido mais eficiente e atualmente, o francês de 27 anos é um dos melhores atacantes do cenário mundial.
Para compor a lacuna deixada na ala, o PSG trouxe Kvaratskhelia, que se encaixou como uma luva no esquema de jogo da equipe. Embora menos goleador do que foi no Napoli, pelo menos até o momento, o georgiano é muito aplicado taticamente, ajudando não só na fase ofensiva, mas correndo muito para contribuir defensivamente.

De Portugal, uma trinca eficiente
Além do ataque poderoso, o PSG conta com três portugueses que, além de entrosados, vivem fase soberba nesta temporada. Ditando o ritmo no meio-campo, Vitinha e João Neves são uma das melhores duplas de volantes do futebol europeu nesta temporada.
Aliado a esta qualidade na parte criativa, Nuno Mendes tem sido um dos pilares defensivos do time francês durante este ciclo. Na vitória sobre o Liverpool na noite desta terça-feira, o lateral-esquerdo anulou Salah completamente, dando a segurança necessária para a defesa e a confiança para o time seguir atacando, mesmo jogando fora de casa.
O trio português garante o equilíbrio para o bom funcionamento do time de Luis Enrique, que além de ofensivo, é seguro na fase defensiva, contando com a colaboração de todos os jogadores em campo.

Donnarumma cresceu no momento decisivo
Donnarumma recebeu muitas críticas por não cumprir com as expectativas depositadas sobre seu futebol. Porém, o italiano pôde finalmente fazer uma grande exibição, digna de seu potencial, em um grande desafio na Champions League.
Além dos pênaltis defendidos na série decisiva, o goleiro respondeu à atuação heroica de Alisson no jogo de ida em Paris, fechando o gol do PSG em Anfield e garantindo a vitória dos franceses por 1 a 0 no tempo normal e na prorrogação.

Luis Enrique molda elenco do PSG a sua maneira e encontra equipe ideal
O PSG saiu de um time que contava com muitas estrelas e dependia de lampejos individuais de suas estrelas para um time coletivo. Luis Enrique é um dos responsáveis por essa mudança na equipe e tudo isso parte de sua abordagem na montagem do atual elenco.
Na última janela de transferências, o espanhol permitiu que alguns atletas que não estavam sendo utilizados saíssem, para que aqueles com os quais contavam pudessem brilhar.
Kolo Muani, Skriniar, Asencio foram embora, enquanto Kvaratskhelia veio para compor o time, que agora funciona como uma máquina, na qual todas as engrenagens tem a sua importância para o bom funcionamento da equipe.