Liga das Nações

Protestos, brigas e estádio vazio: França e Israel foi mais agitado fora dos gramados

Partida empatada sem gols pela Nations League fica em segundo plano por conta de aspectos além do futebol

Toda visita que a seleção de Israel ou times do país têm feito na Europa rende polêmica, como na Holanda, e não foi diferente nesta quinta-feira (14) no jogo contra a França pela 5ª rodada do grupo 2 da primeira divisão da Liga das Nações.

O gigante Stade de France, com capacidade para mais de 80 mil pessoas, só contou com 16 mil torcedores, pior público da seleção francesa no estádio, justificado por conta de um boicote aos israelenses por conta da guerra na Faixa de Gaza e também pelo medo de parte do público por confusões.

E esse medo se justificou com tristes imagens de correria e pancadaria nas arquibancadas entre franceses e fãs de Israel durante o primeiro tempo. Apesar de antes mesmo do jogo a polícia local tratá-lo como de “alto risco” e destacar milhares de policiais para evitar maiores problemas, não impediu a briga.

Do lado de fora do estádio, aconteceram protestos de ativistas pró-Palestina, pedindo o banimento do adversário na Uefa e na Fifa. O ônibus do selecionado israelense veio escoltado como se fosse de um chefe de estado. O hino de Israel ainda foi vaiado por alguns presentes no estádio.

O placar, um fraco 0 a 0 de enorme dificuldade para o mandante, ficou em segundo plano para o aspecto político que se infiltra no meio do futebol.

Israel se defende bem no 1º tempo

Uma fotografia que ilustraria a etapa inicial seria dos zagueiros da França com a bola, tendo à frente Camavinga e Kanté, os laterais bem espetados, pontas por dentro e Zaïre-Emery colado no atacante contra um adversário fechado em 5-4-1.

Nesse cenário, o time da casa encontrou muita dificuldade para infiltrar. E não foi por falta de tentativas, forçando jogo pelo lado ou por dentro, mas sem sucesso, tendo muito mérito do sistema defensivo israelense.

No começo, os Bleus só conseguiram chegar em lançamento para Kolo Muani. No primeiro, o atacante, impedido, cruzou para trás e Olise foi travado pela marcação. Depois, o próprio centroavante finalizou de cabeça e quase encobriu Peretz, que espalmou para fora.

A grande defesa do arqueiro visitante veio quase na sequência, aos 20, quando foi ao chão e impediu que um chute colocado de Kanté fosse às redes. Quando não esteve lá para intervir, viu sua defesa bloquear tudo que foi possível em três finalizações seguidas já aos 42 minutos.

Apostando muito nos contra-ataques, Israel só teve uma chance, mas foi uma gigante oportunidade. Em falta cobrada por Abu Fani com mais de meia hora no relógio, Turgeman desviou na primeira trave e a bola veio redonda para Shlomo, de frente para gol e sozinho, furar de maneira bizarra.

França continua com mesma dificuldade na etapa final

O retorno ao intervalo manteve exatamente o mesmo cenário. A dificuldade parecia ainda maior para França, que em 30 minutos só assustou em três chutes de Camavinga de fora da área — apenas um foi ao gol e Peretz defendeu.

O goleiro israelense foi, definitivamente, o grande herói do dia. Em duas finalizações de extrema dificuldade, vinda de Zaïre-Emery aos 30 e Nkunku aos 51, ele voou para pegá-las, apesar da força no chute.

Israel só foi ao ataque no primeiro minuto da etapa final em chute de Abada, facilmente defendido por Maignan. De resto, se limitou a se defender e novamente fez um bom trabalho.

Foto de Carlos Vinicius Amorim

Carlos Vinicius AmorimRedator

Nascido e criado em São Paulo, é jornalista pela Universidade Paulista (UNIP). Já passou por Yahoo!, Premier League Brasil e The Clutch, além de assessorias de imprensa. Escreve sobre futebol nacional e internacional na Trivela desde 2023.
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