‘Se não puder jogar 180 minutos em setembro, vamos embora’: técnico da Espanha defende calendário para seleções

A Espanha encara a Suíça em seu segundo jogo no Grupo A da Liga A da UEFA Nations League. Em entrevista concedida neste sábado (7), o técnico Luis de la Fuente criticou o posicionamento dos clubes e alguns jogadores sobre o calendário de jogos.

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O treinador afirmou que, ao convocar os jogadores para formar a seleção, pensa no bem-estar dos atletas, e não irá poupar equipes quando precisar de suas principais peças.

A entrevista do espanhol acontece um dia depois de Bernardo Silva levantar a voz contra o período intenso de jogos, que se acumulam entre torneios nacionais, continentais e de seleções.

Também existe a pressão de alguns clubes para que as seleções não joguem tanto durante a temporada. No Brasil, por exemplo, o Flamengo perdeu o artilheiro Pedro pelo resto do ano depois do atacante se contundir durante treino da Seleção Brasileira.

Durante a preparação para os jogos das Eliminatórias Sul-Americanas e da Nations League, importantes peças de algumas seleções acabaram sentindo o intenso calendário.

Éder Militão acabou cortado da Seleção Brasileira, enquanto Tchouaméni, e Mendy ficaram de fora dos jogos da França, sem ao menos entrar em campo.

O ritmo de preparação cada vez mais acelerado prejudica o rendimento dos jogadores, e os deixam mais suscetíveis a lesões.

— Se em setembro eles não podem jogar 180 minutos, então apague a luz e vamos embora — disparou De La Fuente.

Independente da pressão dos clubes para não forçar seus jogadores no momento de uma convocação, o treinador ponderou que todos são vítimas do calendário.

— O calendário é acordado por todos. Cumprimos isso, nada mais. Devemos dar a importância que tem à seleção. Somos vítimas do calendário, não somos culpados. Todos os jogadores querem ir para a seleção e os clubes querem que seus jogadores sejam internacionais — disse De la Fuente.

Treinador da Espanha pede união por calendário mais justo

O técnico da Espanha considera que geraria um desequilíbrio competitivo caso evitasse convocar jogadores de alguns clubes, algo que chegou a ser sugerido nopaís.

Para De La Fuente, não dá nada mais satisfatório para um time do que ter um jogador representando seu país.

A saída, na visão do treinador, é encontrar maneiras de planejar um calendário melhor, mais justo, e que não sacrifique tanto os jogadores.

— Nosso dever é colocar o melhor e ser justo, e não seria se eu cuidasse de alguns mais do que de outros para qualquer clube que seja. É injusto e há hipocrisia nisso. Todos os clubes querem que eles estejam lá. A reclamação deve ser quando o calendário é feito — pondera o treinador.

Dani Olmo é dúvida para duelo contra a Suíça

O Barcelona demonstrou preocupação com o quadro clínico de sua principal estrela. Dani Olmo sofreu uma forte pancada na estreia da Fúria frente a Sérvia e precisou sair de campo após sentir algumas dores.

Apesar do relatório médico não ter indicado nenhuma lesão inicialmente, Olmo não treinou com a seleção da Espanha neste sábado, pois ainda sente dores.

De la Fuente comentou sobre o assunto, afirmando que o camisa 20 do Barça não participou das atividades junto aos outros jogadores, e que ainda não se sabe sobre seu quadro clínico.

Para o lugar do meia-atacante, o treinador indicou que poderá utilizar Joselu e Ayoze Pérez no comando de ataque da Fúria.

— Dani Olmo não treinará. Ele sofreu uma forte entrada. Não sabemos como ele estará. Estamos muito satisfeitos com Joselu e Ayoze, eles são perfeitos para a nossa ideia — disse o treinador.

Ainda sobre o adversário deste domingo, Luis de la Fuente afirmou que o estado do gramado do palco do jogo pode influenciar no rendimento dos atletas.

O Estádio de Genebra recebe o confronto entre Espanha e Suíça.