Empresário interessado no Vasco é acusado de apoiar grupo que matou policial na Grécia
Evangelos Marinakis responde acusações de apoiar uma organização criminosa ligada aos torcedores do Olympiacos e incitar a violência esportiva
Interessado na aquisição da SAF do Vasco e já dono dos clubes Nottingham Forest, Olympiacos e Rio Ave, o magnata Evangelos Marinakis foi convocado por um juiz da Grécia para responder às acusações de apoiar o grupo de torcedores “Gate 7”, do clube grego, apontado com uma “organização criminosa”, e incitar a violência esportiva.
Junto dele, outros quatro membros do conselho do Olympiacos também são réus e foram chamados para falar sobre a contravenção.
Promotores do caso apuram se o grupo de torcedores, acusado de matar um policial no ano passado, teria sido “secretamente dirigido ao mais alto nível por membros da administração ou executivos” do clube grego. Todos negam que teriam financiado o Gate 7.
— Eles são absolutamente inocentes. A estimativa de que eles cometeram esses atos é infundada e será provada no devido tempo pelo conselho [judicial] ou pelo tribunal — afirmou o advogado do empresário, Vassilis Dimakopoulos, à agência de notícias Reuters.
Giannis Moralis, vice-presidente do Olympiakos e também prefeito da cidade Pireu, rechaçou em 19 de novembro o que diz a justiça e disse que o clube sofre um “tratamento discriminatório”.
— O desenvolvimento, que foi anunciado por semanas por centros políticos e empresariais específicos, constitui uma nova tentativa de chantagear o Olympiacos FC e seu presidente. Isso segue a injusta segmentação coletiva e caracterização de nossos fãs como parte de uma suposta organização criminosa. […] Essa manobra orquestrada carrega motivos políticos claros, vergonhosamente armando o sistema judiciário. — afirmou o clube grego em comunicado.
Os dirigentes responderão oficialmente às acusações, mas o sistema judicial grego possui diversos estágios de preparação e a compilação dos possíveis crimes cometidos não quer dizer que os réus terão um julgamento. A lei da Grécia também impede comentários das autoridades judiciais.
Essa não é a primeira vez que Marinakis enfrenta questões na justiça grega. Antes, ele foi investigado (e depois absolvido) em processos sobre possível envolvimento em manipulação de resultados e por tentar corromper árbitros.
Morte de policial no ano passado iniciou operação que convocou Marinakis
A investigação que chegou a Marinakis iniciou em dezembro de 2023, quando um policial morreu vítima de um sinalizador em um confronto com torcedores do Olympiacos após uma partida de vôlei.
Desde então, a polícia prendeu centenas de pessoas acusadas de fazer parte de uma organização criminosa que incita a violência em eventos esportivos.
A morte do policial foi mais de vários episódios de violência no futebol grego. Dias antes, fãs do Olympiacos brigaram com forças de segurança após o clube ter um gol anulado no empate em 2 x 2 com o Volos pelo Campeonato Grego. No fim, o jogo teve que ser suspenso pelo confronto dos ultras.
Por tudo isso, o governo da Grécia impediu o comparecimento de torcedores nos estádios por dois meses para que os locais se adequassem a regras de segurança.
A insegurança do futebol local fez os árbitros gregos publicarem uma mensagem à época com a intenção de iniciarem uma grave “até que as condições sejam normais para integridade física dos profissionais”.
Quem é o magnata grego interessado no Vasco?
Empresário do ramo marítimo, Marikanis faz parte da família que controla a Capital Maritime Group. Segundo a Forbes, apenas o empresário grego soma fortuna de 3,7 bilhões de dólares (R$ 21,4 bilhões).
Ao mesmo tempo que é bem-sucedido pela herança que teve, é controverso fora dos campos. Além das investigações contra ele, o grego esteve suspenso por cinco partidas da Premier League neste ano após tentar cuspir em um árbitro na partida entre Nottingham Forest e Fulham.
O interesse no Vasco foi revelado pelo jornal inglês The Telegraph na última semana, apontando na reportagem que estariam em negociações para comprar uma parte majoritária do clube da Colina. Vale citar que na rede multiclubes terá o brasileiro Edu Gaspar, ex-Arsenal, como CEO esportivo.