Europa

Campeonato Grego ficará dois meses sem público após seguintes conflitos entre ultras e policia

Governo vai exigir de clubes instalação de câmeras e outras medidas para tentar frear violência disseminada no Campeonato Grego

O Governo da Grécia, comandado pelo primeiro-ministro Kyriakos Mitsotakis, anunciou uma medida drástica para lidar com seguintes confrontos entre torcedores e policiais: por dois meses, até 12 de fevereiro, todos os jogos do Campeonato Grego de futebol serão sem público. A medida acontece pouco depois de um policial de 21 anos sair gravemente ferido ao ser atingido por um sinalizar e sofrer uma hemorragia – ele está na UTI, em estado grave.

Esse caso de violência aconteceu na última quinta-feira (7) em uma partida da Copa da Liga de Voleibol, na qual um grupo de torcedores do Olympiacos entrou em confronto com as autoridades policiais e um jovem de 18 anos atirou o artefato. Ele foi preso e confessou o crime. Outras 400 pessoas foram detidas.

Antes, em 3 de dezembro, agora no Campeonato Grego de futebol, os fãs do Olympiacos brigaram com policiais após o clube ter um gol anulado no empate em 2 x 2 com o Volos. No fim, o jogo teve que ser suspenso pelo confronto dos ultras.

– As partidas do Campeonato da Grécia serão jogadas a portas fechadas pelos próximos dois meses, até 12 de fevereiro. Atletas, torcedores e cidadãos não pagarão pelo comportamento assassino de organizações criminosas e pela triste tolerância de uma minoria mínima de torcedores fanáticos – detalhou o porta-voz do governo, Pavlos Marinakis, em entrevista coletiva.

Torcida do Olympiacos no dia da briga contra a polícia (Foto: Icon Sport)

A medida vale para os jogos da primeira e segunda divisão grega, além da partida entre Olympiacos, envolvido em polêmica anterior, e TSC Bačka Topola, disputada na Grécia pela Liga Europa, nesta quinta-feira (14). Vale destacar que Panathinaikos e AEK também jogam a competição europeia nesta temporada, enquanto o PAOK está na Conference League, mas receberão torcedores normalmente.

– Há muitos anos, criminosos se passam por torcedores para cometer crimes graves, ferindo gravemente e matando – afirmou o porta-voz do Executivo grego, antes de falar em um problema “crônico” que passa a sociedade da Grécia e exaltou o que o governo do conservador Mitsotakis tomará “intervenções dinâmicas” para tentar parar o problema.

A insegurança do futebol local fez os árbitros gregos publicarem uma mensagem na última semana com a intenção de iniciarem uma grave “até que as condições sejam normais para integridade física dos profissionais”.

O governo exigirá que, durante os dois meses, os clubes instalem câmeras de alta definição nos estádios conforme as especificações da UEFA, além de implementar um sistema que verifique a identidade dos torcedores que ingressem nos locais das partidas.

Por fim, o porta-voz ainda disse que os resultados da medida serão avaliados pelo governo e, caso alguns clubes não se adequem e não consigam garantir a segurança dos torcedores, poderá ser estendido o período sem torcida.

A situação atual do Campeonato Grego

Em 15 rodadas disputadas, a Superliga Grega 2023/24 está bem disputadas entre os atuais quatro principais clubes do país. Quatro pontos separam o primeiro, Panathinaikos (31), do quatro, Olympiacos (29). O AEK é o vice-líder, enquanto o PAOK ocupa a terceira colocação. O quarteto é absoluto no futebol grego, tanto que a diferença do quinto, o Aris, já é de oito de pontuação para os quatro primeiros.

Na última temporada, o cenário foi o mesmo, com os quatro clubes liderando a primeira fase dos pontos corridos. O regulamento prevê que aconteça uma fase de grupos entre os seis primeiros para definir o campeão e as vagas nas competições europeias. O AEK terminou com a taça, seguido por Panathinaikos, Olympiacos e PAOK.

Nos últimos quatro anos, o quarteto sempre esteve entre os cinco melhores times do Campeonato Grego. O único “intruso” foi o Aris. No recorte dentre os campeões nacionais, o último além de AEK, Panathinaikos, Olympiacos e PAOK foi o Larissa FC, em 1988, há 35 anos.

Foto de Carlos Vinicius Amorim

Carlos Vinicius AmorimRedator

Nascido e criado em São Paulo, é jornalista pela Universidade Paulista (UNIP). Já passou por Yahoo!, Premier League Brasil e The Clutch, além de assessorias de imprensa. Escreve sobre futebol nacional e internacional na Trivela desde 2023.
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