Pepe merece os devidos elogios pelas grandes atuações nos mata-matas da Euro
Imagine um termo pejorativo geralmente endereçado a um zagueiro. Pepe provavelmente já foi chamado disso. Ninguém constrói uma carreira de sucesso como a do alagoano por nada. Mas os rótulos recebidos aos longo dos anos não se descolam. Sim, às vezes o beque dá razão para as alcunhas nada honrosas, principalmente quando perde o controle. O que não quer dizer que é mau jogador. E, nesta Eurocopa, o camisa 3 de Portugal tem mostrado o seu melhor. Em uma seleção que oscila na competição, o defensor fez duas partidaças para ajudar a garantir a classificação às semifinais.
VEJA TAMBÉM: Renato Sanches, o fenômeno que joga a Euro como se ainda estivesse no quintal de casa
Contra a Croácia, Pepe deixou o campo como um dos grandes responsáveis pela sofrida vitória. Não resolveu na frente, mas manteve a segurança e a solidez diante da pressão croata na maior parte do tempo. Já nesta quinta, diante da Polônia, o zagueiro mais uma vez se destacou. Soberano pelo alto e muito bem nas antecipações, manteve a contestável defesa lusitana a salvo. O ataque polonês não sufocava a todo o tempo, mas era perigoso em suas poucas chegadas. Via no camisa 3 o seu principal empecilho.
A campanha de Portugal na Eurocopa é feita de contrastes. O ataque trabalha bastante, mas balança as redes muito menos do que deveria. Enquanto isso, a defesa nem sempre foi muito exigida, mas a falta de consistência é um problema. A proteção no meio-campo e a avenida na lateral direita são pontos fracos, enquanto Rui Patrício não transmite a confiança necessária. Por sorte, Fernando Santos conta com Pepe como esteio. E, sem se perder nas entradas mais duras ou nas discussões sem sentido, o veterano serviu de notável liderança nos mata-matas. Será ainda mais essencial nas semifinais.
A Euro 2016 é a quinta competição internacional de Pepe. E seu moral não andava lá muito alto desde a Copa de 2014, quando seu descontrole prejudicou Portugal sensivelmente e contribuiu para a eliminação na primeira fase. Quando está “zen”, o alagoano consegue ser um ótimo zagueiro – e talvez não haja prova melhor do que sua temporada excelente com o Real Madrid em 2013/14. Com a Seleção das Quinas, todavia, o peso do camisa 3 é ainda maior, diante da liderança que pode (e, considerando a maioria dos defensores à disposição, deve) exercer. Na França, mais do que inegáveis, os elogios ao beque são necessários. Ele faz por merecer.
TRIVELA FC: Conheça nosso clube de relacionamento, marque um gol pelo jornalismo independente e ganhe benefícios!