Jornais da Inglaterra detonam Harry Kane, e Southgate dá pista sobre futuro
Ânimos dos ingleses se exaltam após nova derrota em final de Eurocopa, que aumenta o tabu sem títulos de expressão da seleção

A segunda derrota consecutiva em finais de Eurocopa deixou o clima pesado na Inglaterra. A imprensa local não perdoou o elenco em sua vasta maioria, com exceção de Jude Bellingham e Cole Palmer, principais nomes do time na decisão. O grande culpado foi, novamente, Harry Kane.
Um pós-jogo de ânimos exaltados ainda viu um Gareth Southgate pensativo na saída de campo, assim como na entrevista coletiva. A continuidade do treinador na seleção é um mistério.
Jornais detonam Harry Kane
Sobrou para o craque. Chuteira de ouro da Europa, Harry Kane foi o artilheiro da Eurocopa, com três gols, ao lado de outros cinco nomes, mas, no geral, não fez um bom torneio.
Não é preciso ir muito longe para exemplificar, já que o camisa 9 acabou sendo substituído no segundo tempo da semifinal e final da competição. Esse foi justamente o ponto dos ingleses.
Para a imprensa local, o capitão e referência técnica precisava chamar mais a responsabilidade. O The Guardian até citou que Kane se conformou com a alteração na grande decisão, como se tivesse desistido de tentar algo diferente na partida.
— Havia um elefante na sala e o apoio da Inglaterra abordou isso no minuto 57, com altos cânticos do nome de Watkins. Mesmo assim, a velocidade da resposta de Southgate foi um choque. O herói da noite de quarta-feira estava equilibrado e a piada cruel pode ter sido que Kane, reconhecendo a gravidade da situação, agiu com maior propósito do que em qualquer momento da noite quando seu número foi mencionado — escreveu Nick Ames no Guardian.
Definitivamente não foi a temporada de Kane. Os números até são impressionantes: o centroavante marcou 36 gols e levou o Bayern de Munique a brigar em todas as competições.
Esse era o objetivo do inglês, afinal, deixara o Tottenham para buscar um novo desafio em nome dos títulos. O grande problema é que, na hora H, ele não apareceu.
O Bayern foi eliminado precocemente da DFB Pokal e viu o Bayer Leverkusen vencer a Bundesliga de maneira invicta, acabando com sequência de incríveis 11 títulos seguidos do clube de Munique.
Na Champions, os Bávaros pararam no campeão Real Madrid, em semifinal eletrizante e nova derrotada dolorida para Kane. A deste domingo (14), contudo, foi a que mais doeu.
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Southgate vai sair da Inglaterra?
Essa foi a grande incógnita após o apito final. Southgate falou com a imprensa, não se escondeu, mas suas palavras foram vagas. O comandante não deu nenhum indício de que poderia permanecer no comando da Inglaterra até a Copa do Mundo.
— Agora não é o momento para eu falar sobre isso. Preciso falar com as pessoas certas e dar para mim mesmo um pouco de tempo. Chegar em mais uma final foi um privilégio, mas ter perdido está sendo duro neste momento — disse, à Sky Sports.
O treinador também fez questão de elogiar seus comandados, que chegaram à final com muita emoção, mas acabaram provando do próprio veneno na decisão. Gareth Southgate frisou que a Inglaterra ainda é um time jovem e que o futuro é brilhante, mesmo com a dor da derrota ainda latente.
— Os jogadores ganham muito crédito por ter chegado onde chegaram, mas quando se tem a oportunidade de vencer, é preciso aproveitar. Eles representaram a camisa com orgulho e não foram batidos até o último momento. A Inglaterra está em um momento positivo em termos de experiência. Há muito para esperar no futuro, mas isso não é nenhum consolo para o momento duro — finalizou.
Jejum incômodo continua
O futebol pode até ter começado na Inglaterra, mas a seleção local não chegou nem perto do tamanho da invenção em conquistas. O único título da expressão da história dos ingleses foi na Copa do Mundo de 1966, disputada justamente no Reino Unido.
A final ainda teve doses de polêmica: o gol de Geoff Hurst é um dos maiores mistérios da história da competição de futebol mais importante do planeta.
De lá para cá, 58 anos se passaram. A Inglaterra vai completar 60 anos sem um título de expressão durante a próxima edição da Copa do Mundo, que será disputada nos Estados Unidos, México e Canadá.