Agora é oficial: Uefa define Euro 2028 no Reino Unido e Irlanda e Euro 2032 na Itália e Turquia

Para surpresa de ninguém, o Reino Unido e a Irlanda foram anunciados como sedes para a Eurocopa de 2028. Foi também confirmada a sede da Eurocopa 2032, com Itália e Turquia. As duas candidaturas concorreram sem qualquer oposição. O anúncio era só uma formalidade. O único ponto que faltava era a aprovação do Comitê Executivo da Uefa, o que foi realizado nesta terça-feira (10).

O processo de candidatura tornou a escolha uma mera formalidade. Tudo começa quando a candidatura do Reino Unido e Irlanda desiste da Copa do Mundo de 2030, incentivado pela Uefa, que não queria que duas candidaturas do continente dividindo votos. Portugal e Espanha já eram candidatos na época e acabariam adicionando Marrocos. A Fifa já confirmou os três países como sede em 2030 (e três jogos de abertura na América do Sul no Uruguai, Argentina e Paraguai).

Diante disso, o Reino Unido e a Irlanda se prepararam para sediar a Euro 2028. Só que a Turquia, uma candidata constante a receber a Eurocopa e que nunca conseguiu o feito, também estava na disputa. Eis que a solução mais uma vez foi política. A Turquia desistiu da candidatura em 2028 para se unir à Itália, que era candidata a receber a Euro em 2032. Todo mundo acabou ganhando a sede de algo, no fim.

Euro 2028: Quais são as 10 sedes do torneio

Desde a candidatura, Reino Unido e Irlanda já tinham definido as 10 sedes do torneio. Como bem se sabe, o Reino Unido é composto por Inglaterra, Escócia, Gales e Irlanda do Norte. Todos esses países, além a Irlanda, claro, receberão jogos. Veja as 10 sedes:

• Wembley (Londres)
• Hampden Park (Glasgow)
• Principality Stadium (Cardiff)
• Aviva Stadium (Dublin)
• Casement Park (Belfast)
• Bramley-Moore Dock Stadium, o novo Estádio do Everton (Liverpool)

Euro 2028 classificará automaticamente os cinco países-sede?

A classificação para a Eurocopa 2028 não está garantido para nenhuma das sedes. Segundo a própria Uefa, em suas regras de candidatura para grandes eventos, quando mais de um país sedia o torneio, não há classificação garantida.

“No caso de mais duas associações como sede, a classificação automática de todos os países sede não pode ser garantida e podem estar sujeitos à decisão feita em conjunto com competições relativas à classificação”.

Segundo a BBC, a Inglaterra quer passar pelo processo de classificação normal, sem ter uma vaga garantida. Isso porque a Football Association considera que isso seria benéfico para a preparação do time para o torneio. Ter a classificação direta pode ser uma armadilha, como estamos vendo com a Alemanha, que está sofrendo muito na preparação para a Euro 2024.

Gales quer sediar a abertura na Euro 2028

A confirmação do Reino Unido e Irlanda como sede evidentemente foi recebida com festa nos países. O executivo chefe da Associação de Futebol de Gales, Noel Mooney, comemorou a ida do torneio para o país. “Levar o torneio para Gales é especial para nós. Estamos empolgados”, disse.

O dirigente fez o lobby para que Gales, com o estádio de Cardiff, sedie a abertura do torneio. “Nós colocamos uma agenda de jogos, achamos que Cardiff é perfeito para a abertura e estamos ansiosos por isso. Esperamos sediar e, tendo grandes jogos em Cardiff, podemos levar Gales ao mundo de um modo que ainda não foi feito antes”, continuou o dirigente.

Gareth Bale, recém aposentado do futebol profissional, também estava presente no evento e celebrou que Gales receberá o torneio. “Para mim, como galês, adoraria que Cardiff sediasse a partida de abertura. Nós temos o estádio e a estrutura para isso”.

Euro 2032: Uma oportunidade de renovar os estádios da Itália?

A confirmação da Itália e Turquia como sede também foram comemoradas. O presidente da FIGC, a Federação Italiana de Futebol, Gabriele Gravina, falou sobre o desafio de sediar o evento e confirmou que, sim, a Eurocopa de 2032 será uma oportunidade para renovar os combalidos estádios italianos.

“A Itália não organiza um torneio desse tamanho e importância desde 1990”, afirmou o presidente da FIGC, Gabriele Gravina, à Sky Sport, direto de Nyon. “Depois de 42 anos, é o momento certo de focar nossos esforços e provar a organização da Itália”.

“Primeiro de tudo, obtivemos um período significativo para juntar ideias, planos e realizarmos (os estádios). A data é 1º de outubro de 2026, significando que nós temos três anos para projetar e colocar a pedra de fundação em 31 de março de 2027”, continuou o dirigente.

“Não estamos em desvantagem em termos de indicação de estádios. Três já foram considerados positivamente na candidatura. Estão faltando dois ou três estádios, mas não devemos considerar o cinco ou seis estádios para esta fase. Temos que ir além e olhar 2032 como uma grande oportunidade para oferecermos ao nosso país e ao mundo do futebol a chance e construir ideias, cultura e as infraestruturas para o nosso país”.

Para Gravina, a candidatura conjunta entre Itália e Turquia é uma oportunidade para os dois países. “O futebol deve ser um fenômeno cultural que quebra qualquer barreira”, afirmou o presidente da FIGC.

“Eu acredito que essa é uma dessas oportunidades. Este evento não se trata só de Itália e Turquia, se trata de toda a Europa. Se trata sobre o reconhecimento de diferentes tradições e culturas, cancelando qualquer tipo de distância física entre os dois países e construindo pontes”, afirmou ainda Gravina.

Sediar a Euro 2032 irá dar uma chance à Itália de atacar um dos seus principais problemas atuais: os estádios. Mais do que isso, também será uma chance de renovar as infraestruturas. “Nós temos que fazer um esforço por uma revolução cultural”.

“Esta é uma questão que temos discutido por muitos anos, mas nós nunca fomos capazes de encontrar soluções. A burocracia não é um problema. É uma questão de uma avaliação empresarial. É uma questão do futebol ser visto como como um lugar onde as famílias podem se reunir e aproveitar o futebol da melhor forma possível”.

“Nós temos que garantir que este evento se torne uma oportunidade e usar qualquer estratégia possível para fazer o melhor disso. Todo mundo deve fazer a sua parte. Ouvi sobre um comissionário. O comissionário não pode ser uma solução para todos os problemas. Pode ajudar, mas é um dos elementos. Todos os outros devem ser identificados no mundo do futebol”.