Guia da Euro 2020: Gales
Após chegar à semifinal em 2016, Gales tenta repetir o feito, mas tem um time mais envelhecido e estrelas em um momento menos brilhante que há cinco anos

Este texto faz parte do Guia da Euro 2020.
Como foi o ciclo desde a Copa de 2018
Gales fez uma grande campanha na Euro 2016, mas isso não foi o bastante para chegar à Copa 2018. Perdeu a vaga direta para a Sérvia e para a Irlanda na repescagem. No primeiro torneio depois da Copa da Rússia, a Liga das Nações, Gales ficou em segundo, atrás da Dinamarca. Fora também da fase final. Nas Eliminatórias para a Eurocopa, os galeses conseguiram a classificação em um grupo que tinha a Croácia, que foi líder, Eslováquia, Hungria e Azerbaijão. A campanha teve oito jogos, quatro vitórias, dois empates e duas derrotas.
Na Liga das Nações seguinte, conseguiu uma ótima participação na Liga B com a liderança no grupo que tinha Finlândia, Irlanda e Bulgária. Foram seis jogos, cinco vitórias e um empate. Mais recentemente, iniciou a trajetória nas Eliminatórias da Copa e, até aqui, foi uma no cravo, outra na ferradura: perdeu da Bélgica, mas venceu a República Tcheca. É o terceiro colocado no momento, já que fez um jogo a menos que belgas e tchecos. Tem esperanças de aproveitar aquele que deve ser o último ciclo de Gareth Bale para chegar à Copa.
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Como joga
Os protagonistas de 2016 envelheceram e estão em momento pior do que há cinco anos. Gareth Bale teve uma temporada de recuperação depois do exílio no Real Madrid, enquanto Aaron Ramsey foi só um reserva bastante utilizado na Juventus. Nenhum deles vive momento particularmente iluminado. O técnico Robert Page, ex-assistente de Giggs, mantém o esquema: um 3-4-3 que tenta aproveitar as melhores qualidades dos seus melhores jogadores, Bale e Daniel James pelas pontas. Pode também alternar para um 4-2-3-1, um esquema utilizado nas Eliminatórias. O elenco foi bastante renovado. Só oito jogadores estiveram na Eurocopa de 2016. Falta um centroavante de peso, mas o time tem bons nomes, como Harry Wilson, que pode fazer a função de falso nove, ou Kieffer Moore, que teve uma temporada de destaque pelo Cardiff, com 20 gols em 42 jogos. Seja com quem for, a aposta será uma: velocidade. É um time muito rápido e tentará tirar o melhor disso.
O craque

Gareth Bale já esteve entre os melhores jogadores do mundo, mas entrou em um período de ostracismo. Seu comportamento foi muito questionado em Madri, onde se tornou um fantasma, sem ser utilizado por Zinedine Zidane. Acabou emprestado ao Tottenham, pelo qual conseguiu recuperar alguns dos seus melhores momentos, com golaços e boas atuações. É um jogador de capacidade técnica inquestionável, embora nunca saibamos o que esperar dele. Como Gales é uma das suas prioridades, é de se esperar que não falte dedicação do camisa 11 e capitão Tem 92 jogos e é o maior artilheiro da seleção galesa, com 33 gols. Aos 31 anos, sua velocidade e capacidade de finalização são trunfos que podem decidir qualquer jogo.
Bom coadjuvante

Aos 30 anos, Aaron Ramsey é um bom jogador de meio-campo, que foi muitas vezes utilizado pela Juventus ao longo da temporada, mas sem nunca causar um grande impacto. O meio-campista central participou de 30 partidas, 19 delas como titular. Terminou a temporada no banco. Ainda assim, tem qualidade técnica, chega bem ao ataque e tem muito fôlego. Pode ser um ótimo coadjuvante do time, ajudando a fazer a transição ao ataque.
A promessa

O lateral Neco Williams é um dos muitos jogadores jovens do elenco de Gales. Com apenas 20 anos, ele começou a ganhar alguns minutos pelo Liverpool como lateral direito, mas ainda são poucos. Foram 14 partidas ao longo da temporada, sendo seis delas na Premier League. Teve o contrato com o Liverpool renovado em 2020 e foi cotado para defender a Inglaterra, já que seus avós são ingleses, mas nem considerou a hipótese. Apaixonado por Gales, quis defender a seleção e deve ser o titular na lateral ou ala e mostrar do que é capaz.
O veterano
Chris Gunter

O zagueiro Chris Gunter é o jogador com mais partidas pela seleção galesa. Foi, aliás, o primeiro galês a bater a marca de 100 jogos pela seleção. Pode ser alcançado por Wayne Hennessey, goleiro de 34 anos que fez 96 jogos até aqui. Joga usualmente como lateral direito, mas pode jogar também pela esquerda, além de zagueiro. A tendência é que seja reserva na Eurocopa.
Técnico

O técnico Robert Page assumiu o cargo de maneira inesperada, quando Ryan Giggs foi definitivamente afastado em abril, acusado de agressão contra mulheres. Ex-jogador, atuou junto com Giggs pela seleção galesa, com 41 jogos. Como técnico, dirigiu Port Vale e Northampton, antes de se tornar assistente do Nottingham Forest por três meses e depois assumir as seleções de base de Gales, sub-17, sub-19 e sub-21. Tornou-se assistente técnico de Giggs em agosto de 2019 e, desde novembro de 2020, assumiu interinamente o cargo de técnico. Sua preferência é manter o 3-4-3 que o time tem jogado. Ele já alegou que não tem tolerância com indisciplina e exige maturidade do seu time.
Retrospecto na Eurocopa
A história de Gales na Eurocopa é curtíssima. Só uma, em 2016, quando fez uma campanha notável, chegando até a semifinal. Perderia do campeão Portugal, mas deixou uma ótima impressão ao ser comandado por Gareth Bale. Esperar o mesmo agora talvez seja ilusão e, por isso, até passar da fase de grupos seria um feito para o time, já que os concorrentes parecem mais fortes.
Participações na Euro: 1 (2016)
Melhor campanha: Terceiro lugar (2016)