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Como a aquisição do Everton por John Textor afeta seus outros clubes na Europa
Empresário americano planeja listar a Eagle Football na Bolsa de Nova York para atrair capital
O empresário americano John Textor está próximo de dar mais um grande passo em seus investimentos no mundo do futebol. Mas o movimento pode impactar diretamente os outros clubes que já fazem parte do seu império.
A Eagle Football Holdings, holding do empresário que detém participações em diversos clubes de futebol, permite a Textor influenciar e coordenar as operações de equipes em diferentes ligas e países.
Entre as aquisições da empresa no velho continente, destacam-se o Lyon, na França, o RW Molenbeek, na Bélgica, e o Crystal Palace, na Inglaterra.
De olho em um protagonismo maior na Premier League, Textor se aproximou da compra do Everton. Para isso, está preparando a documentação necessária para listar a Eagle Football Holdings na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE).
Essa oferta pública inicial (IPO) é uma operação financeira em que a holding venderá ações ao público pela primeira vez, buscando captar cerca de 500 milhões de dólares (R$2,8 bilhões).
Este montante poderá ser utilizado para fortalecer financeiramente os clubes controlados pela holding do empresário, e será fundamental para a compra do clube de Liverpool.
Os desafios dos clubes de Textor na possível compra do Everton
A aquisição do Everton deve exigir novos desafios aos clubes de Textor. O primeiro deles é que, segundo as regras da Premier League, ninguém pode ter controle de dois clubes na mesma liga.
Atualmente, John Textor detém uma participação de 45% no Crystal Palace. Para avançar na compra do Everton, portanto, precisará vender suas ações no Selhurst Park.
O processo de venda, que costuma ser supervisionado pela Raine Group (instituição especializada em transações no meio esportivo), é complexo e envolve a avaliação de múltiplas ofertas de compra.
A curto prazo, o Crystal Palace pode sofrer os impactos da falta de uma nova gestão e dos reajustes pelos quais o departamento administrativo do clube deve passar.
Além do Crystal Palace, a listagem da Eagle Football na Bolsa de Nova York poderá trazer implicações para todos os outros clubes europeus sob o controle de Textor.
Conforme explicou Stefan Borson, especialista em finanças e entrevistado pelo Football Insider, uma empresa listada nos EUA está sujeita a exigências rigorosas de divulgação de informações financeiras.
“Isso será um problema para qualquer clube em que o Eagle esteja investido, seja Everton, Palace ou Lyon. É bom para nós como observadores, mas não é interessante se você for um investidor, particularmente porque relatórios trimestrais de um clube de futebol não são ideais.”
Este nível de transparência, exigido pela Securities and Exchange Commission (SEC), o órgão regulador do mercado de valores mobiliários dos EUA, pode trazer à tona detalhes sobre todas as operações dos clubes, desde o custo de transferências de jogadores até os salários pagos e a saúde financeira geral das entidades.
A necessidade de equilibrar os interesses de diversos clubes em diferentes países, cada um com suas próprias realidades econômicas e competitivas, torna a tarefa de John Textor ainda mais desafiadora.
É fato que a compra do Everton pode ser um movimento estratégico importante para o empresário, mas os meios para se obter o clube inglês podem trazer repercussões que se estenderão por toda a rede de clubes da Eagle Football.