Champions League

Manchester City teve atuação de favorito para virar, vencer e complicar Napoli na Champions

Quem viu o início do jogo do Manchester City contra o Napoli no estádio San Paolo não imaginava que ele terminaria 4 a 2 para os ingleses, que ainda controlaram a metade final do segundo tempo. A vitória, de virada, foi construída depois de segurar o ímpeto do time italiano no primeiro tempo e utilizar toda sua qualidade para vencer com autoridade e controlando o fim do jogo com inteligência.

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Curiosamente, o time de Guardiola fez uso de bolas paradas e contra-ataques. Mas não pense que foi só isso. Apesar da pressão intensa do time da casa no primeiro tempo, o Manchester City conseguiu responder no segundo tempo e, mais do que isso, aproveitar as falhas do Napoli. Defensivamente, o time italiano foi muito mal, deixando grandes espaços que o City tratou de aproveitar grandemente para matar o jogo.

Foram 20 minutos de Napoli trocando passes no ataque e tentando chegar ao gol no primeiro tempo. O City mais assistia que jogava. Parecia que o time inglês sabia que precisava segurar esse ímpeto do time italiano no primeiro tempo. E o preço a pagar foi cobrado quando um espaço apareceu.

Insigne, pela esquerda, tabelou com Mertens, pelo centro, que fez o papel de pivô. Insgine, de primeira, chutou cruzado para parar 1 a 0. Era o placar que fazia jus ao volume que se viu em campo, embora o Manchester City sempre tenha parecido consciente do que fazia em campo, em uma estratégia perigosa.

Depois dos 25 minutos, porém, o ritmo diminuiu. O Manchester City, que ficava pouco com a bola, passou a ficar um pouco mais, mas era inofensivo nos seus ataques. O problema é que um time como o Manchester City é sempre perigoso.

Aos 34 minutos, o Manchester City achou um gol nos seu primeiro chute certo. Na verdade, foi uma cabeçada. Após escanteio cobrado curto, Leroy Sané cruzou para a área, do lado direito do campo, para a segunda trave, onde estava Nicolas Otamendi. O argentino subiu mais que Elseid Hysaj e mandou para as redes.

No início do segundo tempo, veio a virada. Ilkay Gündogan cobrou escanteio, logo a três minutos, e o zagueiro John Stones cabeceou forte. A bola bateu no travessão, no chão e saiu. A tecnologia na linha do gol avisou o árbitro Felix Brych que a bola, de fato, entrou: 2 a 1 para o Manchester City em Nápoles.

Só que o Napoli continuou tentando. Insigne fez uma finta linda sobre Danilo, abriu espaço e chutou, mas a bola explodiu no travessão. Era o início da tentativa de pressão dos Partenopei. Curiosamente, o gol de empate do Napoli também veio de bola parada.

Aos 16 minutos, depois de uma cobrança de escanteio, Raúl Albiol pegou um rebote e chutou e Sané chegou atrasado, dando um bico no zagueiro. Pênalti marcado por Feliz Brych. Jorginho foi para a cobrança e, com tranquilidade, empatou a partida em 2 a 1.

O Napoli teve a chance do terceiro gol aos 22 minutos. Mertens, em um belo passe, deixou Callejón na cara do gol. O espanhol chutou forte e o goleiro Ederson defendeu. O escanteio não deu em nada, mas o contra-ataque que se originou nele sim. Sané, em uma velocidade atordoante, foi conduzindo a bola e passou para Agüero, livre, finalizar e marcar: 3 a 2.

Um gol importantíssimo não só para o jogo, mas para a história: foi o seu gol númro 178 em 264 jogos pelo clube. Superou, então, Eric Brook, que tem, oficialmente, 177 gols. Oficialmente porque ele ainda chegou a marcar um gol na temporada 1939/40, mas os jogos foram expurgados dos registros pelo início da Segunda Guerra Mundial. Brook, porém, disputou 493 jogos pelo Manchester City.

Já nos acréscimos, De Bruyne puxou novo contra-ataque e abriu para Sterling, que fazia até uma partida apagada, marcar 4 a 2 e fechar a conta, aos 47 minutos. Era a pá de cal em um jogo que ainda havia pouca esperança do lado italiano.

À parte o óbvio mérito do Manchester City em conduzir um contra-ataque com competência, defensivamente o papel que o time fez foi ridículo. Agüero estava sozinho e tinha mais dois jogadores ao seu lado, além de Sané um passo atrás. Eram quatro jogadores de ataque contra dois de defesa. Impressionante como o Napoli estava desorganizado no contra-ataque de um escanteio a favor.

O Napoli sabia que a situação era desesperadora e isso ficou evidente em campo. O time italiano tentava, mas o Manchester City tentava administrar o jogo, com inteligência. Quase chegou ao quarto gol aos 41 minutos, quando Sané, novamente, fez uma grande jogada pela esquerda e tocou para o meio, onde Bernardo Silva bateu forte, mas Pepe Reina defendeu.

O Manchester City não tem tradição na Champions League, mas atuou como um grande nesta partida em Nápoles. Não jogou o seu melhor futebol, mas pareceu sempre saber o que fazer em campo. Sofreu nos primeiros 25 minutos, é verdade, inclusive sofrendo o gol. Mas soube responder, reagir, virar e vencer. E muito bem.

Vale destacar Leroy Sané. Em um ataque badalado – com justiça – por ter Sergio Kun Agüero e Gabriel Jesus, o alemão tem se tornado cada vez mais importante. É rápido, habilidoso e tem marcado gols também, mesmo que não tenha feito nesta partida. É um dos jogadores que tem ganhado mais espaço e dá para dizer que Guardiola precisa arranjar um lugar para ele a cada partida.

O time de Pep Guardiola está classificado às oitavas de final da Champions League. Desempenho impecável até aqui, com quatro vitórias em quatro jogos, 12 pontos e tranquilidade total. O técnico poderá usar os jogos da Champions para dar chance a outros jogadores, já que Shakhtar e Napoli brigarão pela segunda vaga. Aliás, estes dois times já duelam na próxima rodada, em Nápoles. A última rodada terá o Napoli indo até a Holanda enfrentar o Feyenoord e o Shakhtar pegando o Manchester City na Ucrânia.

Foto de Felipe Lobo

Felipe Lobo

Formado em Comunicação e Multimeios na PUC-SP e Jornalismo pela USP, encontrou no jornalismo a melhor forma de unir duas paixões: futebol e escrever. Acha que é um grande técnico no Football Manager e se apaixonou por futebol italiano (Forza Inter!). Saiu da posição de leitor para trabalhar na Trivela em 2009, onde ficou até 2023.
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