Champions League

É tetra! Lyon confirma hegemonia na Champions, em dia de heroína e vilã da goleira do PSG

Por Bruno Bonsanti

A decisão da Champions League feminina de 2016/17 terminou sem gols, após 120 minutos de bola rolando em Cardiff. Uma das responsáveis foi a goleira do Paris Saint-Germain, Katarzyna Kiedrzynek, muito bem nas saídas em bolas aéreas e autora de boas defesas. Na disputa de pênaltis, a polonesa de 26 anos fez a sua parte, debaixo das traves, e defendeu uma cobrança. Mas, na hora de bater a sua, na oitava série de chutes a partir do cal, finalizou muito mal e foi de provável heroína a vilã, e o Lyon conquistou o tetracampeonato europeu.

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O Lyon é hegemônico desde que o campeonato europeu passou a levar o nome de Champions League, em 2009/10. Nas sete edições desse período, não disputou a final apenas em 2013/14, quando o Wolfsburg bateu o Tyreso – clube recheado de brasileiras, embora apenas Marta tenha sido titular na decisão – por 4 a 3. Quando a goleira Bouhaddi converteu o seu pênalti, as OL Ladies conquistaram o quarto título da competição em sete temporadas, igualando o feito do Frankfurt, dono de mais quatro troféus, incluindo a época em que o torneio era chamado de Copa da Uefa (de 2001 a 2009).

A partida derradeira entre alemãs e suecas, três anos atrás, foi também a última vez que a final europeia teve presença brasileira até esta quinta-feira, quando Cristiane e Formiga começaram jogando pelo Paris Saint-Germain. A atacante brasileira era, inclusive, a principal esperança de gols das parisienses, com um cartel de 30 tentos em 32 jogos disputados na temporada 2016/17. Era a chance de igualar o poderoso ataque do Lyon, autor de 32 gols em oito jogos no caminho à final, com direito a 10 a 2, contra o norueguês Avaldsnes e 17 a 0 contra o suíço Zurique, sempre no agregado. Média de quatro tentos por partida.

Katarzyna Kiedrzynek lamenta a derrota (Foto: Getty Images)
Katarzyna Kiedrzynek lamenta a derrota (Foto: Getty Images)

A expectativa, portanto, era de muitos gols. A realidade foi completamente diferente. O Lyon começou melhor e quase abriu o placar, quando Le Sommer cruzou com perigo, e a defesa do PSG demorou um pouco para deliberar como afastaria a bola da boca do seu próprio gol. As equipes trocaram chutes de média distância, sem nenhum problema para as goleiras. Aos 23 minutos, um problemaço: Alex Morgan, principal contratação do Lyon para a temporada, saiu machucada. Ela já havia perdido parte do mata-mata por lesão.

A melhor chance para o Lyon esteve nos pés de Hegerberg, que, livre, bateu à queima-roupa. Kiedrzynek fez uma linda defesa, mas a camisa 14 ainda conseguiu pegar o rebote e mandou para fora. Shirley Cruz Tranã, capitã do PSG, também exigiu uma interessante defesa de Bouhaddi, após uma boa jogada, ao tentar bater colocado. No fim, a mesma Cruz deixou Marie-Laure Delie na cara do gol, mas seu chute rasteiro passou tirando tinta da trave.

Os trinta minutos de prorrogação reservaram poucas emoções para o público, com exceção de uma ótima tentativa de Marozsán, camisa 10 do Lyon. Dominou no bico da grande área do PSG, arrumou para bater com curva e por pouco não acertou o ângulo de Kiedrzynek. Mas a bola saiu alguns metros alta demais. O destino das duas equipes seria decidido nos pênaltis mesmo.

As três primeiras cobradoras, Cristiane, Majri e Delannoy, bateram muito bem, e o PSG abriu 2 a 1. Le Sommer, artilheira do Lyon na competição, bateu mais ou menos no meio, e Kiedrzynek espalmou ao travessão. Logo na sequência, porém, Bouhaddi interveio no chute de Geyoro. Delie deslocou a goleira e empatou a disputa, que seguiu igual até o 6 a 6. Foi quando as goleiras deixaram a trave para definir a parada. Kiedrzynek bateu muito mal. Pegou em cima da bola e a mandou quicando para fora. Bouhaddi, por sua vez, foi firme. Finalizou forte, sem chances para a polonesa, e decretou o título do Lyon.

Esta foi a quarta vez que os clubes enfrentaram-se na temporada. Trocaram vitórias no Campeonato Francês, conquistado pelo Lyon pela 11ª (!) vez seguida. Na final da Copa da França, uma curiosidade: depois de 1 a 1 no tempo normal, o PSG perdeu o título, nos pênaltis, também por 7 a 6. E agora sofre uma nova derrota para o Lyon, que leva a Tríplice Coroa para casa pela terceira vez em sua história: 2011/12, 2015/16 e, agora, 2016/17.

Foto de Bruno Bonsanti

Bruno Bonsanti

Como todo aluno da Cásper Líbero que se preze, passou por Rádio Gazeta, Gazeta Esportiva e Portal Terra antes de aterrissar no site que sempre gostou de ler (acredite, ele está falando da Trivela). Acredita que o futebol tem uma capacidade única de causar alegria e tristeza nas mesmas proporções, o que sempre sentiu na pele com os times para os quais torce.
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