Presidente de La Liga elogia Vinicius Jr., mas se mostra passivo em relação ao racismo

Com talento individual de sobra, Vinicius Jr. já deixou claro que está cansado de lutar sozinho contra o racismo no futebol. Em março, o atacante fez um forte desabafo durante uma coletiva na Seleção Brasileira ao dizer que tem “cada vez menos vontade de jogar” pela recorrência de casos de preconceito sem que os responsáveis sejam punidos. Em meio a esse cenário, Javier Tebas é um personagem importante.

O presidente de La Liga já chegou a criticar Vini Jr. no mesmo dia que ele sofreu insultos racistas no jogo contra o Valencia, no Mestalla. À época, o atacante do Real Madrid criticou a falta de ações da entidade que comanda o campeonato para lidar com os casos de discriminação racial nos estádios. Como resposta, Tebas alegou que o brasileiro exagerava nas acusações de negligência.

Resposta de Vini Jr para Javier Tebas, presidente de LaLiga:

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— Planeta do Futebol ? (@futebol_info) May 21, 2023

Pouco tempo depois, o presidente de La Liga pediu desculpas a Vinicius Jr. O problema é que, mais de um ano depois, os racistas continuam exalando seu preconceito nas arquibancadas (e fora delas), em uma escalada que o craque dos Merengues acaba sendo o mais perseguido. Javier Tebas, por sua vez, elogiou o brasileiro por sua liderança contra a discriminação, porém, se mostrou passivo no combate da entidade contra a questão:

– Vinicius é vital para o futebol e para a nossa liga. Recordo que, quando Vinicius chegou, enfrentou muitas críticas. Em uma conferência de imprensa, eu disse que ele seria o futuro grande do futebol espanhol, mesmo quando havia críticas, disse Tebas durante o Sports Summit, em São Paulo.

Vini quer ações contra o racismo, mas La Liga parece não entender

Vinicius Jr está desgastado por ser uma voz ativa no movimento antirracista, mas continuar sendo atacado quase que diariamente na Espanha. O atacante do Real Madrid quer ações contra o preconceito, que também afeta outros jogadores em La Liga. Só que La Liga parece não entender seu papel. Uma prova disso é o próprio Tebas reconhecer como o órgão está defasado quanto se trata da luta contra a discriminação racial:

– O importante é reconhecer que algo não estava ocorrendo bem. A partir daí começamos tocar várias frentes, e uma típica foi a comunicação, a campanha contra o racismo nos estádios e na televisão. Tem que ter ação, sabemos que ainda não é o suficiente. Em semanas teremos mais pessoas condenadas por insultos racistas nos estádios.

Ao identificar que o racismo segue sendo uma realidade no futebol espanhol (e mundial), o presidente de La Liga defende punições mais severas para aqueles que forem identificados como autores dos insultos. Javier Tebas também exaltou a tecnologia utilizada pela competição para registrar as pessoas que cometem atos preconceituosos nos estádios. Entretanto, só isso não é suficiente:

– Temos que ser mais duros nas condenações e agora contamos com a tecnologia para rápida identificação aos que cometem atos racistas. Redobramos a ação e não vamos parar até que se termine. Sabemos que é um túnel que ainda não vemos o final, mas temos que trabalhar para um dia chegar ao final