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Mestalla será parcialmente fechado por cinco partidas, e Valencia é multado, após racismo contra Vinícius

O clube insiste na narrativa de que foram casos isolados e baniu mais três torcedores do estádio para sempre

A Federação Espanhola de Futebol anunciou nesta terça-feira que o Estádio Mestalla será parcialmente fechado por cinco partidas e impôs uma multa bem mais ou menos de € 45 mil ao Valencia, após as ofensas racistas de uma parte considerável da torcida do clube contra Vinícius Júnior na vitória por 1 a 0 sobre o Real Madrid no último domingo.

O caso mais recente de racismo contra o brasileiro atingiu níveis diplomáticos, com a participação do governo brasileiro em uma discussão que finalmente começa a gerar pelo menos algumas consequências. Mais cedo nesta terça-feira, a polícia espanhola anunciou que sete pessoas foram presas, três pelo incidente no Mestalla e quatro por terem simulado o enforcamento de um boneco de Vinícius Júnior em janeiro.

Na última segunda-feira, os jornais Marca e AS publicaram que o árbitro de vídeo de Valencia x Real Madrid, Ignacio Iglesias Villanueva, não seria mais utilizado nessa capacidade pela Federação Espanhola, que planeja uma reformulação no sistema, após passar uma imagem editada que levou o apitador principal, Ricardo De Burgos Bengoetxea, a expulsar Vinícius Júnior por acertar o rosto de Hugo Duro, sem mostrar que o brasileiro havia levado um mata-leão antes da sua reação. O Comitê de Competição decidiu rescindir o cartão vermelho do ponta esquerda, nesta terça-feira.

“O Comitê de Competição sancionou o Valencia com o fechamento parcial do estádio Mestalla por cinco partidas, mais concretamente a arquibancada Mario Kempes, após os fatos ocorridos durante o encontro da primeira divisão da liga nacional entre o time local e o Real Madrid. Considera-se povoado que, como refletiu o árbitro na súmula, houve gritos racistas contra Vinícius, jogador do Real Madrid, durante a partida mencionada. Além disso, impõe-se ao Valencia uma sanção econômica de € 45 mil”, afirmou a entidade.

O clube está insistindo na narrativa de que não foi toda a sua torcida que ofendeu Vinícius com termos racistas e, se isso é provavelmente correto factualmente, também não foi um caso isolado. Os grito foram generalizados. Nesta terça-feira, o Valencia anunciou que identificou mais três torcedores envolvidos no caso, além de outro na segunda-feira, que foram encaminhados à polícia e estão proibidos de entrar no Mestalla pelo resto da vida.

“O Valencia está cooperando com as autoridades em sua investigação para eliminar o racismo do Mestalla. O clube reitera sua condenação mais enérgica e sua posição contra o racismo e a violência em todas as suas formas e atuará com a mesma contundência contra todas as pessoas identificadas”, disse.

“A partida contra o Real Madrid foi transmitida ao vivo e é totalmente falso que todo o estádio proferiu insultos racistas. Tem havido muita confusão e desinformação nos últimos dias. O Valencia quer pedir responsabilidade e rigor. Este é um tema muito sensível e todos devem ser factuais e concretos com os fatos. Não podemos aceitar que se taxe o valencianismo como uma torcida racista. Não é verdade. Pedimos respeito”, completou.

O Valencia terá dez dias para entrar com recurso contra a punição e, segundo o Marca, deve fazê-lo, após receber a punição que considerou “desproporcional” com “indignação”.

Foto de Bruno Bonsanti

Bruno Bonsanti

Como todo aluno da Cásper Líbero que se preze, passou por Rádio Gazeta, Gazeta Esportiva e Portal Terra antes de aterrissar no site que sempre gostou de ler (acredite, ele está falando da Trivela). Acredita que o futebol tem uma capacidade única de causar alegria e tristeza nas mesmas proporções, o que sempre sentiu na pele com os times para os quais torce.
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