Incrível coincidência: polícia espanhola prende quatro pessoas por pendurar boneco de Vinícius… EM JANEIRO
O caso nojento de um boneco negro pendurado enforcado em ponte de Madri em janeiro teve, enfim quatro presos um dia depois do racismo no Mestalla

Quatro pessoas foram presas em Madri acusados de pendurarem um boneco preto enforcado com a camisa de Vinícius Júnior em uma ponte perto do Centro de Treinamento do Real Madrid, em janeiro. Sim, em janeiro, há cerca de cinco meses. O boneco foi pendurado ao lado de uma faixa que dizia “Madri odeia o Real” e aconteceu horas antes de Real Madrid e Atlético de Madrid se enfrentarem pela Copa do Rei. Coincidentemente, acontece um dia depois de mais um caso de racismo contra Vinícius Júnior, desta vez no Estádio Mestalla, em partida contra o Valencia.
Segundo a Polícia Nacional Espanhola, três dos presos são membros ativos de uma torcida organizada do Atlético de Madrid. “Oficiais da Polícia Nacional prenderam quatro pessoas em Madri por suspeita de crime de ódio por pendurar um boneco com a camisa de Vinícius de uma ponte. Três dos presos são membros ativos de um grupo radical de torcedores de um clube de Madri”.
“As investigações realizadas pelos investigadores por meio de vestígios, testemunhas e fontes abertas, entre outros, levaram à identificação de quatro homens como supostos autores dos fatos. Além disso, os agentes puderam verificar que três dos supostos agressores pertenciam a um grupo de torcedores ultras de um clube madrilenho e que, anteriormente, haviam sido identificados durante partidas classificadas como de alto risco dentro dos dispositivos de prevenção da violência em esporte”, continua a Polícia Nacional Espanhola.
“Uma vez identificados os quatro supostos autores, esta manhã foi realizada uma operação que levou à sua prisão em uma operação coordenada com o 38º Tribunal de Instrução de Madri e a Seção de cyber-ódio da Procuradoria Provincial”.
É uma tremenda coincidência que o caso tenha novos desenvolvimentos logo depois do caso de racismo contra Vinícius Júnior no jogo contra o Valencia, no Estádio Mestalla, ter ganhado uma proporção tão grande que virou um incidente diplomático. É uma incrível coincidência, certamente.
Em Valência, também houve desenvolvimentos. A polícia prendeu três pessoas na cidade acusadas de terem proferido insultos racistas no Mestalla contra Vinícius Júnior. Fato confirmado pelo próprio clube, Valencia, que diz estar colaborando com as autoridades para “eliminar o racismo do Mestalla”. Disseram ainda que o clube condena fortemente os insultos racistas e que eles não têm lugar no seu estádio. Certo, certo.
A primeira reação no domingo, logo após o jogo, porém, foi se enfurecer não com os atos racistas (que eles chamam de isolados, embora tenham sido cantados por milhares de pessoas), mas com a generalização de que todo o estádio foi racista, ou que todos são racistas no Valencia ou mesmo na Espanha. Certo, se você não é racista, amigo, a conversa não é com você, ok? E outra coisa importante: quem não é racista precisa começar a ser antirracista e agir, identificar e coibir quem faz gritos racistas. Se quem não faz insultos racistas está do lado só rindo, ou cantando “tonto” para disfarçar os gritos de “mono”, bem, tenho uma má notícia…
Enfim, bom que as ações estão acontecendo. Falta é que a Espanha, primeiro, entenda que o que está acontecendo não é um fato isolado, nem é um problema causado pelo Vinícius Júnior, como muitos tentam fazer entender por lá. Segundo, é preciso começar a agir. Punição aos indivíduos é um primeiro e fundamental passo, mas é preciso também falarmos sobre punição aos clubes. Mas essa é uma conversa que a Espanha não está preparada para ter.