Endrick, Zaïre-Emery, Grimaldo: 35 novatos que poderão estrear por suas seleções nesta Data Fifa
Aproveitando a semana cheia de partidas internacionais, apresentamos uma coleção de jogadores prontos a estrear por suas seleções
A Data Fifa de novembro é muito importante. As Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2026 pegam fogo com os clássicos na América do Sul, integram os principais times na Ásia e começam na África. A Concacaf terá duelos decisivos na Liga das Nações, que também servem de qualificatório à Copa América de 2024. Já a Europa encerra a fase de grupos das eliminatórias da Euro 2024. Os times precisam estar na ponta dos cascos. Assim, há muita gente nova ganhando espaço e tendo a chance de estrear no futebol de seleções.
Abaixo, como de costume, listamos 35 jogadores que podem estrear nesta Data Fifa. Alguns deles já foram convocados anteriormente, mas nunca entraram em campo. Há uma coleção de histórias, do prodígio de 16 anos ao veterano de 38, com casos interessantes de naturalizados e de outros que resolveram vestir a camisa do país de seus ascendentes. Talvez sejam dias marcantes ao futuro, até pela ascensão de projetos de craque como Endrick e Warren Zaïre-Emery. Confira:
Endrick (Brasil)
Endrick é o cara que muita gente vai querer ver jogar na seleção brasileira durante a Data Fifa. As expectativas sobre o garoto são compreensíveis, como o convocado mais jovem do Brasil desde Ronaldo Fenômeno. Até porque as últimas atuações do atacante pelo Palmeiras beiram o surreal. A maneira como comandou os 4 a 3 sobre o Botafogo pelo Campeonato Brasileirão parece um daqueles jogos memoráveis que marcam a eclosão de um craque. Fica a certeza de que esta não será a primeira vez do adolescente com a Amarelinha – até porque ele está acostumado, com um histórico de façanhas pela Seleção nas categorias de base. A tendência é de que ganhe poucos minutos, mas vai ser positivo só de poder absorver o ambiente. João Pedro, Paulinho, Pepê e Bento são outras bem-vindas novidades, enquanto Nino e Lucas Perri aguardam a chance de estrear.
Jair Reinoso (Bolívia)
A primeira convocação de Antônio Carlos Zago como novo técnico da Bolívia tem poucas novidades. Mas uma delas chama bem atenção: a chance oferecida ao centroavante Jair Reinoso, de 38 anos. O veterano nasceu na Colômbia e rodou por muitos clubes em sua carreira, dos Estados Unidos à China. No entanto, manteve laços com a Bolívia e atuou em alguns dos principais clubes do país. Teve grandes momentos especialmente por The Strongest e San José de Oruro. Já na atual temporada, vestindo a camisa do Aurora, soma 19 gols no Campeonato Boliviano e briga pela artilharia. Com a nacionalidade boliviana desde 2019, o colombiano de nascimento aceitou o chamado de La Verde. Pode ser bem útil, ainda mais com a aposentadoria de Marcelo Moreno da seleção nesta Data Fifa.
Vicente Pizarro (Chile)
Eduardo Berizzo chamou vários novatos para a seleção do Chile nesta Data Fifa, como reflexo da campanha nos Jogos Pan-Americanos realizados em Santiago. São nada menos que nove atletas presentes na conquista da prata no Pan. O volante Vicente Pizarro é uma dessas novidades, aos 21 anos. O meio-campista defende as seleções de base desde 2017. Formado pela base do Colo-Colo, também é nome frequente entre os titulares do Cacique há três temporadas. A curiosidade fica para o DNA boleiro do jovem: seu pai é Jaime Pizarro, volante que conquistou a Libertadores de 1991 com os colo-colinos e disputou 53 partidas pela seleção. Também ex-treinador, o “Pizarro pai” atualmente é o Ministro dos Esportes no governo de Gabriel Boric. Quem não é parente e chega com muito moral a essa convocação é outro garoto do Colo-Colo, Damián Pizarro, de 18 anos. Também esteve no Pan e chama atenção pelos gols recentes no Campeonato Chileno. É um centroavante de área com potencial.
Jhon Córdoba (Colômbia)
Jhon Córdoba chegou a ser convocado pela seleção da Colômbia em outras duas ocasiões, a primeira em 2020, mas persegue sua estreia pelos Cafeteros. O centroavante de 30 anos é um nome bem experiente no futebol. Despontou na seleção sub-20 que conquistou o Campeonato Sul-Americano da categoria em 2013. Já por clubes, zanzou por diferentes países. Saiu do Envigado rumo ao México, depois teve suas experiências na Espanha e conseguiu brilhar na Alemanha. Foi o artilheiro do Colônia na segundona de 2018/19, contribuindo ao acesso. Já nas últimas três temporadas, o artilheiro acumula seus gols no Campeonato Russo, com a camisa do Krasnodar. A estreia pela seleção até demora, por seu currículo.
Óscar Zambrano (Equador)
A LDU Quito está em alta, depois de conquistar a Copa Sul-Americana em cima do Fortaleza. Assim, o técnico Félix Sánchez resolveu abrir as portas da seleção do Equador a um talento dos Albos. Óscar Zambrano tem apenas 19 anos, formado pela mesma escolinha onde surgiu Moisés Caicedo, antes de ser levado pela Liga de Quito na base. O adolescente ganha chances desde a temporada passada e virou nome mais recorrente na atual, embora não seja titular. O meio-campista disputou sete partidas na Sul-Americana, quase sempre saindo do banco, mas foi ausência na final. Chegou a dar assistência no triunfo decisivo contra o Defensa y Justicia nas semis. Também foi destaque no Mundial Sub-20 e é observado por clubes de fora do país.
Pablo Maffeo (Argentina)
Pablo Maffeo conheceu Lionel Messi ainda nos tempos de Girona. Ou melhor, Messi foi quem conheceu Maffeo. O lateral proporcionou uma vida tão dura ao craque que, em 2020, o próprio camisa 10 classificou o defensor como “o marcador mais difícil que tinha enfrentado”. A carreira de Maffeo nunca decolou de verdade. Tinha contrato com o Manchester City, mas rodou por Stuttgart e Huesca, até chegar ao Mallorca, onde se sai bem. Também não explodiu nas seleções de base da Espanha. E o reencontro com Messi acontece anos depois, agora com a convocação inédita de Maffeo pela Argentina. O lateral é nascido na Catalunha, mas com raízes argentinas por parte de mãe e italianas por parte de pai. Lionel Scaloni já vinha o observando e dá uma chance nesta Data Fifa. Pode ser um incômodo a Vinícius Júnior, contra quem o lateral já exagerou no destempero durante o Mallorca x Real Madrid da temporada passada.
Iván Leguizamón (Paraguai)
Daniel Garnero resolveu dar chances a novos nomes na seleção do Paraguai e Iván Leguizamón pinta entre as possibilidades. O ponta de 21 anos nasceu em Assunção, mas mudou-se ainda na infância para a Argentina. Por lá desenvolveu seu futebol, nas categorias de base do San Lorenzo. O jovem é um nome recorrente nas partidas do Ciclón desde a última temporada e pode atuar pelos dois lados do campo, como um atacante canhoto de velocidade. Seus números ofensivos não impressionam tanto assim, mas ganha confiança dos azulgranas. Vira aposta da Albirroja até pelo entrosamento com Adam Bareiro, outro jogador do San Lorenzo que acumula seus primeiros jogos pelos guaranis nos últimos meses.
Federico Viñas (Uruguai)
Marcelo Bielsa já mostrou como não tem qualquer problema de acrescentar novos jogadores às convocações do Uruguai. O estreante da vez poderá ser Federico Viñas, centroavante de 25 anos. Surgiu no modesto Juventud de las Piedras e se transferiu ao América do México em 2019. Desde então, Viñas permaneceu na Liga MX, com direito a alguns momentos de brilho pelas Águilas, mas sem nunca se transformar numa unanimidade. Mais recentemente, o uruguaio se mudou para o León. Os novos ares fizeram bem e ele se transformou num dos destaques do time, com seis gols no Apertura até o momento. Terá a chance de aprender um bocado ao lado de Luis Suárez.
Marvin Ducksch (Alemanha)
Durante suas primeiras convocações pela seleção da Alemanha, Julian Nagelsmann abriu espaço a alguns jogadores que não são exatamente um primor, mas que conquistam a idolatria em clubes tradicionais da Bundesliga. É o caso de Marvin Ducksch, com a chance de reeditar a famosa parceria com Niclas Füllkrug. O atacante do Werder Bremen é até mais refinado que seu antigo companheiro, tanto é que também chama atenção pelas assistências. Seu início no Campeonato Alemão é muito bom, com cinco gols e quatro assistências em 11 aparições. Formado pelo Borussia Dortmund, Ducksch frequentou a seleção na base, mas não floresceu. Rodou bastante entre as três primeiras divisões até despontar no Bremen. Passou ainda por St. Pauli, Holstein Kiel, Fortuna Düsseldorf e Hannover 96. Aos 29 anos, ganha uma baita oportunidade. O meio-campista Grischa Prömmel (Hoffenheim) e o goleiro Janis Blaswich (RB Leipzig) são outros novatos.
Haris Tabakovic (Bósnia-Herzegovina)
Haris Tabakovic tem 29 anos, mas só agora aparece na seleção da Bósnia-Herzegovina. O centroavante nasceu na Suíça e demorou a engrenar na carreira. Defendeu Young Boys, Wil e Grasshoppers, antes de se mudar à Hungria para jogar por Debrecen e Diósgyõr. Seus números realmente deram um salto na Áustria, com as camisas de Austria Lustenau e Austria Viena. Já nesta temporada, virou reforço do Hertha Berlim para a segundona alemã e conquista a torcida, com nove gols em 12 rodadas. Tabakovic passou pelas seleções de base da Suíça, mas num passado distante. Dono de bom porte físico, pode virar um herdeiro de Edin Dzeko.
Alejandro Grimaldo (Espanha)
A convocação de Alejandro Grimaldo vem com um atraso considerável. O espanhol é um dos melhores jogadores da temporada alemã até o momento e, sem muitas dúvidas, o melhor lateral esquerdo. Formado pelo Barcelona, ele quebrou recordes de precocidade no time B e frequentou as seleções de base da Espanha. Contudo, não estreou pelo time principal dos blaugranas porque acabou vendido ao Benfica. Tornou-se um nome importante no Estádio da Luz, titular absoluto e multicampeão. Já na atual temporada, ao final de seu contrato com os encarnados, assinou com o Bayer Leverkusen. É um dos protagonistas dos líderes da Bundesliga, com um rendimento absurdo nas mãos de Xabi Alonso. Embora ocupe a ala esquerda, aparece demais para construir e finalizar as jogadas na faixa central. Prima pela qualidade para bater na bola, inclusive nas cobranças de falta. Luis de la Fuente também convocou pela primeira vez outros três bons jogadores: o goleiro Álex Remiro (Real Sociedad), o meia Aleix García (Girona) e o ponta Rodrigo Riquelme (Atlético de Madrid).
Warren Zaïre-Emery (França)
Warren Zaïre-Emery precisou de pouco tempo para demonstrar como é um jogador fora de série. O garoto de 17 anos ganha chances no Paris Saint-Germain desde a temporada passada, com Christophe Galtier. No entanto, seu crescimento acontece a olhos vistos nesses últimos meses, sob as ordens de Luis Enrique. É um dos principais meio-campistas do clube e por vezes carrega o setor, até quando os badalados atacantes não aparecem. Impressiona pela maturidade e pela tomada de decisões, assim como pelo vigor ao preencher grandes espaços dentro do campo. São dois gols e cinco assistências em 15 partidas na temporada. Já defendeu os Bleus do sub-16 ao sub-21 e não havia motivos para Didier Deschamps esperar mais por sua primeira chance. Considerando os recorrentes problemas de lesão na meia-cancha francesa, não surpreenderá se cavar seu lugar rapidamente.
Rico Lewis (Inglaterra)
Gareth Southgate aproveitou a situação tranquila da Inglaterra nas eliminatórias da Euro, já classificada, para dar espaço a estreantes – até por conta dos cortes. Cole Palmer faz barulho pela sequência ótima no Chelsea, enquanto Ezri Konsa é reconhecido pelo alto nível há tempos com o Aston Villa. Já o mais jovem é Rico Lewis, que ganha sua vez aos 18 anos. Nome recorrente nas seleções de base, o talento do lateral é conhecido desde os juvenis do Manchester City. Pep Guardiola passou a usá-lo com mais frequência na temporada passada e ele agradou em algumas partidas na atual campanha, atuando como volante. Menos aproveitado na Premier League, Lewis foi titular três vezes na Champions e brilhou por suas assistências. Tem potencial, a ponto de Guardiola classificá-lo como um dos melhores jogadores que já treinou.
Andrea Cambiaso (Itália)
A Itália ainda precisa definir sua vida nas eliminatórias da Eurocopa. Até por isso, a chance que Luciano Spalletti concede a Andrea Cambiaso tem enorme valor. O lateral de 23 anos é cria da base do Genoa e disputou as quatro principais divisões do Campeonato Italiano, geralmente emprestado. Pela Serie A, fez boas temporadas por Genoa e Bologna, até se juntar à Juventus nessa campanha. Recebe elogios pelo rendimento na equipe de Massimiliano Allegri, com boas apresentações diante de Udinese e Verona. Nem é titular absoluto por conta da concorrência de Filip Kostic na ala esquerda, mas também ganhou oportunidades na direita. Andrea Colpani, do Monza, é outra novidade.
Jay Dasilva (Gales)
Jay Dasilva é um nome conhecido nas divisões de acesso do Campeonato Inglês. O lateral começou no Chelsea, mas só ganhou sequência quando saiu de Stamford Bridge. Passou por Charlton e Bristol City, contratado pelo Coventry City na atual temporada. Aos 25 anos, vira alternativa à defesa de Gales. Nascido em Luton, Dasilva defendeu as seleções de base da Inglaterra, com 63 partidas acumuladas do sub-16 ao sub-21. No entanto, diante da falta de chances com os Three Lions, opta agora pelos Dragões. Curiosamente, Dasilva também poderia ser alternativa ao Brasil. Como seu sobrenome indica, o lateral possui ascendência brasileira. Ainda possui dois irmãos mais novos, gêmeos, que atuam nas divisões inferiores do futebol inglês.
Thijs Dallinga (Holanda)
A torcida do Liverpool já conhece Thijs Dallinga. O atacante marcou gols nos dois jogos contra o clube pela Liga Europa, comandando a vitória recente do Toulouse sobre os Reds. A fase no futebol francês é inspirada, tanto que rendeu o chamado inédito para a seleção da Holanda. O jovem de 23 anos passou pelo Groningen, mas só estourou mesmo pelo Excelsior, com surreais 36 gols em 43 partidas pela segunda divisão. O artilheiro liderou o acesso à Eredivisie, mas mudou-se logo depois à Ligue 1, em 2022/23. Também causou muito impacto no Toulouse, em especial pelos dois gols na final da Copa da França, que valeram o troféu aos violetas. Dallinga passou anteriormente pelas seleções de base da Holanda e agora merece a chance com Ronald Koeman, ainda mais com os desfalques ofensivos. É um centroavante alto e com bons recursos.
Marco Pasalic (Croácia)
A Croácia se vê numa situação difícil nas eliminatórias da Euro e, com um elenco que perde referências, precisa buscar alternativas. Marco Pasalic ganha a vez. O ponta nasceu na Alemanha, mas com ascendência croata. Passou pela base de Karlsruher e Stuttgart, chegando a defender também o Borussia Dortmund II na terceira divisão. Entrou em campo pelos aurinegros na Bundesliga passada, mas nesta temporada se transferiu ao Rijeka e está entre os destaques do Campeonato Croata. Aos 23 anos, poderá mostrar serviço ao técnico Zlatko Dalic. Apesar do sobrenome, o jovem não tem parentesco com Mario Pasalic, seu novo companheiro.
Tomas Chory (República Tcheca)
Tomas Chory é um nome conhecido nas competições europeias. O centroavante de quase dois metros surgiu no Sigma Olomouc e desde 2017/18 veste a camisa do Viktoria Plzen. É uma figura importante nos sucessos recentes do clube, especialmente por seus gols além das fronteiras – chegou a fazer dois contra o Barcelona na Champions passada. Apesar disso, nunca tinha sido chamado à seleção principal da República Tcheca. Defendeu quase todas as categorias do sub-16 ao sub-21, mas somente agora recebe espaço com o técnico Jaroslav Silhavy. Considerando a maneira como a seleção tcheca se concentra na liga local, a demora chama atenção.
Thomas Kaminski (Bélgica)
Thomas Kaminski recebeu sua primeira convocação à seleção principal da Bélgica em 2013. Porém, como as chances a goleiros reservas são mais escassas, o veterano de 31 anos nunca estreou. Não que suas convocações sejam tão frequentes, chamado esporadicamente ao longo dos últimos três anos, mas só recorrente em 2023. É também um momento de relevo por clubes. Kaminski já rodou por diferentes times do Campeonato Belga, com maior destaque pelo Gent. Também chegou a jogar no Anorthosis, do Chipre, e no Copenhague, da Dinamarca. Mais recentemente, o arqueiro se catapultou pelo Blackburn na Championship e nesta temporada assumiu a meta do Luton Town na Premier League. Já operou alguns milagres na competição.
Leo Sauer (Eslováquia)
Leo Sauer chama atenção pela precocidade. O ponta tem apenas 17 anos, mas já disputou 26 partidas pelas seleções de base da Eslováquia, do sub-17 ao sub-21. Nesta Data Fifa, terá a chance de vestir a camisa do time adulto. O meia passou pela base do Slovan Bratislava e do Zilina, mas desde 2022 está no Feyenoord. Tem sido aproveitado pelo time principal nesta temporada e já anotou seu primeiro gol na Eredivisie, assim como estreou pela Champions. O técnico Francesco Calzona não quis esperar mais para chamá-lo.
Julián Quiñones (México)
O México anda com um problema de geração. O elenco atual de El Tri é mais fraco que em outros momentos, mesmo recentes. Então, um jogador naturalizado pode ser solução para melhorar o rendimento. Julián Quiñones, ao menos, possui uma longa história no país. Nascido na Colômbia, o atacante se mudou a Nuevo León em 2015, para vestir a camisa do Tigres. Chegou à seleção colombiana sub-20 e rodou por diferentes clubes da Liga MX. Mais recentemente, foi destaque no Atlas que levou dois títulos nacionais. Transferiu-se nesta temporada ao América do México e vem arrebentando no time de André Jardine, com seis gols e cinco assistências. A atenção do México é natural. E cabe dizer que a escolha de Quiñones não é por falta de oportunidades na Colômbia. O atacante de 26 anos foi convocado pelos Cafeteros em junho e recusou porque preferia El Tri. Esperava a conclusão de seu processo de naturalização, concluído em outubro.
Matt O'Riley (Dinamarca)
Matt O'Riley nasceu na Inglaterra, mas possui ascendentes na Irlanda, na Noruega e na Dinamarca. Na base, o meio-campista de 22 anos ainda defendeu as seleções inglesas, mas optou pelo time dinamarquês no sub-21 e não mudou mais de ideia. Sua mãe nasceu na Dinamarca e ele inclusive domina o idioma. Formado na base do Fulham, O'Riley passou uma temporada no Milton Keynes Dons. Desde 2022 ele veste a camisa do Celtic e está entre os destaques do time. São seis gols e cinco assistências em 12 partidas nesta edição do Campeonato Escocês, além de ter feito boas aparições na Champions.
Kristian Hlynsson (Islândia)
Mais um garoto que se projeta da Eredivisie para o futebol de seleções é Kristian Hlynsson. O meia de 19 anos começou jogando na própria Islândia, na base do Breidablik, mas assinou com o Ajax em 2020. Foi destaque no time B durante a temporada passada, com 11 gols e nove assistências pela segunda divisão do Campeonato Holandês. Promovido à equipe adulta, assinalou dois gols na atual Eredivisie, apesar do caos ao redor dos Ajacieden. Tem sido uma notícia positiva em meio a tantos problemas. Já tinha sido convocado anteriormente à seleção adulta islandesa, mas sem a oportunidade de estrear.
Kaishu Sano (Japão)
O técnico Hajime Moriyasu concede espaço a muitos jovens na seleção do Japão, desde que comandava o time olímpico em paralelo à seleção adulta. Kaishu Sano não passou pelos times de base, mas é levado pelo comandante aos Samurais Azuis. O volante de 22 anos está entre os destaques do Kashima Antlers. Disputava a segunda divisão da J-League até a temporada passada, pelo Machida Zelvia, e se deu bem com a mudança para Ibaraki. É titular do Kashima, num elenco que conta com a presença de Gaku Shibasaki, veterano da seleção que está lesionado. Kaishu ainda tem um irmão mais novo que joga na Europa, Kodai Sano, meia do NEC Nijmegen.
Youssef Amyn (Iraque)
A seleção do Iraque costuma ter disputas internas entre os jogadores da liga local e os filhos de imigrantes que ganham espaço pelo brilho em outros países. Youssef Amyn é um exemplo de quem desenvolveu sua carreira no exterior. O ponta de 20 anos nasceu em Essen e sempre jogou na Europa. Fez parte da base do Dortmund e se destacou no Viktoria Colônia, antes de se mudar à base do Feyenoord. Nesta temporada assinou com o Eintracht Braunschweig e ganha espaço na segunda divisão do Campeonato Alemão. Pode auxiliar na renovação dos Leões da Mesopotâmia, que disputarão a Copa da Ásia em breve.
Lucas Mendes (Catar)
O Catar é outra seleção que possui naturalizações em seu repertório. Porém, no futebol, não acontece de maneira tão agressiva quanto em outros esportes. E os catarianos contarão com um reforço brasileiro em sua defesa a partir desta Data Fifa. Lucas Mendes começou no Coritiba ainda nas categorias de base e teve destaque no time profissional, em especial nos vices da Copa do Brasil em 2011 e 2012. O lateral / zagueiro seguiu para o Olympique de Marseille, onde ficou por duas temporadas. Já a partir de 2014, mudou-se para o Catar. Vestiu camisas de clubes importantes no país: Al-Jaish, Al-Duhail e Al-Gharafa, até chegar ao Al-Wakrah em 2020. São 174 partidas pela liga local, com um título. Aos 33 anos, virará pupilo de Carlos Queiroz.
Talal Haji (Arábia Saudita)
Há um jogador ainda mais jovem que Endrick e Zaïre-Emery nesta lista. A proeza é de Talal Haji, novo convocado da seleção da Arábia Saudita. Roberto Mancini resolveu chamar o centroavante de 16 anos, que fez aniversário há dois meses. O atacante é cria do Al-Ittihad e estreou pelo Campeonato Saudita nesta temporada: disputou apenas uma partida, mas com o gosto de substituir Romarinho. Além do mais, poderá aprender um bocado no clube ao lado de Karim Benzema. O prodígio se destaca também na seleção sub-17. Ao que tudo indica, é uma grande aposta como promessa de craque em meio ao projeto saudita para a Copa de 2034.
Kusini Yengi (Austrália)
A Austrália vê muitos jogadores jovens eclodirem, em especial fora do país. O técnico Graham Arnold faz um trabalho interessante para captar esses talentos. Kusini Yengi tem 24 anos e nasceu em Adelaide, filho de um refugiado sul-sudanês. O atacante fez sucesso no Adelaide United e também no Western Sydney Wanderers, antes de aceitar a chance de vestir a camisa do Portsmouth. Yengi ainda não é titular na terceirona do Campeonato Inglês, mas marcou cinco gols e deu duas assistências em nove aparições pelo Pompey. Tem uma média impressionante de um gol a cada 57 minutos em campo. Assim, faz valer a observação.
Nathan Tella (Nigéria)
A Nigéria possui um dos ataques mais qualificados da África na atualidade. E as novidades não param. Se meses atrás Victor Boniface fez sua estreia pelas Super Águias, a chance pinta a Nathan Tella, seu companheiro no Bayer Leverkusen. O ponta de 24 anos é reserva na equipe de Xabi Alonso, mas marcou seu primeiro gol na Bundesliga durante a rodada passada. Já sua grande credencial aconteceu em 2022/23, quando foi decisivo para o acesso do Burnley, com 17 gols na Championship. O jovem passou pela base de diferentes clubes na Inglaterra, mas durante a maior parte da carreira pertenceu ao Southampton. Nascido em Stevenage, ele é descendente de nigerianos e não chegou a jogar pelas seleções inglesas de base.
Noah Fadiga (Senegal)
O sobrenome de Noah Fadiga é conhecido: ele é filho de Khalilou Fadiga, lenda da seleção de Senegal, entre os destaques do time quadrifinalista da Copa do Mundo de 2002. O rebento não possui o talento ofensivo do pai e ocupa a lateral direita, mas ainda assim fez o suficiente para atrair a atenção de Aliou Cissé – um velho conhecido da família, afinal. Noah nasceu na época em que Khalilou jogava no Club Brugge e rodou por diferentes clubes belgas na base, se profissionalizando depois na Holanda. Disputou a Eredivisie pelo Heracles, depois esteve na Ligue 1 com o Brest e agora ganha espaço no Gent, de volta à Bélgica. O jovem de 23 anos constou em outras duas convocações em 2023, mas ainda não entrou em campo.
Faris Moumbagna (Camarões)
A seleção de Camarões tem dois centroavantes de peso, com Vincent Aboubakar e Eric-Maxim Choupo Moting à disposição. E o futuro dos Leões Indomáveis também parece assegurado com a ascensão de Faris Moumbagna. O atacante de 23 anos mudou-se para os Estados Unidos na época em que atuava no futebol de base. Seguiu à Europa em 2020, passando por Kristiansund na Noruega e por SonderjyskE na Dinamarca. Já sua explosão ocorreu na atual temporada, contratado pelo Bodo/Glimt. É uma das referências dos aurinegros no título do Campeonato Norueguês, com 15 gols e sete assistências. Também chama atenção na Conference League, com três gols em quatro partidas pela fase de grupos. Tem explosão, presença física e faro de gol.
Sofiane Diop (Marrocos)
A seleção de Marrocos vem de uma grande Copa do Mundo e ainda consegue adicionar recursos. Um exemplo disso é a chegada de Sofiane Diop. O ponta de 23 anos nasceu na França, filho de pai senegalês com mãe marroquina. Ainda atuou pelas seleções de base dos Bleus, mas optou pelos Leões do Atlas no nível adulto. E, aos 23 anos, não é que as esperanças de um dia se juntar aos franceses na equipe principal parecessem enceradas. O atacante é um nome importante no Nice que disputa a liderança na Ligue 1. Antes disso, também teve bons momentos pelo Monaco, onde surgiu como um grande talento. Será mais um talento individual à disposição do técnico Walid Regragui.
Jacob Mendy (Gâmbia)
A seleção de Gâmbia é uma das que mais crescem na África. Conta com muitos recursos sobretudo no ataque. E também pinça novas opções para a defesa, como o caso de Jacob Mendy. O lateral esquerdo de 26 anos possui uma história bastante interessante. Após deixar Gâmbia ainda na infância, se estabeleceu em Madri e passou pela base do Atlético de Madrid. Já em 2017, o defensor foi tentar a sorte na Inglaterra junto com a família e rodou por diversos clubes semiprofissionais, enquanto conciliava a carreira com outros serviços – trabalhou como lixeiro, pedreiro e faxineiro. Uma hora a sorte sorriria. Subiu degraus até se estabelecer na quinta divisão e chegar ao badalado Wrexham, com o qual conquistou o acesso em 2022/23. Possui ótimos números ofensivos no clube galês. Por ligações familiares, Mendy também poderia defender as seleções de Senegal e de Guiné-Bissau. Coincidentemente, um primo seu ganhou a primeira convocação ao time bissau-guineense nesta Data Fifa: o atacante Carlos Mendes Gomes, que joga no Bolton.
Abdul Mumin (Gana)
Gana possui uma ponte conhecida com a Dinamarca, através da academia Right to Dream. O responsável pelo projeto também é dono do Nordsjaelland. Não à toa, muitos talentos dos Estrelas Negras fazem o intercâmbio rumo ao clube dinamarquês. Abdul Mumin é mais um exemplo que despontou por lá. Nas últimas temporadas, o zagueiro de 25 anos tentou a sorte em outros países. Passou duas temporadas no Vitória de Guimarães e depois se mudou ao Rayo Vallecano em 2022/23. Ganhou sequência no time especialmente durante as últimas rodadas de La Liga e tem a chance de estrear pela seleção ganesa. Mumin teve convocações anteriores em 2022 e chegou a ser reserva na Copa Africana, mas ainda não entrou em campo. O momento parece ter chegado.
Ibrahim Sissoko (Mali)
Mali é uma seleção que merece atenção especial nas Eliminatórias, com chances de se classificar à sua primeira Copa do Mundo. Um dos trunfos recentes para cumprir a missão é Ibrahim Sissoko. O atacante de 27 anos nasceu na França e atravessou a carreira inteira nas divisões de acesso. Durante as últimas temporadas, conseguiu registrar mais de dez gols na Ligue 2 por Chamois Niortais e também por Sochaux. No atual ritmo, vai muito além disso, com oito gols em 14 aparições pelo Saint-Étienne. No meio da boa onda, tem chance de fazer sua estreia pelas Águias.