Brasil

São Paulo confirma o argentino Luis Zubeldía como novo técnico

Após conquistar título da Sul-Americana com a LDU em 2023, Zubeldía encara desafio no Brasil

Dois dias após a demissão de Thiago Carpini, na última quinta-feira (18), o São Paulo anunciou durante a noite deste sábado (20), a contratação de Luis Zubeldía como novo técnico. De acordo com o clube, o argentino assinou contrato válido até o fim de 2025.

— Estou muito feliz e confiante com este novo desafio. Os objetivos do São Paulo coincidem com os objetivos da nossa comissão técnica. Desejamos dar muitas alegrias à torcida tricolor paulista e poder fazer parte da prestigiosa história do clube — afirmou Zubeldía ao site do clube.

O argentino chega ao clube com cinco profissionais: os assistentes Maxi Cuberas, Carlos Gruezo e Alejandro Escobar, o preparador físico Lucas Vivas e o analista Carlos Burbano.

É esperado que o técnico vá até Goiânia neste domingo (21), com membros da diretoria do clube, para acompanhar a partida contra o Atlético-GO, válida pela terceira rodada do Campeonaro Brasileiro.

Alvo antigo, Zubeldía já foi algoz do São Paulo

O interesse do São Paulo em Zubeldía não vem de hoje. O treinador esteve na lista de treinadores entrevistados pela diretoria antes da contratação de Thiago Carpini, no início do ano. À época, o coordenador técnico Muricy Ramalho chegou a dizer que o técnico tinha “muita pose”, por não ter aceitado fazer uma entrevista com a diretoria antes de ouvir uma proposta, até por estar empregado na LDU.

— Esse não entrevistamos, ele marcou, depois não queria conversar, foi muito rápido. Muita pose, pode ser daqui dois dias, daqui três dias, e a gente louco no mercado para trazer um treinador…Você vai desculpar, aqui é São Paulo, meu filho. Não, “vou conversar com você amanhã”. Mas pelo menos conversar, não é aceitar ou não, a gente queria saber como o cara é. “Hoje não vai dar, amanhã não vai dar”. E a gente louco no mercado. Ele todo dia isso — disse Muricy, em entrevista à CNN.

Desta vez, porém, Zubeldía aceitou seguir os trâmites do clube. O treinador estava livre no mercado e topou passar pelo processo de entrevista antes de ouvir a proposta. Como de fato ocorreu.

O argentino, inclusive, já foi algoz do São Paulo pela LDU no ano passado. A equipe equatoriana eliminou o Tricolor nas quartas de final da Copa Sul-Americana, com uma vitória nos pênaltis no MorumBIS — James Rodríguez, inclusive, desperdiçou sua cobrança. A Liga de Quito avançou até a final e foi campeã ao bater o Fortaleza na grande decisão.

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Como jogam as equipes de Zubeldía

A LDU de Zubeldía dominou a liga equatoriana para conquistar o título no ano passado e jogava, de fato, como um campeão. A equipe costumava construir seu jogo por baixo, com aproximações e se notabilizou por usar a agressividade de seus dois pontas pelo lado do campo. Inclusive, com uma mecânica que foi enraizada por Dorival Júnior em 2023: a inversão de jogadas para explorar a velocidade dos extremas em espaços menos congestionados do campo no um contra um.

Trata-se de uma característica que se encaixa nas qualidades do elenco do São Paulo. Zubeldía deve usar bastante Lucas e Ferreira pelos lados do campo — assim como Wellington Rato e Erick —, para explorar esta agressividade. A LDU do treinador constrói as jogadas com passes verticais ou diagonais e roda pouco a bola para o lado. Em último caso, a equipe explorava o pivô com Paolo Guerrero. Algo que o técnico pode repetir com Calleri.

“De maneira geral, são times bem agressivos, que usam muito os pontas pelos lados. Os meio-campistas dependem da característica. Já jogou com volantes mais lançadores, ou com meia armador também. Isso varia, mas a saída pode ser curta e também usando o centroavante. É um time muito forte. Vertical, muito agressivo e principalmente, em destaque, usava bastante a base, gosta de lapidar esses caras” — Gabriel Corrêa, scout de futebol.

Em fase defensiva, a LDU de Zubeldía costumava marcar em bloco médio, ocupando espaços no meio-campo. Mas o treinador também trabalha alguns gatilhos de marcação alta, com pressão organizada e mecânicas bem ensaiadas no dia a dia de treinamentos para evitar erros que peguem o sistema defensivo aberto.

— Com a LDU, o time controlava mais o jogo, porque era o time mais dominante da liga. Então, saía curto e jogava muito pelos lados, porque ele tinha dois pontas muito agressivos. E os volantes tinham boa capacidade de lançamento. Era um time bem vertical, que usava bola longa. A bola chegava ao ponta, ele já fazia a jogada de um contra um e tinha um centroavante fazendo pivô, que era o Guerrero. Ele se defendia no bloco médio. E subia pressão às vezes, nem sempre, durante os jogos. E quando subia, a pressão era bem trabalhada, bem trabalhada mesmo, conseguia recuperar a bola alto consideravelmente — afirma o analista tático e scout Gabriel Corrêa.

Foto de Matheus Rocha

Matheus RochaSubcoordenador de conteúdo

Matheus Rocha é natural de Uberlândia, onde se formou em Jornalismo na Unitri em 2014. Começou a carreira no jornalismo na Trivela antes de passar por ExtraTime e Yahoo, participando da cobertura de três Copas do Mundo e cinco Olimpíadas.
Foto de Eduardo Deconto

Eduardo DecontoSetorista

Jornalista pela PUCRS, é setorista de Seleção e do São Paulo na Trivela desde 2023. Antes disso, trabalhou por uma década no Grupo RBS. Foi repórter do ge.globo por seis anos e do Esporte da RBS TV, por dois. Não acredite no hype.
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