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SAF do Atlético-MG terá conselho de administração e desiste de CEO do futebol; saiba detalhes

Detalhes da SAF do Atlético-MG serão definidos e anunciados na próxima semana, mas a Trivela adianta alguns pontos

O Atlético-MG se tornou oficialmente um clube-empresa na noite de quarta-feira (1°), depois de mais de três meses da votação do conselho que aprovou essa mudança. A SAF atleticana tem alguns detalhes importantes que foram revelados pelo CEO do clube, Bruno Muzzi, e já sofreu uma alteração com relação ao que foi dito quando foi aprovada. A Trivela te conta como o clube pretende seguir a partir de agora.

Como SAF, o Atlético vai ser organizado e se portar nos moldes de uma empresa de capital aberto, como citou o CEO do clube, Bruno Muzzi, que seguirá nesse mesmo cargo no Galo. Em conversa informal com a imprensa após a vitória do Alvinegro contra o Fortaleza, Muzzi deu alguns detalhes sobre a SAF atleticana antes da coletiva de imprensa formal sobre o tema, que deve acontecer na próxima semana.

O Atlético SAF vai contar com um conselho de administração, como já estava previsto anteriormente. São nove membros ao todo, sendo sete da SAF, que detém 75% das ações do clube, e dois da associação, que tem os outros 25%. Os prováveis nomes foram revelados por Muzzi. São eles:

  • Rubens Menin – membros dos 4Rs e sócio majoritário da SAF
  • Rafael Menin – membros dos 4Rs e sócio majoritário da SAF
  • Ricardo Guimarães – membros dos 4Rs e sócio minoritário da SAF
  • Renato Salvador – membros dos 4Rs e sócio minoritário da SAF
  • Daniel Vorcaro – sócio minoritário da SAF através de um fundo de investimento
  • Gustavo Drummond – membro do conselho deliberativo e responsável pela área de risco do clube
  • Marcelo Patrus – sócio minoritário da SAF através de um fundo de investimento
  • Sérgio Coelho – presidente da associação
  • José Murilo Procópio – vice-presidente da associação

Desse conselho, vão partir as decisões sobre diversos assuntos relacionados ao Atlético. Mas a SAF do Atlético vai ter ainda mais um grupo, esse exclusivo para definir coisas relacionadas ao futebol. Isso porque houve uma mudança no esquema anteriormente anunciado. Na aprovação da SAF, foi revelado que o atual presidente, Sérgio Coelho, se tornaria CEO do futebol no clube-empresa. No entanto, recentemente, em entrevista ao site No Ataque, ele revelou que não assumiria mais a posição por não achar justo ele passar a ter um cargo remunerado. Muzzi confirmou que não existirá mais o cargo de CEO do futebol e haverá um conselho para isso, com o diretor de futebol Rodrigo Caetano como um dos membros a frente desse grupo.

O presidente do Atlético

Apesar de não ter mais o cargo de CEO do futebol, que ele mesmo negou assumir, o presidente Sérgio Coelho deve seguir no Atlético, mas na função que já atua. O mandato de Coelho se encerra no fim do ano, quando haverá votação para definir os novos presidente e vice. Não há ainda uma confirmação, mas o próprio Sérgio e o Muzzi afirmaram que a maior possibilidade é que ele se candidate e seja reeleito. Ele ainda seguirá com José Murilo Procópio como seu vice.

A diferença agora é que o cargo de presidente do Atlético tem um peso muito menor, já que o futebol está nas mãos da SAF, ou seja, Sérgio Coelho será “apenas” o mandatário da associação, que agora não tem mais dívidas e se preocupa com outras coisas menores, como as sedes sociais que pertencem ao Galo. Não ficou claro na fala de Muzzi, mas pode ser que Sérgio faça parte também do comitê do futebol, citado acima. Essa detalhe deve ser esclarecido na coletiva de imprensa da próxima semana.

O que o Atlético vai fazer com o meio bilhão recebido?

Se engana quem pensa que com os R$ 500 milhões que entraram nos cofres do clube, o Atlético agora vai poder contratar grandes estrelas e competir financeiramente com Flamengo e Palmeiras, por exemplo. O dinheiro será usado para abater as dívidas do clube, que hoje ultrapassam a casa de R$ 2 bilhões. Na terça-feira (7), haverá uma reunião no conselho da SAF para listar os credores, realizar o planejamento financeiro e os investimentos para 2024.

O foco é usar o dinheiro para negociar as dívidas, principalmente as que sufocam o clube com juros altos e as que são de curto-prazo. O investimento no futebol para o próximo ano será um pouco melhor do que em 2023, como disse Muzzi, mas vai ficar dentro do teto do clube. O planejamento é manter uma folha salarial na casa de R$ 210 milhões, o que dá cerca de R$ 16 milhões por mês.

O Atlético ainda tem R$ 100 milhões para receber da SAF, que está sendo captado através do FIGA, fundo de investimento que pode ter a entrada de qualquer torcedor com um aporte mínimo de R$ 1 milhão. O valor total esperado ainda não foi arrecadado.

Foto de Alecsander Heinrick

Alecsander HeinrickSetorista

Jornalista pela PUC-MG, passou por Esporte News Mundo e Hoje em Dia, antes de chegar a Trivela. Cobriu Copa do Mundo e está na cobertura do Atlético-MG desde 2020.
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