Brasil

Roger aponta semelhanças com Coudet e explica o que ajustou no Internacional

Treinador colorado lembrou que herdou consistência defensiva do antecessor, mas procurou tornar a equipe mais compacta e vertical

O Internacional vive seu melhor momento na temporada. A vitória de virada sobre o São Paulo, por 3 a 1, na noite de domingo (22), no MorumBIS, foi a quarta consecutiva do time comandado por Roger Machado no Campeonato Brasileiro.

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Enquanto muitos torcedores utilizam a sequência positiva para criticar Eduardo Coudet, antigo treinador colorado, Roger foi humilde e elegante ao explicar que seu modelo de jogo dá continuidade, em alguns aspectos, ao do argentino.

— Foi acréscimo de algumas coisas. No Brasil dificilmente você constrói algo do zero. Eu já usava uma plataforma semelhante da que o Coudet usava. Foi uma fácil adaptação — destacou Roger.

Eduardo Coudet em partida do Internacional
Eduardo Coudet em partida do Internacional. Foto: Ricardo Duarte/SC Internacional

Roger procurou deixar o Inter mais vertical

Segundo o treinador colorado, os ajustes visaram especialmente compactar mais a equipe e torná-la mais vertical. Do ponto de vista defensivo, o lema foi continuidade, já que o Inter era a segunda equipe menos vazada do Campeonato Brasileiro, posto que mantém até agora.

— O que busquei trabalhar foi em cima das compactações, e tornar o time um pouco mais vertical, tendo a posse como meio, não como fim. E buscar trabalhar algumas dinâmicas que nos dessem a possibilidade de conseguir chegar no gol adversário mantendo a consistência defensiva que o Internacional já tinha — detalhou.

Marcação pressão foi determinante na virada sobre o São Paulo

Uma das marcas dos trabalhos de Coudet, mas que não vinha funcionando no Inter, e Roger aprimorou, foi a marcação pressão. Com a mesma estrutura — 4-1-3-2 –, o Colorado marcou seis gols a partir de roubadas de bola no campo de ataque.

Na vitória sobre o São Paulo, o segundo e o terceiro gol do Inter surgiram assim. No segundo, Wesley retomou a posse após erro de passe de Ferraresi. No terceiro, Fernando roubou a bola no campo de ataque.

Eu penso que ela [marcação pressão] é a base do sistema. A gente subir um dos volantes para a linha de pressão, montar ali a estrutura do 1-3-2, compactar do lado da bola, fazer com que a bola fique na disputa — explicou Roger.

— Na disputa pelo alto ela não é de ninguém, é de quem chegar primeiro, de quem intervir, permitindo que o Fernando consiga ficar sempre na frente da defesa, nós temos proteção da bola curta, permitindo que nossos zagueiros fiquem prontos para a bola longa, ainda com o auxílio do Rochet para as bolas em profundidade — acrescentou.

Roger exaltou a maturidade do Inter para virar o jogo após os 30 primeiros minutos de domínio do São Paulo. Segundo o treinador, foi “uma das grandes partidas coletivas” quem um time seu já fez, principalmente pelo contexto adverso.

Roger Machado no comando do Internacional

  • 13 jogos, com seis vitórias, cinco empates e duas derrotas
  • 58% de aproveitamento
  • 19 gols feitos e 11 gols sofridos

Internacional no Campeonato Brasileiro 2024

  • 8º colocado, com 41 pontos em 25 jogos
  • 11 vitórias, oito empates e seis derrotas
  • 54% de aproveitamento
  • 30 gols feitos e 21 gols sofridos
Foto de Nícolas Wagner

Nícolas WagnerSetorista

Gaúcho, formado em jornalismo pela PUC-RS e especializado em análise de desempenho e mercado pelo Futebol Interativo. Antes da Trivela, passou pela Rádio Grenal e pela RDC TV. Também é coordenador de conteúdo da Rádio Índio Capilé.
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