Raio-X: como foram os 11 clássicos sem vitória do Fluminense
Em seu apogeu internacional, o Fluminense vive, ao mesmo tempo, um mau momento em clássicos contra seus rivais
O Fluminense, que conquistou a Libertadores em 2023 e a Recopa Sul-Americana em 2024, chegou ao melhor momento da história do clube em competições internacionais. Ao mesmo tempo, entretanto, está com alguns “problemas em casa”. O Tricolor chegou a um jejum de 11 clássicos sem vitória, o segundo maior de sua história, às vésperas das semifinais do Campeonato Carioca.
Em busca do tricampeonato que não vem desde 1985, o Flu viu seu caminho ficar mais complicado com a derrota para o agora eliminado Botafogo. A sequência ruim contra os rivais vem desde a decisão do último Campeonato Carioca, quando desbancou o favorito Flamengo e fez 4 a 1 no jogo de volta da final, revertendo derrota por 2 a 0 na partida de ida.
De 9 de abril de 2023 até hoje já se passaram 11 meses. O técnico é o mesmo: Fernando Diniz, que tem números ruins em clássicos, mas, ao mesmo tempo, levou o Fluminense ao maior título de sua história recente, a Libertadores de 2023 — e de quebra outra taça internacional, a Recopa, em 2024.
Sem vencer Flamengo, Botafogo ou Vasco desde então, o Tricolor terá o Rubro-Negro como adversário nas semifinais. O Fla, campeão da Taça Guanabara, terá a vantagem do empate no placar agregado.
Mas como foram os 11 jogos sem vitória do Fluminense no período? A Trivela te ajuda a relembrar.
Início ruim no Brasileirão e eliminação na Copa do Brasil em 2023
Os primeiros jogos foram todos em maio e junho, dois meses subsequentes ao bicampeonato do Fluminense no Carioca. No início do Campeonato Brasileiro, o Flu enfrentou o Vasco no Maracanã e embora tenha feito bom jogo, empatou por 1 a 1.
Isso porque com apenas um minuto de jogo, o Cruz-Maltino, à época em crise, já estava à frente do placar. Um erro de Fábio na saída de bola terminou em gol de Pedro Raul. O Vasco passou a se defender durante todo o jogo e segurou o empate marcado por Lima no início da segunda etapa.
Ainda pelo Brasileirão, o Flu pegou o então líder Botafogo no Estádio Nilton Santos. Embalado no “tapetinho”, o Bota aproveitou desfalques do Tricolor e a expulsão de Fernando Diniz para vencer com gol de Cuesta no segundo tempo. A atuação do Fluminense, desta vez, foi muito ruim.
Outros dois confrontos se deram pelas oitavas de final da Copa do Brasil, contra o Flamengo. No jogo de ida, em que era mandante, o Flu jogou boa parte do jogo com um a menos após expulsão de Felipe Melo, mas segurou o 0 a 0. Na partida de volta, em busca da classificação, o Tricolor se abriu e o Rubro-Negro venceu por 2 a 0, ficando com a classificação.
Focado na Libertadores, Fluminense perde para rivais no Brasileirão
O Flu fechou os clássicos do primeiro turno do Brasileirão com empate sem gols com o Flamengo em jogo de arbitragem caótica. Oito jogadores tricolores receberam cartão amarelo e dois gols, um para cada lado, foram anulados pelo VAR por faltas no início de cada jogada.
Na sequência, no returno, o Fluminense já estava classificado às semifinais da Libertadores quando enfrentou o Vasco, no Estádio Nilton Santos. Com o rival em boa fase e alguns desfalques, o Tricolor chegou a empatar o marcador duas vezes, mas erros de Guga, Alexsander e André permitiram a vitória cruzmaltina por 4 a 2. Fernando Diniz estava suspenso, e o Flu reclamou muito da arbitragem.
Na Libertadores, o Fluminense bateu o Internacional pelas semifinais em virada histórica e chegou à grande final. Antes, entretanto, enfrentou o Botafogo ainda na ressaca da classificação no Beira-Rio e sem alguns titulares. O Alvinegro fez dois gols em sequência antes dos 22 minutos, com Júnior Santos e Tiquinho Soares, e saiu com a vitória.
Campeão da Libertadores tira rival de briga no Brasileirão, mas perde jogos em 2024
Já campeão da Libertadores, o Fluminense fez seu último clássico carioca pelo Brasileirão contra o Flamengo. O Rubro-Negro tentava uma arrancada no fim do campeonato já sob o comando de Tite. Com titulares, mas novamente com um expulso, o Tricolor segurou empate por 1 a 1 e jogou um balde de água fria nas pretensões do arquirrival.
Mas em 2024, vieram as atuações ruins. Com times mistos contra Flamengo e Botafogo, o Fluminense foi derrotado pelos rivais. No empate por 0 a 0 com o Vasco, com titulares, o Tricolor esteve muito longe de fazer bons jogos.
Expulsões e mudanças no time são tônica do jejum do Fluminense
No estádio ou nas redes sociais, a torcida do Fluminense está satisfeita com os títulos, claro, mas reclama muito de não vencer clássicos. O jejum de 11 jogos veio depois de três anos consecutivos de sucesso contra os rivais.
Na linha do tempo, entretanto, os anos 2000 e 2010 não foram bons para o Tricolor contra Flamengo, Vasco e Botafogo, e a fase boa era motivo de orgulho do torcedor. Com 11 jogos sem vencer os seus rivais no Rio de Janeiro, há reclamações mesmo durante o bom momento vivido pelo Fluminense.
A análise dos jogos permite ver duas tendências: expulsões e muitas mudanças ou testes nas escalações.
Você sabia?
Fernando Diniz é o técnico com pior aproveitamento em clássicos da história do Fluminense
🗣 30 jogos
🟢 6 vitórias
🟡 9 empates
🔴 15 derrotas
🔢 30% de aproveitamento🔎 Diniz tem cinco derrotas em oito jogos contra o Botafogo pic.twitter.com/bQsEaP3INt
— Enciclopédia Tricolor (@Flupedia) March 3, 2024
Nos 11 jogos sem vitória, foram quatro expulsões e algumas partidas polêmicas. O Flu também jogou quatro vezes com time misto ou reserva por opção da comissão técnica.
Também por isso, embora viva eterna lua de mel com os torcedores, Fernando Diniz recebe críticas. Além de poupar muitos jogadores em partidas consideradas importantes pela torcida, o treinador também mexe muito na formatação da equipe e usa peças diferentes ou em funções distintas das originais.