Grande fase no Atlético-MG faz Paulinho sonhar mais alto
Mesmo apesar da forte concorrência, atacante do Atlético-MG quer chegar à seleção brasileira
Autor dos dois gols da vitória do Atlético-MG contra o Fluminense, o “Rei da Arena”, Paulinho, sonha em defender a Seleção Brasileira com a grande fase que vive no clube. O atacante se disse pronto para essa missão, caso seja chamado, mas terá que enfrentar uma forte concorrência.
Aos 23 anos, Paulinho vive um ano mágico no Atlético, o melhor da sua carreira, sendo o vice-artilheiro do time, com 24 gols, e do Campeonato Brasileiro, com 13. Jovem, promissor e em grande fase, o atacante do Galo tem o direito de sonhar com a Seleção Brasileira, e não seria nenhum absurdo caso ele fosse um dos selecionados por Fernando Diniz na próxima convocação, que deve acontecer na segunda-feira (6).
— Com certeza (estou pronto para uma convocação). A Seleção Brasileira, para todo jogador jovem, é um sonho, e eu trabalho muito no dia a dia. Tenho claro na minha cabeça os meus objetivos coletivos e individuais. A seleção é uma delas. A gente sabe que muitos jogadores de qualidade disputam a vaga com a gente, mas eu sei que se um dia acontecer de eu ser chamado vou tentar da melhor forma possível agarrar a oportunidade – disse Paulinho ao programa Boleiragem.
O grande ano de Paulinho
Paulinho chegou ao Atlético como a principal contratação do clube na temporada. Revelado no Vasco como uma grande promessa, o atacante não teve boa passagem pelo Bayer Leverkusen, da Alemanha, e retornou ao Brasil para buscar uma retomada na carreira. E está conseguindo.
Responsável pela camisa 10 e membro da melhor dupla do Brasil em 2023, ao lado de Hulk, Paulinho soma 24 gols e sete assistências nos 53 jogos que fez no ano. A média de participação em gols é de 0,58, ou seja, a cada dois jogos ele gera um gol para o Atlético, seja balançando as redes ou assistindo um companheiro.
Paulinho teve um início de temporada excelente, participando de todos os gols do Atlético na pré-Libertadores, sendo o responsável por levar o time para a fase de grupos. Ele viveu algumas sequências em alto nível na temporada, como quando marcou seis gols em quatro jogos em maio, ou mais recentemente quando fez todos os seis gols do Galo em seis partidas de agosto/setembro. Esse último momento, inclusive, fez o atacante atleticano voltar a ser convocado para a Seleção Brasileira Sub-23, a qual fez parte por bom tempo na base e venceu a medalha de ouro olímpica em 2020, em Tóquio.
O Rei da Arena
Paulinho ganhou ainda mais destaque desde a inauguração da Arena MRV, a nova casa do Atlético. Ele todos os primeiros quatro gols da história do estádio, sendo dois na estreia contra o Santos. Ao balançar as redes contra o Fluminense, no último sábado, chegou a seis gols em seis jogos. Hulk, com um gol, é o único atleticano diferente do camisa 10 ao balançar as redes da Arena. Por isso, Paulinho ganhou o apelido de “Rei da Arena”.
Paulinho (23 anos) pelo @Atletico:
• 53 jogos (47 titular), com 24 gols e 7 assistências.
• Jogador sub-23 da Série A com mais gols e participações em gols.
• Artilheiro do time na Arena MRV (6 gols em 6 jogos).
• Vice-artilheiro do @Brasileirao com 13 gols.
Incrível! ? pic.twitter.com/M1hz6tOnfv
— Sofascore Brazil (@SofascoreBR) October 29, 2023
Os adversário de Paulinho
Como Paulinho citou, muitos jogadores de qualidade disputam posição na Seleção Brasileira. O atacante do Atlético tem uma valência, que Fernando Diniz sempre elogia nos jogadores, que é poder atuar em várias posições. O camisa 10 atleticano, no caso, pode atuar tanto na ponta, como centralizado, de falso nove ou de segundo atacante. Além disso, os dois gols marcados no último jogo foram em cima do time comandado pelo treinador da Seleção, o que pode ter feito Diniz pelo menos abrir os olhos para Paulinho.
Mesmo com esses pontos a seu favor, além da ótima fase, Paulinho ainda tem muitos adversários a altura ou em melhor momento. Todos os atacantes convocados por Diniz até aqui atuam na Europa, que é o centro das melhores ligas, times e jogadores do mundo. Mas, ao comparar os números do atacante do Galo com os já convocados, ele se sobressai. É importante lembrar que a temporada europeia começou recentemente e não há ainda um recorte grande de jogos:
- Paulinho: 53 jogos – 24 gols – 7 assistências = 31 participações em gols (0,58)
- Vinicius Junior: 10 jogos – 3 gols 2 assistências = 5 participações em gols (0,5)
- Gabriel Jesus: 11 jogos – 4 gols – 1 assistência = 5 participações em gols (0,45)
- Richarlison: 11 jogos – 2 gols – 3 assistências = 5 participações em gols (0,45)
- David Neres: 12 jogos – 1 gols – 4 assistências = 5 participações em gols (0,41)
- Martinelli: 10 jogos – 2 gols – 2 assistências = 4 participações em gols (0,4)
- Raphinha: 8 jogos – 2 gols – 1 assistência = 3 participações em gols (0,37)
- Matheus Cunha: 11 jogos – 2 gols – 1 assistência = 3 participações em gols (0,27)
- Rodrygo: 14 jogos – 2 gols – 1 assistência = 3 participações em gols (0,21)
- Antony: 9 jogos – 0 gol – 0 assistência = 0 participação em gol (0)
Dos jogadores na lista, Paulinho pode jogar na posição que todos eles fazem, por isso, todos são concorrentes. As pontas do Brasil são as que trazem jogadores com melhor desempenho (não só em números), apesar de, na Seleção, jogadores como Vini Jr., principal nome do país no momento, não desempenharem um bom futebol. Mas Paulinho pode entrar nessa disputa para jogar centralizado, com jogadores como Richarlison e Matheus Cunha, que são os mais criticados da Seleção no momento e não estão entregando gols. Um jogador que tem características mais próximas a do camisa 10 atleticano é Rodrygo, do Real Madrid, que é outro nome certo na convocação, mas que viu o desempenho cair com uma mudança de formação no seu clube.
Os rivais no Brasil
Apesar de Paulinho ter números e viver um momento melhor do que os jogadores que já foram convocados por Diniz, ele tem uma disputa ainda mais acirrada quando inserimos jogadores que também atuam no Brasil e podem aparecer na convocação. Com um recorte de jogos parecido com o do atacante atleticano, jogadores como Tiquinho Soares, do Botafogo, e Marcos Leonardo, do Santos, se saem melhor.
- Paulinho: 53 jogos – 24 gols – 7 assistências = 31 participações em gols (0,58)
- Tiquinho Soares: 46 jogos – 28 gols – 7 assistências = 35 participações em gols (0,76)
- Marcos Leonardo: 42 jogos – 21 gols – 4 assistências = 25 participações em gols (0,59)
Os três jogadores, inclusive, são os que brigam pela artilharia do Campeonato Brasileiro. Tiquinho tem 16 gols e lidera, mas é seguido de perto por Paulinho e Marcos Leonardo, com 13 cada. O que pesa para o atacante do Botafogo é ele ser o principal destaque do líder do campeonato e oferecer características que Diniz não tem na Seleção, como um atacante mais alto, que se impõe mais na área. Já o santista é ainda mais novo que Paulinho (20 anos) e vive fase tão boa ou até melhor que o atleticano.
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? Marcos Leonardo lidera a métrica, responsável por 38,7% (12) dos gols do Santos;
? Paulinho, responsável por 34,4% no Atlético-MG;
? Tiquinho, tendo marcado 34,1% dos gols do Botafogo.— Footure (@FootureFC) October 25, 2023
No fim das contas, na briga com os que já foram convocados, Paulinho “perde” por atuar no futebol brasileiro e não no europeu, e por ter menos “nome”, mas ganha em viver ótima fase e ser um dos destaques do futebol nacional, mesmo que ele seja visto abaixo do europeu. No entanto, a briga interna, com os outros atacantes que atuam no Brasil e também merecem chance na Seleção, é mais forte, pois há jogadores que, no mínimo, estão no mesmo nível que ele.