WTorre não tem qualquer definição de cronograma, e Palmeiras trabalha com data longínqua para volta ao Allianz
Palmeiras já se conforma com a ideia de voltar à sua casa só depois do Estadual

Está cada vez maior a chance de o Palmeiras não poder jogar mais no Allianz Parque até o fim da primeira fase do Campeonato Paulista. Hoje, o clube não faz a menor ideia de quando poderá retornar para sua casa.
Isso ocorre porque a Real Arenas, braço da WTorre que administra o estádio, não está trabalhando com um cronograma para a a reforma do gramado sintético da arena.
Junto com a sua fornecedora Soccer Grass, a Real Arenas vai substituir o composto termoplástico do gramado por um outro de cortiça. Tal componente, contudo, é importado. E a empresa ainda não sabe quando o terá em mãos para iniciar o serviço.
Uma vez terminado, porém, o clube ainda precisa comunicar a Federação Paulista onde deseja mandar seu jogo com dez dias de antecedência. E como a primeira fase termina em 10 de março, tal hipótese está cada vez mais remota.
As aprovações
Uma vez realizada a obra, porém, isso ainda não quer dizer que o Palmeiras vai voltar a jogar em seu estádio. O clube quer fazer vistorias com jogadores e membros de seu departamento médico que vão dizer se o campo têm as condições ideais.
Inicialmente, o Palmeiras entendia que a mera troca do composto por outro, de cortiça, não resolveria a questão, e desejava a substituição total da grama sintética.
Segundo profissionais do clube ouvidos pela Trivela, os tufos de grama propriamente já não estão como eram antes, totalmente verticais após a remoção dos tapumes usados nos shows. A ideia do Palmeiras era que a grama fosse integralmente substituída.
Mas supondo que tudo seja aprovado – inclusive pela Federação Paulista, que interditou o estádio para jogos, o Palmeiras precisa informar onde vai jogar com fez dias de antecedência.
Desse modo, o clube já definiu que encara o Corinthians na Arena Barueri, no próximo dia 18 – provável casa do time também no dia 24, contra o Mirassol.
O jogo seguinte do Palmeiras como mandante será contra o Botafogo-SP, em 10 de março, que encerra a primeira fase do Estadual.
Cronologia do caos
Abel Ferreira se queixa do gramado desde o fim de 2023. Após Palmeiras x Fluminense, último jogo do time no Allianz no Brasileiro do ano passado, o técnico já havia dito que o campo precisava ser trocado.
Após a vitória sobre o Santos no Paulista deste ano (28/1), Abel foi novamente taxativo sobre o tema. Simultaneamente ao fim da entrevista do técnico, veio a nota oficial do Palmeiras, dizendo que o time não jogaria mais no local até que a questão fosse resolvida.
Na mesma nota, o Verdão ameaçava pedir a interdição do estádio, o que inviabilizaria também a realização de shows e complicaria muito o fluxo de caixa da WTorre. Horas mais tarde da ameaça do clube, a WTorre informava que iria trocar o termoplástico do campo.
Em 1º de fevereiro, Soccer Grass e WTorre se reuniram e decidiram optar pela substituição do termoplástico por um composto orgânico de cortiça. O Palmeiras, no entanto, não participou da reunião.
Em 2 de fevereiro, a Federação Paulista de Futebol (FPF) decidiu interditar o estádio do Palmeiras após vistoria. A FPF só vai liberar o uso da arena após a manutenção – e uma nova vistoria que comprove que o problema foi resolvido pela Real Arenas, que pertence a WTorre, gestora do Allianz. Paralela à vistoria da FPF, o Palmeiras também quer dar seu aval.
Enquanto não puder ter o Allianz Parque, o Palmeiras, em tese, vai jogar na Arena Barueri, que hoje é administrada pela Crefipar, empresa pertencente a Leila Pereira e seu marido. O Palmeiras já enfrentou o Ituano no estádio da Grande São Paulo, e também vai pegar o Corinthians por lá, no dia 18.